sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

BAIXADA URGENTE - ESPECIAL

VIGILÂNCIA SANITARIA FECHA
O “DUQUE” PELA SEGUNDA VEZ

Em apenas 60 dias, o Hospital Duque de Caxias é fechado pela segunda vez.

Por apresentar elevado risco para a população, o Hospital Municipal Duque de Caxias será fechado para reforma nesta segunda-feira (02) As péssimas condições da unidade foram identificadas pela Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, em inspeção que aconteceu no dia 2 de setembro de 2008, classificando também a unidade como insatisfatória para o atendimento. No dia 12 de dezembro, o CREMERJ - Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio - divulgou um outro laudo, confirmando as péssimas condições das instalações e a falta de pessoal, o que motivou o pedido de demissão da diretora-técnica, Dra. Tânia Mara de Oliveira Sarandy, resultando na interdição do hospital e na remoção dos pacientes para o Moacyr do Carmo e Adão Pereira Nunes, mais conhecido como Hospital de Saracuruna.
De acordo com o laudo da Vigilância Sanitária estadual, o “Duque”, inaugurado em agosto de 1968, não tem hoje condições adequadas de higiene e de conservação, além de não ter equipamentos mínimos necessários para seu funcionamento. A falta de normas de biossegurança e recursos humanos foram outros itens apontados na conclusão do documento de inspeção.
Segundo a própria Secretaria de Saúde do município reconhece, desde janeiro o Governo buscou resolver os problemas apontados pela Vigilância Sanitária do Estado, mas o estado de abandono da unidade nos últimos anos impôs uma intervenção maior.
“Não podemos colocar a vida da população em risco, pois o laudo é conclusivo. A única solução para melhor o serviço é a obra”, avaliou o secretário de Saúde, Danilo Gomes. O laudo ainda identificou problemas no centro obstétrico e alojamento conjunto, maternidade, central de esterilização, centro cirúrgico, enfermarias e infiltrações em vários pontos do hospital.
Após a conclusão da reforma geral, prevista para ser concluída no segundo semestre deste ano, o Duque de Caxias, que atendia, embora precariamente, a 600 pessoas por dia, terá uma grande emergência. A novidade será a classificação de risco: casos simples, intermediários e de urgência e uma Unidade de Pacientes Grave (UPG), com respirador e monitor. O centro cirúrgico e demais dependências da unidade também serão reformados, além do completo re-aparelhamento desse hospital para que possa atender às normas de exigências lavradas pela Inspeção Sanitária do Rio.
Enquanto durar a obra, os pacientes serão encaminhados ao Hospital Moacyr Rodrigues do Carmo e para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Parque Lafaiete.



MOACYR DO CARMO INACABADO
TAMBÉM FICOU SEM ESTRUTURA


Apesar dos mais de R$ 100 milhões que o Governo do Estado declarou ter investido na construção do Hospital Moacyr do Carmo, sua inauguração precipitada, sem o devido treinamento das equipes de médicos e de pessoal de apoio, aliado ao fato de muitos dos equipamentos não aterem sido instalados, levou o prefeito Zito, no início do governo, a propor o fechamento da Emergência do novo hospital e a concentração desse tipo de atendimento no Hospital Adão Pereira Gomes. Na visita que fez ao hospital ainda em janeiro, o Secretário Sérgio Côrtes anunciou a criação de uma Comissão para, em 15 dias, fazer um diagnóstico dos problemas dos dois hospitais de Caxias e a possibilidade da concentração da Emergência no Hospital de Saracuruna. Até hoje, nem a Secretaria de Saúde do Estado, nem a do município, anunciaram os resultados desse estudo.
No início de janeiro, começaram a surgir reclamações quanto ao atendimento no UPA 24 Horas do Parque Lafaiete, com falta de pessoal, apesar das modernas instalações daquele posto de Saúde, cujo aluguel custa R$ 800 mil por mês ao Governo do Estado, dinheiro retirado da parcela do SUS enviado por Brasília. Há denúncias também de falta de medicamentos em diversas UPAs, um sistema metálico de hospitais de campanha, utilizados pelo Ministério da Defesa em apoio às tropas em exercícios de campo ou em casos de calamidade, como foi feito no Rio no ano passado em decorrência da epidemia de Dengue.


As UPAs herdarem os mesmos problemas da velha rede hospitalar do Estado: falta de pessoal e medicamentos e equipamentos parados por falta de manutenção adequada.

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