sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

FAVELAS ESTÃO AVANÇANDO
SOBRE OS RIOS DE XERÉM
Embora o prefeito seja da área da Construção Civil, a Secretaria de Habitação é um órgão inoperante. Por falta de uma política habitacional, as favelas continuam em expansão, tanto na horizontal, anexando novas áreas, como na vertical, com a venda de lajes e o surgimento de espigões. Nos últimos meses, surgiram novas favelas em Xerém, o Distrito com maior área do município, parcialmente integrante da Mata Atlântica. Enquanto derrubam árvores e constroem casas, os invasores também destroem as matas cilaires, que protegem as nascentes dos rios do Distrito, que ainda abastecem não só parte da Capital, mas também uma boa parte do Segundo Distrito, através da Barragem do rio Saracuruna, construída pela Petrobrás e, recentemente, doada à CEDAE. Com a chegada do verão, aumentou o número de famílias que buscam as cachoeiras de Xerém para combaterem o calor e como forma de um lazer barato. O problema é que a invasão dos turistas é desorganizada, usando até as barragens da Cedae como área de mergulho, sob as vistas impotentes dos seguranças particulares, contratados pela Cedae ou pelo IBAMA, que deveriam proteger a área. Além das invasões, patrocinadas e apoiadas por conhecidos políticos da região, temos também a invasão da turma do “colarinho branco”, inclusive a direção do Fluminense, como constatou o Secretário de Ambiente, Carlos Minc, numa “incerta” até o centro de treinamento do clube, em Xerém, que rendeu uma pequena multa ao clube das Laranjeiras. Se nada for feito com urgência, brevemente Xerém terá uma população maior, sem ruas, sem saneamento básico, com casas precárias, sem abastecimento de água e sem postos de Saúde e escolas, como já acontece em outras “comunidades”.
COMEÇOU A BRIGA NO PDT
PELOS 90 CARGOS EM CAXIAS
A nota do blog sobre a decisão do prefeito Washington Reis de liberar os 90 cargos de chefia da Secretaria de Trabalho e Emprego, em face do acordo firmado com o presidente do Diretório Regional do partido, o deputado e ex-prefeito de São João de Meriti, Carlos Correia, provocou as mais disparatadas reações na cidade. Dentro do PDT, a “turma do envelope” não se conforma em ficar com apenas 15 cargos, enquanto o grupo dos “históricos” critica o oportunismo dos seus rivais, em negociar o apoio à reeleição do prefeito apenas em troca de cargos, uma vez que o PDT é um partido de vanguarda e ideológico. O beicinho dos “históricos” é apenas um disfarce para a incômoda situação em que se encontram, tendo que fazer a campanha do prefeito, que é do PMDB, mas sem nada em troca. Entre os mais irritados com o “acordo” entre o deputado Carlos Correia e Washington Reis está o ex-vice-prefeito, Wilson Will Gonçalves, que não conseguiu nenhum dos 90 cargos. E a reação é ainda maior por saberem os pedetistas de Duque de Caxias que a maior parte dos cargos irá para pessoas ligadas ao deputado Carlos Correia, inclusive seu irmão, que será o Subsecretário, sem falar que o cargo mais importante será dado a um ex-prefeito da Baixada, que deverá cumprir a mesma rotina do ex-deputado Eraldo Macedo – irmão do Bispo Edir Macedo e tio do senador Marcelo Crivella – que raramente aparecia na Secretaria. Apesar das suas origens na Igreja Universal, Eraldo Macedo foi demitido pelo “irmão em Cristo” Washington Reis mesmo estando em coma numa cama de hospital, o que revela o coração piedoso do prefeito.
• Além dos problemas com a candidatura do deputado Wagner Montes, no Rio, o PDT, terá um outro abacaxi pela frente. Trata-se do Tenente Melquisedec Nascimento, presidente de uma Associação de PMs e Bombeiros Militares e com uma forte liderança não só entre os colegas de farda, mas também entre moradores do Município.
• Como a Segurança continua sendo o calcanhar de Aquiles do Governo de Sérgio Cabral, Nascimento tem condições de discutir esse assunto com toda a sociedade civil, tanto pelo lado da falta de segurança para o cidadão, como de perspectivas na carreiras para os PMs e Bombeiros, principalmente depois do reajuste “chorado” de 4% nos salários dos servidores no ano passado.
• Com o apoio declarado do deputado Wagner Montes, Nascimento poderá se tornar uma grande pedra no sapato do deputado Carlos Correia e do seu mais novo amigo de infância, Washington Reis. Como o PDT é um partido virtual, qualquer movimento brusco pode tirar o PDT da campanha eleitoral, tal e qual aconteceu nos idos de 80, quando uma parte da militância reagiu à entrada do então deputado Messias Soares.
• Mesmo tendo sua ficha de adesão abonada pelo governador Leonel Brizola, Messias Soares precisou brigar na Justiça Eleitoral para sair candidato. Até uma candidata foi importada, Márcia Cibillis Viana, para impedir o simpático Messias de disputar a prefeitura de Duque de Caxias. Ele venceu na Justiça, mas não teve tempo suficiente para a sua campanha e acabou derrotado.
• A situação hoje é diferente, a começar pela disputa no Rio de Janeiro, onde o partido terá de decidir se tenta vencer com Wagner Montes, que não é a menina dos olhos do Ministro Carlos Lupi mas lidera as pesquisas de intenção de voto, ou vai para o sacrifício e ajuda César Maia a eleger a deputada Solange Amaral, ou, pior ainda, garante a eleição do bispo Marcelo Crivella e entrega as chaves da Prefeitura do Rio à Igreja Universal, cujos bispos chutam as imagens da Virgem Maria ou as queimam e jogam no lixo, como ocorreu com as imagens feitas pelos índios Guaranis, no Rio Grande do Sul.
• O Fórum Cultural da Baixada Fluminense marcou uma reunião neste sábado, dia 12, às 14 horas no Campus da UERJ, na Vila São Luiz, em Duque de Caxias. Dentre os assuntos a serem tratados nesta reunião estarão: revisão da Carta Cultural, Armazém Cultural e eleições do Fórum.
• Em sua primeira viagem como governador em exercício ao interior fluminense, o deputado Jorge Picciani inaugurou, nesta quinta-feira (10/1), a 128ª Delegacia Legal de Rio das Ostras, na Região das Baixadas Litorâneas. Com esta unidade policial, o programa Delegacia Legal completa 103 unidades implantadas em todo o estado. Nos próximos seis meses estão previstas
mais nove unidades. Na área de Segurança, o orçamento para este ano está mais reforçado que em 2007, disse Picciani. A solenidade contou com a participação do prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar; do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e do secretário da Casa Civil, Régis Fichtner
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

PDT DE CAXIAS TERÁ 90 CARGOS
Enquanto o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, resiste bravamente (mas não heroicamente) às pressões da Comissão de Ética do Palácio do Planalto, para que deixe a direção partidária se pretende continuar Ministro do Trabalho - para poder distribuir cargos nos estados para brizolistas amigos - o prefeito de Duque de Caias, Washington Reis, aceitou pagar um alto preço pelo apoio do PDT à sua reeleição. Nas negociações com o deputado Carlos Correia, ficou acertado que o PDT receberá a Secretaria de Trabalho e Emprego de porteira fechada, isto é, todos os 90 cargos de chefia e preenchidos sem concurso, serão ocupados por militantes do partido fundado por Brizola. O ex-prefeito de São João de Meriti e dirigente do PDT/RJ continua, porém, insistindo em colocar um irmão no comando da Secretaria, mas Washington Reis nega tal pedido, pois já tem compromisso com um outro ex-prefeito da Baixada, que poderá tomar posse como Secretário de Trabalho na próxima semana. Assim, só restará ao deputado Carlos Correia indicar o subsecretário. Na partilha dos cargos, o PDT/Caxias, que está estropiado desde a morte de Leonel Brizola, terá direito a apenas 15 cargos, que serão ocupados, logicamente, pela “turma do envelope”, apelido magistralmente pespegado pela professora Cândida Helena, que lidera a facção do Partido que não aderiu ao prefeito. Isto quer dizer que os pedetistas da Baixada disputarão, no tapa e a golpes (baixos0 de borduna, nada menos que 75 cargos. Projetos para a geração de empregos o PDT não têm. Em compensação, o partido revela uma invejável disposição para ocupar os espaços na administração. Com a grana (10%) que o partido vai receber dos seus militantes, encarrapitados nos 90 cargos da Secretaria de Trabalho e Emprego, como faz o PT, talvez o partido possa comprar uma nova bandeira para a sua velha sede, na atual Av. Leonel Brizola, ex-Presidente Kennedy, conforme lei proposta pelo deputado Zito e vetada por Sergio Cabral, cujo veto foi derrubado pelo plenário da ALERJ.

GOVERNO PODIA APROVEITAR
O CAMPO DE POUSO DE XERÉM
Agora que está com dinheiro sobrando, o prefeito Washington Reis, que ainda mora em Xerém, poderia dar uma melhor utilização ao hangar ali existente, onde pousavam os aviões que traziam técnicos italianos da Alfa Romeu, que desembarcavam no Galeão. O internauta Silas Correa, que mora em Xerém, enviou uma foto do hangar, com sujestões para que o local seja utilizado por pequenas aeronaves, pelos praticantes de asa delta, e até como escola de aeromodelismo em parceria com empresas, como a Celma-GE, ou escola para a formação de pessoal qualificado nessa área.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

PM GANHA CARROS DE LUXO O governador do Ceará, Cid Gomes, irmão do deputado e ex-Ministro Ciro Gomes, do PSB, já começou a receber as primeiras das 482 viaturas da marca Toyota, Modelo HILUX SW4, compradas ao preço unitário de R$ 165.000,00, segundo tabela fornecida pela empresa Zeni Motors, revendedora da empresa japonesa em Cascavel, Paraná, o que resultaria numa despesa de cerca de R$ 70 milhões. Os veículos são equipados com câmbio automático, bancos de couro, ar condicionado e tração nas 4 rodas (para não atolarem no péssimo asfalto das rodovias federais que cortam o estado. O mais curioso é que tais mimos são importados da Argentina, o que significa a exportação de empregos e geração de renda para o país vizinho, além de encarecer a manutenção, pois as peças de reposição serão obrigatoriamente importadas. Um internauta caxiense, que passou uns dias em Fortaleza, fotografou os bólidos e está enviando pela web aos amigos, como forma de protesto contra o aumento dos impostos e o desperdício, por parte dos nossos governantes, onde se incluem Lula, governadores e prefeitos, do dinheiro arrecadado. O governador Cid Gomes faz lobby junto ao Planalto para que a Petrobrás forneça, a preços subsidiados, o GNV para alimentar os altos fornos de uma siderúrgica em construção na terra de Padre Cícero, produto. que a estatal ameaça cortar dos consumidores do Rio de janeiro, inclusive os motoristas de táxi.

A INVASÃO DAS MOTO-TÁXIS

Está explicada a impunidade dos moto-táxis. Os motoqueiros desfilam com camisas de políticos ligados ao Governo. Quando a praga surgiu, às vésperas das eleições de 2004, eles usavam propaganda de Laury Villar. Hoje, as camisas tem a “chancela” de deputados ligados a Washington Reis e Sérgio Cabral. Por isso eles estão dispensados de usarem capacetes, bem como os passageiros, além de ser permitido ouso de motos sem placas, o que é proibido pelo Código Nacional de Trânsito.

• Como se vê, não é só o prefeito Washington Reis que vai torrar R$ 300 milhões do PAC na demolição do Shopping Center. O Ceará também está ajudando a Argentina a exportar caros de luxo para o Brasil.
• O caso do governador Cid Gomes tem um perigoso precedente. O presidente Lula, desde que assumiu a Presidência da República, só viaja em carros da GM, fabricados na Austrália. O governo justifica a mordomia informando que os carros são cedidos em comodato, isto é, emprestados pela multinacional americana.
• Agora, vamos imaginar o Primeiro Ministro do Canadá comprando um avião da Embraer? Ou a Rainha da Inglaterra desfilando numa Fiat de luxo em plena Londres? Ou Presidente da França saudando data nacional do pais com uma taça de vinho português? Como reagiriam os cidadãos desses Países?
• O Duque de Caxias que, sob as bênçãos do prefeito Washington Reis e do ex-deputado Eurico Miranda conseguiu, em apenas um torneio, ascender à Primeira Divisão, está de cara nova. Contratou, por R$ 30 mil mensais, o ex-seleção Viola.
• Para disputar o torneio de acesso, o Duque de Caxias aproveitou a turma do CD (come e dorme) do Vasco da Gama, mas, para disputar o título de Campeão carioca, precisou montar um time novo, pois o acordo entre o prefeito e o dono de São Januário não permitia que o clube caxiense usasse os jogadores cruzmaltinos contra o time do ex-deputado.
• Será que a Federação e o Corpo de Bombeiros vão autorizar o Duque de Caxias a jogar contra Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense no acanhado Estádio Telê Santana, que já foi Gaspar Correia Mayer, depois do acidente na Fonte Nova, em Salvador?


