segunda-feira, 7 de agosto de 2006

BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

ÔNIBUS DOS SANGUESSUGAS:
GABEIRA ACUSA EX-MINISTROS

Sub-relator da CPI dos Sanguessugas, o deputado Fernando Gabeira, do PV, acusou nominalmente, nesta segunda-feira (07/08) dois deputados do PSB, que ocuparam o Ministério da Ciência e Tecnologia, por desvios de recursos do Programa de Inclusão Digital, que promove cursos de informática em unidades móveis, montadas sobre chassis de ônibus. São acusados por Gabeira os deputados Roberto Amaral e Eduardo Campos, que ocuparam aquela pasta no atual Governo e que liberaram mais de R$ 4 milhões para a compra das unidades móveis, que Gabeira estimou em cerca de 300 mil reais cada uma. Segundo Gabeira, foi a Planam, empresa-mãe da Máfia dos Sanguessugas, quem vendeu os ônibus ao governo federal para servirem ao programa chamado “Inclusão Digital”. Como intermediário da liberação do dinheiro, Gabeira cita o ex-Secretário de Inclusão Digital do ministério, Rodrigo Rolemberg, candidato a deputado federal pelo PSB de Brasília. “Tenho certeza que por conta disso foi parar dinheiro no bolso de parlamentares” acusou Gabeira. “Eles (o PSB) transformaram a Ciência e Tecnologia em coisa de compadre. Isso é escandaloso”. Outros dois ex-ministros que devem explicações à CPI: Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB-MG), ambos da Saúde onde os sanguessugas fizeram a festa com a venda superfaturada de ambulâncias. Eduardo Campos e Humberto Costa disputam o governo de Pernambuco.

► Luiz Antônio Vedoin, um dos chefes da Máfia das Ambulâncias, entrega nesta terça-feira (08/08) à CPI dos Sanguessugas cópias de cheques e comprovantes de depósitos que agravam a situação já complicada de parlamentares envolvidos.
► Enquanto isso, em Rondônia, a Polícia Federal e setores do Ministério Público abriram uma frente para convencer Lula a decretar intervenção federal naquele Estado. Por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), estão presos até agora 23 acusados, entre eles o presidente da Assembléia, José Carlos de Oliveira (PSL), o Carlão, suposto líder do esquema, e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sebastião Teixeira Chaves.
► A prisão dos presidentes da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Justiça de Rondônia, levados algemados em camburões da Polícia Federal, deixou preocupados os deputados envolvidos com a Máfia dos Sanguessugas, pois o Supremo Tribunal Federal pode determinar a prisão dos envolvidos a qualquer momento. O medo aumentou depois que a Ministra Carmem Lúcia Antunes, do Supremo Tribunal Federal, negou os pedidos de relaxamento de prisão dos presidentes do Tribunal de Justiça, Sebastião Chaves, da Assembléia Legislativa do estado, José Carlos de Oliveira (o Carlão, apontado como chefe da quadrilha que desviou cerca de R$ 70 milhões em recursos públicos), e do ex-procurador-geral de Justiça de Rondônia José Carlos Vitachi. Junto com outras 20 pessoas, os três foram presos na última sexta-feira, acusados de corrupção e desvio de dinheiro público.”
► A máfia dos sanguessugas tinha as senhas individuais de acesso ao orçamento utilizadas por pelo menos 11 parlamentares. Isso é o que revelou, em depoimento à Justiça Federal de Mato Grosso, o empresário Ronildo Medeiros. No depoimento, ele afirmou que Luiz Antônio Vedoin, dono da empresa Planam, também recebera as senhas dos deputados Professor Irapuan Teixeira (PP-SP), Ildeu Araújo (PP-SP), Nilton Capixaba (PTB-RO), Vieira Reis (PRB-RJ), José Divino (sem partido-RJ), Wanderval Santos (PL-SP), Osmânio Pereira (PTB-MG), Edna Macedo (PTB-SP), Elaine Costa (PTB-RJ), João Mendes (PSB-RJ) e Vanderlei Assis (PP-SP).
► Na visita que fez ao lixão de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, nesta segunda-feira (07/08), o deputado Eduardo Paes criticou a omissão dos gestores estaduais, que estão transmitindo a responsabilidade pelo armazenamento do lixo às prefeituras fluminenses. Paes afirmou que vai criar 15 aterros sanitários para resolver o problema do lixo no Estado. Apesar de estar localizado em outro município, o lixão de Gramacho pertence à prefeitura do Rio. Por dia, o local recebe cerca de dez mil toneladas de resíduos, provenientes de toda a região metropolitana.
► “Isso é um grande exemplo da ausência do estado, que delega suas funções aos municípios. Vamos construir 15 aterros sanitários, com padrão respeitado pela Feema e Ministério Público, e níveis de salubridade que permitam que as pessoas trabalhem com dignidade. É inaceitável que isso prossiga sem que o estado tome qualquer atitude, deixando simplesmente nas mãos dos municípios, como se não fosse problema do governo”, analisou Paes.
► Atualmente, 67 dos 92 municípios fluminenses não têm aterro sanitário regularizado. .Os 15 aterros a serem construídos serão baseados no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Nova Iguaçu. O aterro sanitário explora o gás natural extraído da decomposição do lixo e realiza um trabalho de reciclagem de materiais. As condições ambientais e de trabalho do CTR de Nova Iguaçu são incomparáveis às de Gramacho, onde milhares de catadores de lixo sobrevivem da coleta em meio a urubus, insetos e um forte mau cheiro.
► O ex-prefeito de Caxias, José Camilo Zito, também visitou o aterro ao lado de Eduardo Paes e falou sobre os empecilhos colocados pelo governo do estado para a construção de novos locais de despejo de lixo. Na gestão de Zito, o aterro do Jardim Gramacho ganhou um termo de ajuste de conduta, com a intenção de extinguir o local em 2004 e criar alternativas para o despejo dos detritos, mas nada foi resolvido. ► “Esta questão é igualzinha à situação dos transportes, da saúde, entre outras, em que o estado sai, lava as mãos e deixa a responsabilidade para os municípios. Além da coordenação, é preciso investir recursos, colocar dinheiro que às vezes os municípios não têm. A gestão da região metropolitana depende, essencialmente, do estado”, declarou o candidato do PSDB.

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