terça-feira, 12 de outubro de 2010

BAIXADA ESPECIAL - ELEIÇÕES 2010

LINDBERG COMANDA
CARREATA DE DILMA


Vinte e quatro horas depois do TSE anunciar o resultado da eleição presidencial, o agora senador eleito Lindberg Farias vingou-se do “gelo” que recebeu do governador Sérgio Cabral e do comando da campanha de Dilma Rousseff, depois de mostrar a Lula e a direção do PT os erros da campanha, entre os quais o desprezo pelos eleitores da Baixada Fluminense. Nas contas do ex-prefeito de Nova Iguaçu, Dilma veio ao Rio de Janeiro oito vezes, mas limitou seus encontros à agenda preparada por Sérgio Cabral, que lutou até às 17 horas do dia três para eleger o candidato do seu coração, o presidente licenciado da Alerj, Jorge Picciani. Em momento algum, o “gênio” Sérgio Cabral reconheceu a importância da Baixada, onde ele ainda não fez praticamente nada, para a campanha da candidata governista.
Vitorioso na sua investida, na quarta (6), levando a reboque o senador reeleito (contra a vontade de Sergio Cabral) Marcelo Crivella o próprio governador e outros líderes da bancada governista do Rio de Janeiro, Lindberg Faria desfilou pela primeira vez pelas ruas de Duque de Caxias ao lado de Dilma Rousseff, coisa que Cabral nunca permitiu no primeiro turno. Depois disso, qualquer que seja o resultado das urnas no dia 31, Lindberg Farias se coloca como um novo líder político da Baixada e, com um mandato de oito anos como senador, um candidato em potencial para disputar o Palácio Guanabara em 2014, logo depois da Copa do Mundo e antes das Olimpíadas. Se ele será eleito, só combinando com o eleitorado da Baixada, capaz de virar qualquer pesquisa!

EX-TERRORISTA QUER SER
INDENIZADA PELO GOVERNO


Está paralisado no gabinete do presidente da Comissão de Anistia, em Brasília, um processo que vinha sendo encaminhado no maior sigilo. Ele tem o nº 2002.01.13016 e quem o subscreve, em 2002, portanto há menos 7 anos, pede para ser indenizado, como anistiado político, por ter sido preso, condenado e cumprido três anos de cadeia. Integrante de organizações terroristas durante o Governo militar, esse personagem participou de diversos atos terroristas, como seqüestro, assalto e latrocínio, tudo a serviço de uma “causa”. Embora derrotado, o grupo a que pertencia essa figura emblemática vem conseguindo polpudas indenizações do Tesouro, fato que chamou a atenção não só do Ministério Público Federal, como do Tribunal de Contas da União, pois, enquanto a Justiça comum considera o teto de R$ 100 mil reais como o máximo de indenização por danos morais, alguns dos anistiados conseguem receber “atrasados” de mais de R$ Um milhão de reais, além de pensões de alguns milhares de reais, bem acima do que recebem os milhões de aposentados pelo INSS, mesmo os que contribuíram, durante 25 a 35 anos, com até 20 salários mínimos por mês.
Quem tiver curiosidade de descobrir quem é a pessoa que, depois de tres anos de cadeia pela prática de diversos crimes, todos tipificados no Código Penal, pretende uma milionária indenização do Governo Federal (com o nosso dinheiro), basta pesquisar na Internet o Processo nº 2002.01.13016. Como aquele comercial, simples assim!