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

BAIXADA URGENTE

TAQUARA - CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA

Igreja de N. Sra. da Piedade de Inhomirim em ruínas

Guilherme Peres (Membro da Academia de
Letras de Meriti e fundador do IPAHB)

Abrangendo um imenso território com suas capelas filiais de “Serra Acima” e “Serra Abaixo”, a igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade de Inhomirim, (atualmente em ruinas)segundo monsenhor Pizarro que visitou essa paróquia no final do século XVIII, registrou sua criação no ano de 1677 “distante dois quarto de légua do Porto da Estrela”. Arruinada sua construção, obtiveram em 1700, de “Lourenço Álvares de Resende e sua mulher Helena da Cruz, a doação de 25 braças de terra em quadra à N. Sra. da Piedade além de mais 4 braças para casa de vivenda do pároco”.
Deliberando muda-la para mais próximo do Caminho do Inhomirim, os fregueses “conseguiram de João Martins Oleiro e sua mulher, a doação de 16 braças de terra de testada com 30 de fundo no campo da fazenda chamada Figueira, que se realizou no dia 1. de novembro de 1754”, iniciando sua construção com paredes de pedra e cal. Em seu interior “se levantaram sete altares, no maior dos quais tem assento o sacrário, onde permanentemente se conserva o Santíssimo Sacramento, cujo culto está a cargo de uma Irmandade ereta pela provisão de 29 de fevereiro de 1764”. A Igreja (foto) onde Luis Alves de Lima e Silva, o "Duque de Caxias", foi batizado, está em ruinas, sem que nem a Igreja, como instituição, nem o Ministério da Cultura ou o Governo do Estado tomem qualquer providência para recuperá-la antes do desabamento final.

