quarta-feira, 30 de maio de 2007

BAIXADA URGENTE

EXPOSIÇÃO RESGATA
A HISTÓRIA DE XERÉM

O presidente do Estado do Rio, Comandante Amaral Peixoto, e a Primeira Dama, Alzira Vargas, apoiavam a produção de motores no início dos anos 40 (Foto: Arquivo da FNM))

Numa feliz iniciativa da Secretaria de Educação de Duque de Caxias, foi inaugurada, nesta terça-feira (29/05), na restaurada Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Xerém, uma exposição, de caráter permanente, que pretende facilitar a vida dos pesquisadores da História da Baixada Fluminense e resgatar a História de Xerém, o mais extenso Distrito e última porção de terras desmembrada de Nova Iguaçu, em agosto de 1945, para compensar a emancipação do Distrito de São João de Meriti, que, por mero açodamento dos emancipacionistas oficiais, fazia parte de Duque de Caxias desde 31 de dezembro de 1943. Os trabalhos de pesquisa e organização de documentos, fotos e objetos foram coordenados pela historiadora Marlúcia Santos de Souza e realizado, durante nove meses, pelo Centro de Pesquisa, Memória e História da Educação da Baixada e a exposição também vai ajudar a contar a história da industrialização da Baixada, com a instalação da FNM para a produção de motores de avião no auge da II Guerra Mundial. O Tratado de Yalta, assinado pelas grandes potências e que dividiu a Alemanha e o Mundo em duas áreas de influência, acabou provocando a morte prematura da incipiente indústria aeronáutica nacional, pois, de repente, o governo americano se viu às voltas com um invendável estoque de aeronaves. Como havia um saldo comercial apreciável a favor do Brasil, o Departamento de Estado dos EUA resolveu vender, a “preços de ocasião”, centenas de aviões, o que tornou inviável a produção local. Como alternativa para evitar o fechamento da FNM, seus dirigentes passaram a trabalhar em outros ramos, como a produção de geladeiras, veículos militares, terminando esse esforço de sobrevivência com a produção de caminhões, o famoso “João Bobo”, e automóveis, como o luxuoso JK com bancos de couro. No final dos anos 60, sucateada por administrações desastrosas e tecnologia superada, a FNM acabou vendida para a Fiat, que logo fechou as instalações de Xerém e se transferiu para Belo Horizonte, onde o Governo do Estado ofereceu, além dos terrenos, a construção de galpões e até capital para ajudar a multinacional italiana.

● Duque de Caxias continua vivendo na ilegalidade. Tem um Boletim Oficial de “fundo de quintal”, sem expediente que indique o servidor responsável pela publicação, nem circulação definida, inclusive a sua venda em bancas de jornal. Por estas e outras, o Banco do Brasil não aceita, até hoje, a publicação de portarias de aposentadoria de servidor municipal, para efeito de liberação do PIS/PASEP. O BB exige uma Certidão da Secretaria de Administração. Também tem shopping da Prefeitura vendendo CDs, DVDs e programas piratas de computado, conforme já comprovou a Delegacia Anti-Pirataria.
● Agora, na campanha eleitoral extemporânea, a turma do prefeito resolveu criar um blog, no endereço novaduquedecaxias.blogspot.com/, para publicar matérias pró-Washington Reis e contra Garotinho, Zito e Cia. O perfil do blog só diz que seu autor é do sexo masculino, tem 29 anos e é do signo de Leão.
● O blog do prefeito desancou recentemente o vereador Cidinho, que cobrou providências do presidente da Câmara, Júnior Reis (irmão do prefeito) com relação às denúncias que o edil recebeu a propósito da Fundec, dirigida por um cunhado do prefeito.
● O blog abriu espaço para a briga particular entre Garotinho e Zito, desta vez a propósito do contrato com a construtora Gautama para as obras de urbanização da Favela do Lixão. Os redatores do blog omitiram uma informação fundamental: quem excluiu a Prefeitura do projeto da Favela do Lixão, orçado na época em R$ 8 milhões, foi o Secretário de Recursos Hídricos do Estado, Alexandre Cardoso, recém-nomeado por Garotinho, que ficou encarregado de rever o projeto. Em pouco tempo, Alexandre Cardoso bateu o martelo: a urbanização da Favela do Lixão ficaria em R$ 16 milhões.
● Segundo o jornal “O Globo”, a obra está paralisada desde 2006 por ordem do Tribunal de Contas da União e Garotinho já pagou R$ 41,8 milhões, boa parte com o carimbo de “urgente”.
● Será que a turma do blog do prefeito resolveu proteger o Secretário de Ciência e Tecnologia, em troca da promessa de Alexandre Cardoso, de deixar de lado essa história de disputar a prefeitura de Caxias em 2008?
● Aliás, o projeto de urbanização da Favela do Lixão – que abriga cerca de 12 mil pessoas vivendo sobre um antigo monturo de lixo – era a menina dos olhos não só do então prefeito Zito, mas também do seu Secretário de Habitação, Aroldo Brito, a quem, o ex-governador Marcelo Alencar costuma chamar, quando está de bom humor, de “destrambelhado”.
● No Governo do Estado havia muita resistência à entrega da execução do projeto, com um inegável potencial eleitoral, nas mãos de Aroldo Brito, que tinha sonhos próprios em matéria de candidaturas. Por isso, e só por isso, a Prefeitura, autora do projeto aprovado pela Caixa, só entrou no circuito no apagar das luzes do governo Marcelo Alencar, quando Zito fez valer a sua autoridade como prefeito de uma das maiores cidades do País e fiel defensor do governador e do PSDB.
● Como o contrato de financiamento entre o Governo Federal e o Estado, sem o nome da Prefeitura, já estava pronto em Brasília, a saída “jurídico-política” foi a assinatura de um decreto, onde o Governador transferia para a Prefeitura o papel de fiscal das obras, isto é, sem a assinatura de Zito, a Caixa não pagaria uma só fatura..
● Tão logo assumiu a Secretaria de Recursos Hídricos, que incluía a Cedae e o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, Alexandre Cardoso convenceu Anthony Garotinho a revogar o decreto, tirando Zito do papel de “fiscal das obras do Lixão’. Com isso, o Estado ficou à vontade para gastar o dinheiro que já estava liberado pela Caixa. Foi aí que entrou em cena a construtora Gautama, que hoje freqüenta o noticiário policial de todo o País por conta da “Operação Navalha”, da Polícia Federal.
● A esta altura dos acontecimentos, D. Mauro Morelli, Bispo Emérito de Duque de Caxias, deve estar de joelhos, agradecendo ao Pai por Brasília haver recusado o projeto original de urbanização da Favela do Lixão, patrocinado pela Igreja. Para os aristocratas de Brasília, seria um desperdício o Governo Federal gastar R$ 25 milhões de reais com meia dúzia de moradores de uma favela da Baixada Fluminense!
● Cansados de reclamarem com a Secretaria de Serviços Públicos sobre um vazadouro de lixo na Rua Barão de Tefé, a poucos metros do Hospital Mário Lioni, os moradores do local apelaram para a TV-Globo. Cerca de uma hora depois de gravada a reportagem, a Secretaria mandou retirar o lixo que ocupava boa parte de um terreno baldio na esquina com a Rua Barão do Triunfo, a dois quarteirões da residência do Secretário Antonio de Freitas. Da varanda do seu apartamento, ele podia ver o monturo de lixo que encheu um caminhão mas só agiu sob pressão da Imprensa
.

Nenhum comentário: