EX-GERENTE DA PETROBRÁS
SERÁ OUVIDA NESTA TERÇA
A ex-gerente da Diretoria de Refino e Abastecimento da
Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, que disse ter alertado a cúpula da
Petrobras sobre irregularidades e desvios na estatal, vai prestar depoimento à
Justiça Federal do Paraná nesta terça-feira (3). O juiz Sergio Moro, que é
responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância,
aceitou nesta quinta (29 que o Ministério Público substituísse o depoimento do
executivo João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, apontado como
laranja de Alberto Youssef e responsável por gerenciar as contas do doleiro na
Suíça, pela oitiva de Venina.
Em dezembro, a ex-gerente já havia prestado os primeiros
esclarecimentos ao Ministério Público e confirmado que os altos diretores da
companhia, incluindo a presidente da Petrobras, Graça Foster, foram avisados
previamente por ela e sabiam pelo menos desde 2009 de irregularidades na
estatal. Venina prestou esclarecimentos na condição de testemunha de acusação
e, sob juramento, apresentou às autoridades notas fiscais, cópias de e-mails,
atas de auditoria, relatórios internos da petroleira e deixou com o Ministério
Público até seu próprio computador pessoal, com detalhes de como foram
celebrados contratos na companhia.
De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, Venina
começou a suspeitar de problemas quando percebeu que os gastos com pequenos
contratos de prestação de serviços avançaram de 39 milhões de reais para 133
milhões de reais em 2008, sem razão clara. Em sua apuração interna, a gerente
detectou que a estatal estava pagando por serviços de comunicação que sequer
estavam sendo prestados. Sua primeira atitude foi informar Paulo Roberto Costa,
seu superior direto, e pedir mais rigor na fiscalização dos contratos. Paulo
Roberto Costa, segundo Venina, apontou para o retrato de Lula em sua sala e
perguntou: "Você quer derrubar todo mundo?". A gerente então
encaminhou as denúncias ao presidente Gabrielli que, após auditoria interna,
acabou demitindo o diretor de Comunicação, Geovanne de Morais.
Conforme o jornal, a diretoria atual da Petrobras não impediu um esquema de desvio de milhões de reais no exterior, causado pelo pagamento de comissões extras a negociadores de óleo combustível, os traders. A informação tem como base documentos internos e mensagens encaminhadas por Venina. Segundo a publicação, os negociadores da Petrobras vendiam petróleo a um valor mais baixo, recebendo, por fora, comissões dos compradores — o que prejudicava os resultados da empresa.
Conforme o jornal, a diretoria atual da Petrobras não impediu um esquema de desvio de milhões de reais no exterior, causado pelo pagamento de comissões extras a negociadores de óleo combustível, os traders. A informação tem como base documentos internos e mensagens encaminhadas por Venina. Segundo a publicação, os negociadores da Petrobras vendiam petróleo a um valor mais baixo, recebendo, por fora, comissões dos compradores — o que prejudicava os resultados da empresa.
Os traders beneficiados atuavam em Cingapura, onde Venina
trabalhou, e também em outros escritórios da petroleira no exterior. Apesar das
denúncias, esses negociadores não foram descredenciados pela estatal, mas
receberam suspensões temporárias e voltaram a trabalhar. Já Venina teve seu
salário cortado em aproximadamente 40% e foi afastada do cargo.
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