DUQUE DE CAXIAS – Nascido no dia 25 de agosto de 1803 na fazenda São Paulo região da Taquara, o grande brasileiro Luiz Alves de Lima e Silva que mais tarde se tornaria o Duque de Caxias, usou sua espada para manter a unificação do território brasileiro durante o Império e a defesa do Brasil na Guerra do Paraguai. Foi batizado na “Freguesia de Inhomirim, aos doze dias do mês de setembro de mil oitocentos e três, pôs os Santos Óleos o padre Agostinho Lopes de Laet à Luiz, Inocente” conforme consta no assento de batismo que pertenceu aquela paróquia.
O TERRITÓRIO – Mencionando a fertilidade da terra, Pizarro relaciona os produtos da lavoura produzidos na região: cana, arroz, café, mandioca e legumes, relacionando: “duas fábricas de açúcar e três de aguardente se conservam no território abaixo da Serra; mas no tempo presente contam-se nove entre umas e outras”.
Citando os rios que faziam parte desse território, inicia com o rio Inhomirim que “fermentando entre a Serra Grande e a de Itacolomí, leva consigo o Rio do Ouro, pelo qual se divide a presente freguesia com a de Sururuí”. O Piabetá, o Bonga, o Caioaba, nascidos na Serra da Estrela “atravessa três vezes a Estrada Geral de Minas, se ajunta com o Saracuruna, pela qual finaliza o termo desta Freguesia e principia a da Freguesia do Pilar”.
Entre os portos fluviais, se refere aos dois “que se conduzem os efeitos do continente, são principais o da Estrela e de Anhum-mirim. No primeiro há suficiente numero de casas que formam um arraial belíssimo e acomodam notável porção de habitantes por todo o ano, sem o menor embaraço das pousadas em que se descansam os moradores de lugares distantes, e os viandantes de Minas Gerais acompanhados de fazendas de comércio”.
Descrevendo o comércio que se desenvolvia no Porto da Estrela, Pizarro afirma que “acham os caminhantes todas as provisões necessárias dos gêneros relativos ao alimento, à mercancia e as oficinas em casas estabelecidas e bem sortidas”. Referindo-se a Inhomirim: “vizinho à Matriz há outro arraial habitado por negociantes vários; e posto que compreenda menor número de edifícios e de casas mercantis é, contudo freqüentado pelos caminhantes da Estrada Geral para a Serra”.
CAPELA N. SRA. DO ROSÁRIO – Das capelas existentes “Serra Abaixo” sob sua administração eclesiástica, Pizarro menciona “a 1.ª de N. Sra. da Estrela, fundada a mais de 150 a 160 anos em sítio sobranceiro ao rio e porto de Anhum-Mirim, por Simão Botelho, irmão de Baltazar Botelho”.
A segunda capela é a de N. Sra. do Rosário, no sítio Taquara, que Pizarro diz ignorar sua fundação: “cuja antiguidade me foi oculta por não aparecer o seu título”. Entretanto, segundo Frei Cândido Spannagel (O. F. M.), a capela do Rosário na Taquara, vizinha da fazenda S. Paulo pertencente aos avós do Duque da Caxias e local de seu nascimento, “foi construída por Gonçalo Arieiras em 1743 e passou ao domínio do Cap. Ajudante Manoel Antônio em 1757; nesta data passou a fazenda e capela a ser propriedade do capitão José Cardoso de Mesquita a quem foi penhorada em 1794”, tendo sido arrematados em Praça Pública todos os bens que constituíam a fazenda, inclusive a capela, em 1798, pelo Dr. José de Oliveira Fagundes.
A sede da Fazenda da Taquara encontrava-se a cerca de dois quilômetros de distancia da Fazenda São Paulo, ambas situadas a margem da Estrada da Taquara.
Essa Capela foi assistida durante alguns anos pelo padre Luis José de Freitas Bello, tio do Duque de Caxias (entre 1809 a 1823) conforme consta nos livros de batizados da Paróquia de Inhomirim, conferidos por Frei Cândido Spannagel.

