quarta-feira, 26 de novembro de 2014

GOVERNO VAI MANTER OBRAS NA BAIXADA SOB SUSPEITAS DO TCU 
Para senado do PMDB, paralisar as
obras aumentaria o prejuízo do Governo
O coordenador do Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI), Valdir Raupp (PMDB-RO) disse acreditar que a “grande maioria” das obras que, segundo o TCU - Tribunal de Contas da União -, apresentaram indícios de problemas com recomendação de paralisação (IG-P) serão mantidas. Das 58 obras apontadas pelo TCU com indícios de irregularidades graves, nove obtiveram essa recomendação.
Quatro delas foram debatidas, hoje (26), em audiência pública que contou com a participação de representantes de órgãos públicos envolvidos e do TCU: a construção da Vila Olímpica em Parnaíba (PI); a implantação e pavimentação em trechos da BR-448, no Rio Grande do Sul; a construção do Complexo Materno em Teresina (PI); e o controle de inundações, urbanização e recuperação ambiental das bacias dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí, na Baixada Fluminense (RJ).
TCU contesta volume de dragagem  no rio
Iguaçu, na Baixada Fluminense
“Cada obra com tratamento diferenciado, mas acredito que a grande maioria delas terá continuidade para que não haja nenhum prejuízo, principalmente entre as já executadas ou parcialmente executadas”, disse o senador, que ainda não definiu a data para a entrega do relatório. Das obras debatidas, a “mais complexa”, segundo Raupp, é a da Vila Olímpica Parnaíba, que está com 2% da obra executada, mesmo sem os estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira aprovados.
No projeto, estava prevista a construção de um estádio que não será mais executada. "Das obras não iniciadas, essa é a que me pareceu a mais complexa. Era um projeto maior, de R$ 200 milhões, que está sendo diminuído para R$ 16,5 milhões [após a retirada do estádio desse projeto], restando apenas a vila olímpica”, disse o senador.
Saiba Mais
Representando o Ministério do Esporte, Emmanuel Braz destacou a relevância que a vila olímpica terá para os moradores da região. “Essa é uma obra que trará grandes benefícios e legados para a região. Será um complexo de equipamentos esportivos com quadras e piscinas. Há, nas proximidades, sete empreendimentos do Minha Casa Minha Vida. Portanto atenderá ao anseio local”, disse Braz.
Já as obras de implantação e pavimentação da BR-448 estão 100% concluídas. De acordo com o TCU, nela foram encontrados indícios de superfaturamentos decorrentes de itens pagos em duplicidade; preços excessivos frente ao mercado; reajustamentos irregulares; e quantitativos inadequados. Para Raupp, tais apontamentos poderão resultar em ressarcimento aos cofres públicos.
Outra obra debatida na comissão foi o controle de inundações, a urbanização e recuperação ambiental das bacias dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí, na Baixada Fluminense (RJ), a cargo do INEA, autarquia vinculada à Secretaria Estadual do Ambiente. O secretário de Fiscalização de Obras de Energia, do TCU, Rafael Jardim, destacou que o empreendimento apresentou um projeto básico deficiente, gerando “incertezas” em relação ao custo da obra e aos serviços de drenagem e aprofundamento do Rio Sarapuí.
Com as análises do TCU, o valor previsto baixou de R$ 112 milhões para R$ 107 milhões ainda na licitação, frisou Jardim. Segundo ele, o TCU ainda decidirá a maneira adequada para fazer a rescisão do contrato. “A incerteza sobre como os recursos de dragagem seriam medidos torna impossível medir e demonstrar qual teria sido o volume dragado, tornando quase certo malefício ao princípio fundamental do controle”, argumentou. 

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