RÁPIDAS

• Como o blog antecipou, a decisão sobre a validade da lei que exige Ficha Limpa dos candidatos está nas mãos de Lula, pois o Supremo Tribunal Federal só conta com 10 ministros e, por isso, a decisão do caso Joaquim Roriz foi parar no arquivo morto do tribunal, mesmo o regimento interno prevendo que, em caso de empate, a decisão final será contrária aos autores do recurso, no caso, o ex-governador de Brasília e mentor intelectual e político do desastrado José Roberto Arruda, o “Homem dos Panetones”.
Por conta da omissão do STF e de Lula, só quando for empossado um novo ministro, completando o quadro de 11, o STF voltará a discutir a Ficha Limpa. Com isso, os resultados das eleições de três de outubro serão provisórios, pois há inúmeros casos de candidatos barrados pelo TSE e que disputaram e venceram as eleições. Como seus registros estão “sub judice”, se o STF julgar de forma contrária aos recursos, seus votos serão considerados nulos, o que invalidaria as eleições para governador ou e senador onde houve impugnações de candidatos, e modificaria a composição das bancadas na Câmara Federal e nos estados.
• Exemplificando, vejamos o caso do Partido Republicano, presidido pelo ex-
governador Anthony Garotinho. Se o TSE confirmar a perda dos direitos políticos decidida pelo TRE/RJ, os quase 800 mil votos de candidato serão considerados nulos. Com isso, haverá uma nova distribuição de cadeiras, com base no novo cociente eleitoral como determina a legislação. Ainda no Rio de Janeiro temos os casos de outros deputados que concorreram com base em medidas liminares. Se perderem no TSE, só restará o STF e o resultado definitivo das eleições ficará para as calendas.
• Como o Presidente Lula tem entre seus mais fiéis escudeiros nomes inatacáveis como Jader Barbalho, Renan Calheiros, Fernando Collor e Paulo Maluf, bastará indicar um jurista que tenha, de público, condenado a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições do último domingo para que os “fichas sujas” partam para o abraço e joguem o projeto, apoiado por mais de quatro milhões de leitores de todo o País, na cesta de lixo, tal e qual o governo do estado está fazendo com a lei das sacolas plásticas, que continuam sendo utilizadas pelos supermercados sem que o Inea se manifeste.
• Diante dessa circunstância – em que o chefe do Poder Executivo pode interferir no resultado de um julgamento no Poder Judiciário, alguns ministros se movimentam no sentido de convencer ao presidente do STF, Cezar Beluzo, que poderia dar o voto de desempate em favor da interpretação do TSE, isto é, pela aplicação da lei da Ficha Limpa, o que poderá ocorrer no julgamento do recurso do deputado Jader Barbalho, que concorreu a uma cadeira de senador pelo Pará.
• Barbalho teve o seu registro negado pelo TSE, por haver renunciado, anteriormente, ao mandato de senador para não ser cassado por quebra do decoro, quando foi acusado de desviar recursos da Sudam para aplicação numa de suas fazendas, onde seria construído um ranário para exportação. O dinheiro sumiu
e o ranário nunca existiu!
• A carreata de Dilma Rousseff pelas principais ruas de Duque de Caxias mostrou aos eleitores as primeiras conseqüências dos resultados das urnas do dia três. Além de antigos aliados, como Alexandre Cardoso, Sérgio Cabral e Jorge Picciani, lá estava o presidente da Câmara do município, o vereador Mazinho (foto).
• A presença do tucano, que desafiou a direção do PSDB bancando a campanha a deputado estadual do ex-vereador Laury Villar Filho, revela a formação de um novo grupo político na cidade, que conta com o patrocínio do milionário (em votos, claro!) deputado federal Alexandre Cardoso, disposto a mudar a correlação de forças políticas no município, saindo da polarização Zito – Washington Reis com vistas às eleições de 2012.
• Para quem chegou agora e quer se sentar ao lado da janela é bom lembrar que Mazinho tem longa ligação com Alexandre Cardoso. Na década de 90, a dupla conseguiu montar em Duque de Caxias a Rádio Quarup, que formou a maioria dos profissionais do microfone que hoje atuam nas rádios comunitárias da Baixada.
• Também faz parte do passado recente de Mazinho o rompimento com Alexandre Cardoso, quando foi convidado por Zito, no seu primeiro Governo, para ocupar a Secretaria de Serviços Públicos. À época, o atual presidente da Câmara era secretário geral do PSB no município e precisou se desligar do partido por exigência do deputado Alexandre Cardoso, que não queria oficializar o envolvimento direto do partido com o Governo Zito.
• Mazinho também foi Secretário de Comunicação da Prefeitura de Caxias e participou do Governo de Narriman Zito, em Magé. Na reta final da última campanha, com o rompimento com Zito, Mazinho restabeleceu a parceria política com Alexandre Cardoso para reforçar a campanha do ex-vereador Laury Villar que, por enquanto, é um dos suplentes da bancada do PSDB na Alerj.
• Assim, a presença de Mazinho na carreata de Dilma Rousseff em Duque de Caxias não foi surpresa para quem acompanha as idas e vindas da política local, em que os “casamentos indissolúveis” se esvaem na primeira rusga, como foi o caso Laury-Zito.
• Esta quarta (13), embora não seja uma sexta-feira, será de muita expectativa na vida política de Duque de Caxias, quando o Governo reiniciar as suas atividades depois do feriadão do “Dia da Criança”. O prefeito deverá reunir o secretariado para fazer uma avaliação dos resultados da eleição, em que conseguiu reeleger a filha como deputada federal e emplacou a esposa como deputada estadual. O problema é a pífia votação das duas diante da expectativa do prefeito, que, como presidente do PSDB fluminense, pretendia anunciar uma votação avassaladora.
• Por conta desses resultados, é tida como certa uma mexida no secretariado, com a necessária dança das cadeiras. Uma das mais ameaçadas é a da Saúde, onde o agora deputado federal Washington Reis
continua com forte influência, especialmente no Hospital Moacyr do Carmo, inaugurado por Lula e Sérgio Cabral às vésperas das eleições de 2008.
• Outro assunto em pauta será a campanha do segundo turno. A votação de Marina não frustrou só o sonho de Lula, mas de muita gente que não morre de amores por José Serra mas terá de pegar no andor em busca de votos para o próximo dia 31.
• Na única vez que fez campanha em Duque de Caxias, deu para José Serra sentir o “clima” de apatia entre os tucanos fluminenses, que preferiam Aécio Neves e fizeram corpo mole na eleição para governador, em que o PSDB indicou o vice de Gabeira. Agora, no segundo turno, é tudo ou nada, pois não restará pedra sobre pedra do tucanato do Rio de Janeiro em caso de vitória de Dilma. Afinal, sem as benesses dos Palácios Guanabara e do Planalto, os tucanos não sabem como fazer política neste Estado.