CAMINHO DE INHOMIRIM - Em terras doadas a Antônio da Fonseca ainda no final do século XVI e não ocupadas no prazo estipulado por Lei, essa grande sesmaria estendida a margem do Rio Inhomirim foi cedida a Domingues Fernandes, o “Cara de Cão”. Porém, também não sendo ocupada no prazo legal, o Governador Martim Correia de Sá, confirmou a posse de um novo sesmeiro, João Botelho, por despacho favorável de nove de setembro de 1603.
Em meados de 1650, seu filho Simão Botelho, construiu em um “monte sobranceiro” em frente ao porto, uma capela dedicada a Nossa Senhora da Estrela dos Mares, trazendo para essa região de terras férteis inúmeros sesmeiros, atraídos pela facilidade de transportar pelo rio Inhomirim, a produção agrícola em direção o Rio de Janeiro.
Bernardo Soares de Proença, sesmeiro em Suruí, também rasgou uma nova passagem, pela serra do Mar denominado “Caminho do Inhomirim”, iniciado à margem desse rio, subindo a serra e seguindo antigas trilhas indígenas passando por Córrego Seco, atual Petrópolis.
Concluído por volta de 1724, Aires de Saldanha comunicava ao Rei por carta em 11 de outubro desse ano a sua conclusão, e recebia a resposta através da Ordem Régia de 6 de julho de 1725, em que D. João V mandava agradecer a Bernardo Soares de Proença o serviço prestado “o qual ficava na Real Lembrança”.
O CALÇAMENTO - Tomando conhecimento das dificuldades encontradas nos caminhos de acesso entre o Rio de Janeiro e a região das minas, e o desejo dos súditos em realizar seu calçamento, D. João, Príncipe Regente, ordenou de Portugal através da Carta Régia enviada em outubro de 1799 ao vice-rei Conde de Resende “que fosse realizada essa obra desde logo”.
Durante as obras o vice-rei foi substituído por D. Fernando José de Portugal, acumulando as funções de Capitão-General do Rio de Janeiro, cujo estudo e planejamento foram entregues ao setor de Obras Públicas da Capitania.
Em 1802 eram iniciados os trabalhos e o vice-rei comunicava à Corte que “a parte mais impraticável de toda a estrada que é a serra da Estrela, no comprimento de légua e meia”, já estava em construção. Administrado pelo sargento-mor de Milícias, Domingos Francisco Ramos Fialho que planejou seu alargamento e medição, teve a supervisão contínua do capitão do Regimento de Engenheiros, Aureliano de Souza e Oliveira.
Este capitão era pai de Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, futuro Visconde de Sepetiba. Nomeado presidente do Rio de Janeiro por Carta Imperial de 1º. de abril de 1847, veio a ser o 13º. chefe do governo fluminense. Foi ele que assinou os primeiros contratos de colonização em 1845 com os alemães, que ocuparam Córrego Seco, a futura Petrópolis.
“Além de sua grandiosa obra na Serra da Estrela” diz Carlos de Oliveira, “foi morador do Córrego Seco por alguns anos – entre 1802 e 1809 – ali chegando em companhia da esposa D. Francisca Flávia de Proença Coutinho e do filho primogênito Aureliano de Oliveira e Souza Coutinho”.
Projetada com um traçado mais extenso e sinuoso para atenuar o declive das rampas, seguia pelo mesmo atalho ao lado das vertentes do rio Caioaba, cujo objetivo “era transformar o trecho em pauta numa estrada pavimentada que permitisse o tráfego de carroças em quaisquer situações meteorológicas”. Foi previsto também “calçadas laterais, bueiros e calhas de granito, bem como o abaulamento da pista, para controle do escoamento das águas pluviais”.
Medindo um comprimento de “30 palmos” (6,60m) de largura, “segura por três ordens de meio-fios, com suplemento de calçada lateral que os seguram e ao mais corpo da obra” e segundo informaria mais tarde o Major Júlio Koeler o seu comprimento era de “uma légua e um quarto” (8.250 metros).
Com o açúcar ocupando primeiro lugar na pauta das exportações, no início do século XIX o café já despontava como seu forte concorrente. Era necessário adaptar a região de estradas carroçáveis, e não depender só do transporte dos tropeiros, iniciando no velho “Caminho Novo do Inhomirim”, até então a única via oficial de ligação entre Minas Gerais e a Corte seu “empedramento”, facilitando a passagem de carros de tração animal.
Em julho de 1809, S. A. o Príncipe Regente D. João visitou essas obras na Baixada Fluminense já no seu término, e apesar do longo tempo exigido para sua realização em virtude das dificuldades encontradas, fez questão de conhecer o trabalho que ordenara, transformando o antigo caminho lamacento em “calçada de pedra”. Elogiou o esforço de todos e promoveu o já então major Aureliano ao posto de tenente-coronel, que por mais de sete anos morou naquele “sertão” (Serra da Estrela), 1882/1889, até o término da obra.
Hoje quem visita esta estrada, se encanta com as condições de preservação em que se encontra. Exatamente igual a 200 anos atrás quando foi construída, graças ao período em que ficou protegida pelo exército, durante sua ocupação com a instalação da Fábrica de Pólvora.
ESTRADA DA TAQUARA - Incorporadas às atuais estradas ou perdidas nas matas que retomaram seu antigo lugar, esses caminhos são hoje os testemunhos vivos de nosso passado de Brasil Colônia, quando o ouro e as pedras preciosas desciam das minas gerais através da Baixada Fluminense, ou o café durante o período do Império.
Caminhos de referência aos viajantes que partiam da Corte em direção ao interior da Província, assistiram durante o século XIX a descida das mulas gemendo ao peso do café, do fumo, dos queijos e do açúcar. Por eles subiam as tropas carregadas de ferramentas, louças, roupas, bijuterias, vinhos, sal e azeite. “Era um movimento contínuo de grandes comitivas com sua escravatura, seus cavalos e bestas ricamente ajaezadas”. Dentro desse cenário surgiu a Estrada da Taquara.
