domingo, 30 de março de 2014

SHOPPING DEIXA PREFEITO
ENTRE 0 CÉU E O INFERNO 
O prefeito Alexandre Cardoso foi colocado entre o Céu e o Inferno com a resistência, liderada pela Igreja e a OAB, contra a construção do novo shopping, exatamente na confluência da Rua Deputado Romeiro Júnior e a Av. Governador Leonel Brizola, na Vila Meriti, primeiro loteamento da região e que acabou dando nome ao então 8º Distrito de Iguassu (grafia da época), emancipado em 31 de dezembro de 1943 com o nome de Duque de Caxias. Um grupo de investidores comprou uma área de mais de 28 mil metros quadrados, ao lado da Catedral de Santo Antônio, onde pretende construir não só um shopping, mas também dois prédios comerciais, um dos quais funcionará como apart hotel, ambos com 18 pavimentos.
Um dos principais integrantes da Frente de oposição ao empreendimento garante que, já ao final da campanha eleitoral de 2012, o então candidato Alexandre Cardoso se reuniu com o bispo de Duque de Caxias e São João de Meriti, dom Tarcísio Nascentes dos Santos, que acabara de tomar posse vindo de Divinópolis (MG), a quem pediu a posição da Igreja diante do projeto do novo shopping, que estava em tramitação na Prefeitura. Segundo nosso informante, o Bispo, alegando os problemas de saneamento da área central da cidade, com as deficiências no abastecimento de água e falta de rede de tratamento de esgotos, bem como a dificuldade de circulação de veículos em frente à Catedral, o trecho mais estreito da Av. Governador Leonel Brizola, teria informado que a Diocese era contrária a tal empreendimento enquanto perdurasse os problemas por ele apontados. Em resposta, ainda segundo nosso informante, Alexandre Cardoso teria afirmado:
- Se a Igreja é contra e eu for eleito prefeito, como católico praticante seguirei estritamente essa posição!
Em maio do ano passado, o prefeito negou a licença para a construção do centro comercial, mas o grupo investidor insiste que a licença fora concedia em 2012, pelo ex prefeito Zito, mediante o pagamento da taxa de licenciamento no valor de  R$ 3,5 milhões,  apesar do então secretário do Meio Ambiente, Samuel Maia, haver declarado, durante uma audiência pública na Câmara de Vereadores para discutir o assunto, que a bióloga daquela secretaria, a única técnica especializado do quadro efetivo da prefeitura, havia dado parecer contra a derrubada de 180 árvores existentes no local, resquício da Mata Atlântica.
Segundo Maia, a legislação sobre meio ambiente determina que o secretário, que ocupa cargo de confiança, não pode desconsiderar o parecer exarado por um técnico habilitado e, por isso, no estrito cumprimento do dever, aprovou o parecer e determinou o arquivamento do pedido de licença ambiental.
Se o processo foi arquivado em 2012, quem teria dado a licença para a empresa iniciar as tratativas para derrubar as árvores e instalar um canteiro de obras no local?

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