MARINA PERDOARÁ
OFENSAS DE DILMA?
Faltando três dias para o inesperado (principalmente para Lula) primeiro turno da eleição presidencial, o site oficial da candidata Dilma Rousseff postou uma charge em que a sua ex-colega de governo e ex ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, era “pintada” como uma candidata de um tema só, o meio ambiente, pois as pesquisas de opinião davam como certa a vitória da candidata do PT já no primeiro turno. Os 20% dos votos, algo em torno de 20 milhões de sufrágios, demonstraram que Marina Silva estava no caminho certo e que há no eleitorado uma espécie de cansaço sobre a vida política do País, que vem sendo tisnada a todo o momento como escândalos como o do mensalão, que rendeu um volumoso processo criminal em que 40 dos mais próximos auxiliares de Lula foram denunciados pelo Ministério Público Federal, a começar pelo deputado cassado José Dirceu, que ameaça se tornar a eminência parda de um possível governo de Dilma Rousseff. Não pode ficar de fora da lista de “achados” do Governo Lula a corrupção nos Correios, denunciada da tribuna da Câmara pelo então deputado federal Roberto Jefferson, que resultou no processo do Mensalão e dos 40 ladrões. O mais recente escândalo envolveu a ex-braço direito de Dilma, Erenice Guerra, que empregou toda a família no Governo para faze advocacia administrativa. Quando o escândalo veio à tona através de denúncia da revista “Veja”, Lula disse que tudo não passava de futrica da oposição. Quanto o filete se transformou numa pororoca política, Lula não conversou e despachou a ex-amiga de Dilma para o inferno astral, com a mesma rapidez com que se livrou de José Dirceu, José Genoino, Marcelo Sereno e outros menos conhecidos, mas que integram a lista em poder do Ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal.
E agora, Dilma? Vai pedir desculpas a Marina ou vai continuar de salto alto, tripudiando sobre aqueles que a candidata do PT considera inimigos?

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