Servindo de variante para a subida da Serra, ia encontrar-se com o Caminho de Inhomirim na região de “Córrego Seco”, hoje Petrópolis. Após um percurso de cerca de oito quilômetros, passava em frente a sede da Fazenda São Paulo, engalanada por uma alameda de palmeiras que se agitavam ao vento. Em seguida mais dois quilômetros e atingia a Fazenda da Taquara seguindo em direção a raiz da Serra da Estrela em seu lado Oeste.
Não temos registros sobre esse calçamento, ainda que tosco, mas acreditamos que foi também durante o período do Império quando era grande o transito de homens e animais entre Serra Acima e Serra Abaixo, e que resistem até hoje como provam os vestígios deixados em toda a sua extensão até atingir Petrópolis, no encontro com o Caminho do Inhomirim no bairro que recebeu o seu nome: Taquara.
Na segunda metade do século XVIII, abriu-se uma ligação dessa estrada com o Caminho do Pilar ou Caminho Novo de Garcia Paes, que ia encontrar-se entre as sedes das fazendas de São Paulo e da Taquara, aumentando as opções para os viajantes que partiam do Porto do Pilar e o Porto de Estrela, seguindo ou chegando ao interior da Província, segundo o estado dos caminhos.
Segundo um mapa que nos foi oferecido gentilmente pelo jovem historiador Edson Ribeiro datado de 1850 intitulado: “Carta Topográphica e Administrativa da Província do Rio de Janeiro”, vê-se assinalada a Estrada da Taquara iniciando-se no Caminho do Inhomirim, bifurcando-se para a direita e terminando no encontro do mesmo caminho na região de Córrego Seco, hoje Petrópolis.
Em pesquisas colhidas pelo historiador Luis de Oliveira, sobre o então primeiro tenente engenheiro Julio Frederico Koeler que dirigia os trabalhos de construção da futura Petrópolis, este apresentou um relatório em 1835 ao Presidente da Província, descartando obras nessa estrada devidos aos “limitados recursos pecuniários”, e assim se pronunciando: “Vai do Pilar ou Porto da Estrela pelo engenho da Tacoara, Serra dos Três Irmãos, fundo da Fábrica de Pólvora, sai no Córrego Seco; deve-se abandonar de fato”.
Entretanto, em 1841 o Governo interessou-se pela recuperação dessa estrada como vemos no Relatório apresentado pelo mesmo então major Koeler, conforme assinala Luis de Oliveira: “informava ter levantada a planta da Estrada do Córrego Seco à Taquara, representando o seu conceito sobre a importância dessa via de comunicação que com o passar do tempo voltara a ser procurada”.
RELATÓRIOS DA PROVÍNCIA – Baseando-me nos textos publicados nos “Relatório da Província”, e colhidos por Edson Ribeiro, incansável estudioso dos caminhos do passado na região sudeste, vemos referencias a essa estrada:
No ano de 1849: “Carece de melhoramentos o caminho que segue da Vila da Estrela a Petrópolis pela Serra da Taquara e que vai ter à Freguesia do Pilar”.
No ano de 1850: “Caminho da Serra da Taquara. O mau estado em que se achava esse caminho de reconhecida utilidade, quer para a colônia, quer para os fazendeiros que por ela exportam os produtos de sua lavoura, reclamava alguns reparos importantes, especialmente na parte compreendida entre a fazenda de Joviano Varela e o Alto do Imperador. Com o resultado de uma subscrição promovida por vários fazendeiros, deu-se princípio a esses reparos em outubro passado e já em dezembro estava o dito caminho muito melhorado”.
Em 1858: “Os reparos do Caminho da Taquara desde a Raiz da Serra até o Alto do Imperador estão quase concluídos e espero que a despesa não exceda a 3:000$, concedida pela Lei nº. 1.869 de 1857”.
Em 1859: “Estrada da Taquara. Os reparos dessa estrada, que vão desde aquele ponto ao Alto do Imperador, acham-se confiados aos cidadãos Domingos Antonio Bello e Henrique Isidoro Xavier de Brito, havendo-se despedido até agora a quantia de 7:000$”.
Em 1870: “Portaria de 22 de abril de 1869, mandou a diretoria proceder aos reparos precisos com urgência dede a raiz da Serra da Taquara até o alto do Quitandinha, nas raias das terras coloniais de Petrópolis. Contratou-se então por empreitada com o Ten. cel. Henrique Isidoro Xavier de Brito pela quantia de 14:000$. Não consta que tenham tido começo as obras, pois o engenheiro do Distrito nada diz, apesar das ordens em contrário”.
Em 1871: “Estrada da Serra da Taquara. Recebidas em agosto de 1871 as obras de reparo da ponte compreendida entre o Alto e o Campo do Quitandinha em um ponto denominado Caxoeira, que estavam a cargo do Cel. Henrique Izidoro Xavier de Brito. Havia também obras na Estrada do Taquarussú ao Inhomirim e Rio Taquara (desobstrução e canalização)”
PERCORRENDO A ESTRADA – Respondendo ao requerimento de D. Anna Quitéria Joaquina de Oliveira, viúva do Coronel Luiz Álvares de Freitas Bello, fazendeiro e negociante na Taquara, dirigida ao Intendente Geral da Polícia, Paulo Fernandes Vianna em 1809, o coronel Aureliano de Souza e Oliveira, encarregado da obra da Serra em texto colhido por Luis de Oliveira assim se manifestou:
“Passei logo que me foi possível ao território da Tacuara a correr todas as estradas, caminhos e portos que servem aqueles moradores e fazendeiros para suas exportações...havendo ali uma Estrada Geral muito pública , que descendo da serra da Tacuara passa pelo mesmo território, e vem ao Porto da Estrela...onde tem toda comodidade e prontos meios de transportes.
Advirto, contudo que o Caminho Geral que aponto primeiro, carece de ser consertado em alguns passos como os mesmos povos o desejam; para cujo fim convocados que fosse a dar quarenta escravos pelo tempo de três semanas, esses debaixo da direção de algum hábil fazendeiro faria um serviço vantajoso e útil ao público”.

