quarta-feira, 11 de junho de 2014

RENAN DEFENDE AS PRERROGATIVAS DO CONGRESSO EM POLÍTICAS SOCIAIS
 O presidente do Senado, Renan Calheiros, informou nesta terça-feira (10) ter conversado com a presidente Dilma Rousseff sobre o decreto que criou a Política de Participação Social e o Sistema de Participação Social. Para Renan, embora o tema seja meritório, a medida não devia ter sido tratada em decreto.
- Quem representa o povo é o Congresso Nacional e, por este motivo, o ideal é que a proposta seja enviada através de um projeto de lei ou mesmo através de uma medida provisória, para que seja aqui aprimorada – afirmou Renan, ressaltando que havia transmitido sua opinião a Dilma.
O Decreto 8.243/2014, editado no final de maio, consolida a participação social como método de governo e fortalece instâncias como os conselhos e as conferências. Para grande parte dos senadores, muitos dos quais se pronunciaram em apoio a Renan, a iniciativa da presidência usurpa atribuições do Legislativo. Por esse motivo, tanto na Câmara quanto no Senado foram apresentados projetos de decreto legislativo para sustar o decreto. No Senado, o texto (PDL 117/2014) foi apresentado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
- Há o entendimento de que essa medida não significa avanço, especialmente em razão da forma adotada. Temos que discutir, sim, a participação popular em todos os níveis, mas essa discussão se trava aqui no Congresso Nacional – argumentou Alvaro Dias, que elogiou a reação rápida do presidente do Senado.
Pedro Taques (PDT-MT), relator do projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), criticou duramente o decreto. Para ele, esse tipo de instrumento não pode criar atribuições para a administração, que só é autorizada a fazer aquilo que a lei prevê.
- Decreto não é lei. Decreto serve para minudenciar, esclarecer, estabelecer o que está na lei. Esse decreto chega às raias da inconstitucionalidade desvairada, chapada, evidente – criticou o senador.
O pronunciamento de Renan recebeu o apoio de outros senadores. Ana Amélia (PP-RS) se disse confiante com a reação do Senado. Waldemir Moka (PMDB-MS) felicitou Renan pelo posicionamento e classificou o decreto como “inaceitável”.
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Inácio Arruda (PCdoB-CE) também discordaram da forma de apresentação da nova política, mas lembraram que a ampliação da participação popular é essencial para o país. Randolfe defendeu a aprovação, pelo Congresso, de um projeto sobre o tema.
- Espero que o Congresso Nacional aprove, e não criminalize, não demonize, não rotule, como eu tenho visto alguns tentando rotular e demonizar – lembrou Randolfe. (Agência Senado)

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