quarta-feira, 27 de agosto de 2014

FEUDUC TEM ATÉ  3 DE OUTUBRO
PARA EQUACIONAR SUAS CONTAS 
A atual administração da FEUDUC – Fundação Educacional de Duque de Caxias – tem até o dia 3 de outubro para apresentar à Justiça do Trabalho um organograma de pagamento do seu passivo trabalhista, estimado em R$ 5 milhões, além das dívidas com outros credores, inclusive INSS, FGTS e outros tributos. Como parte do esforço na nova direção, o prefeito Alexandre Cardoso participa nesta quinta-feira (28) de uma reunião, onde apresentará um levantamento dos créditos da Feuduc, inclusive os aluguéis atrasados há 10 anos das salas ocupadas por uma escola municipal e das bolsas de estudos concedidos e não pagos pela Secretaria Municipal de Educação nesse período. O prefeito deve apresentar uma proposta de parceria, em que a Feuduc poderia criar cursos técnicos profissionalizantes a nível de Ensino Médio e Universitário.
Na reunião realizada no Tribunal Regional do Trabalho, na última quinta-feira (21), a Procuradoria Geral do Município se comprometeu a realizar o pagamento dos atrasados, estimado em R$ 1 milhão de reais, como primeiro passo para levantar o sequestro e bloqueio de bens e contas bancárias da instituição, determinadas peal Justiça do Trabalho para garantir o pagamento das indenizações pleiteadas em cerca de 150 processo
Enquanto a situação trabalhista não se resolve em definitivo, a nova direção da Feuduc solicitou ao Ministério Público do Estado, responsável pela fiscalização da instituição, uma auditoria completa para avaliar a atuação das antigas diretorias, cujos integrantes devem responder, solidariamente, pelo ressarcimento de possíveis prejuízos sofrido pela Feuduc, que desde 2004 vem enfrentando uma grave crise em face dos desmandos dos antigos dirigentes.
Ente as queixas dos ex alunos e ex professores estão a cobrança de taxas para registro dos diplomas, o uso de segurança privada para impedir a entrada no campus de dirigentes do Centro Acadêmico, o não recolhimento das contribuições descontadas dos empregados, inclusive FGTS, a não prestação de contas ao Ministério Público Estadual, a quem cabe fiscalizar o funcionamento das fundações privadas no Rio de Janeiro.
Os problemas na Feuduc, fundada em 1968 pelo prefeito Moacyr do Carmo, já falecido, há muito tempo vem ocupando a mídia, não pela qualidade do ensino e da pesquisa sobre a História da Baixada, em se tratando da única Faculdade do Grande Rio que instituiu a cadeira de História da Baixada Fluminense no currículo do Curso de História, que forma professores para o ensino da matéria no Ensino Médio no Rio de Janeiro.
O motivo de tantas notícias são as trapalhadas da antiga gestão. No dia 20 de setembro de 2011, o jornal Exta informava o seguinte:
Dívidas, atrasos na entrega de diplomas e evasão de professores. O cenário na Fundação Educacional de Duque de Caxias (Feuduc) mostra a crise vivida pela faculdade que, há 42 anos, tem como lema a inclusão social.
Desde 2009 sem receber salário integral, a professora de Arqueologia do Departamento de História, Jeanne Cordeiro, afirma que falta transparência com os funcionários:
— Ficamos até dois meses sem receber. Depois recebemos frações de pagamento. Alguns professores faltam porque não têm passagem. Eles não dão uma palavra há mais de dois anos. Nunca vi um balanço, nem relatório.
Com o atraso, muitos professores deixaram a instituição. Alguns foram demitidos sem quaisquer direitos trabalhistas e recorreram à Justiça. Foi o que aconteceu com Marlúcia Santos de Souza, demitida há três anos, após trabalhar por 15 na faculdade.
— Tínhamos cinco meses de salários atrasados, não recebemos         nada.
Formada em 2009 e interessada numa especialização, Giselle dos Santos, de 25 anos, precisou usar meios legais para conseguir o diploma.
— Disseram que ficaria pronto em seis meses. Depois pediram mais seis — conta a jovem, que conseguiu o documento em junho deste ano.
Já o estudante Ricardo Fonseca não teve a mesma sorte. Há mais de dois anos, ele tenta pegar o documento:
— Alegam que o diploma tem que ser mandado para a Universidade Rural.

Segundo a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a emissão dos diplomas de instituições externas ocorre a partir da solicitação destas e os pedidos são atendidos, em média, num prazo de quatro meses.

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