“Quinze de setembro de oitocentos e nove.
Aureliano de Souza Oliveira -
Tenente Coronel encarregado da obra da Serra”.

Aqui vemos que o coronel Aureliano, sendo responsável pelas obras de calçamento do Caminho do Inhomirim, estava também empenhado em recuperar a Estrada da Taquara no início do século XIX, tudo levando a crer que ela serviu como variante àquele caminho durante o período do ouro, e havia interesse em dar continuidade ao transito durante ciclo do café.
BENS TOMBADOS – Pertencente ao 3º. Distrito de Duque de Caxias, o bairro da Taquara teve recentemente seus bens históricos tombados pelo Município, através do Conselho Municipal de Cultura baseando-se na Lei Orgânica dessa Cidade:
1º. – Museu Histórico da Duque de Caxias (antiga Fazenda São Paulo)
2º. – Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Taquara.
3º. – Trajeto da Estrada Real denominado Estrada da Taquara.
Entretanto o Parque Municipal, uma reserva biológica pertencente à Floresta Atlântica denominado da Taquara, de responsabilidade da Prefeitura, está totalmente abandonado. Não há fiscalização e o corte de árvores é freqüente, ferindo frontalmente a biodiversidade da região e preocupando parte de seus moradores que dependem da água para sua sobrevivência, cada vez mais escassa.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Oliveira, Luiz de – “Quatro Caminhos de Pedra que Cruzam a Região Petropolitana” – Revista IHGB – 1985 – RJ.
Pizarro e Araújo, José de Souza Azevedo – “Memórias Históricas do Rio de Janeiro” – INL – Imprensa Nacional – 1945 – Rio.
Lazaroni de Moraes, Dalva – “Esboço Histórico e Geográfico do Município de Duque de Caxias” – Arsgráfica Editora - D.Caxias, RJ
“Relatório da Província do Rio de Janeiro” - anos: 1849, 1850, 1858, 1859, 1862, 1870, 1871
Kroker, Frei Aniceto - “Inhomirim, 250 anos de Paróquia” Ed. Vozes, 1956.
Macedo, Edson – Apostilas e mapas fornecidos referentes à região da
Taquara – 2007