quarta-feira, 24 de junho de 2009

BAIXADA URGENTE

CONFISSÕES INCONFESSÁVEIS
DE UM MAJOR LINHA DURA

O ex-linha dura Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, o oficial vivo mais conhecido do regime militar (1964-1985), abriu ao jornal O Estado de S. Paulo o seu lendário arquivo sobre a Guerrilha do Araguaia (1972-1975). Os documentos, guardados numa mala há 34 anos, detalham e confirmam a execução de adversários da ditadura nas bases das Forças Armadas na Amazônia. Dos 67 integrantes do movimento de resistência mortos durante o conflito com militares, 41 foram presos, amarrados e executados, quando não ofereciam risco às tropas. Até a abertura do arquivo de Curió, eram conhecidos 25 casos de execução.
Uma série de documentos, muitos manuscritos do próprio punho de Curió, feitos durante e depois da guerrilha, contraria a versão militar de que os mortos estavam de armas na mão na hora em que tombaram. Muitos se entregaram nas casas de moradores da região ou foram rendidos em situações em que não ocorreram disparos. Os papéis esclarecem passo a passo a terceira e decisiva campanha militar contra os comunistas do PC do B - a Operação Marajoara, vencida pelas Forças Armadas, de outubro de 1973 a janeiro de 1975.
O paulista Antônio Guilherme Ribas, o Zé Ferreira, por exemplo, teve um final trágico, descrito assim no arquivo de Curió: “Morto em 12/1973. Sua cabeça foi levada para Xambioá”. O piauiense Antonio de Pádua Costa morreu diante de um pelotão de fuzilamento em 5 de março de 1974, às margens da antiga PA-70. Só adolescentes que integravam a guerrilha foram poupados.
O arquivo dá indicações sobre a política de extermínio comandada durante os governos de Emílio Garrastazu Medici e Ernesto Geisel por um triunvirato de peso. Os mandantes eram os generais Orlando Geisel (ministro do Exército de Medici), Milton Tavares (chefe do Centro de Inteligência do Exército) e Antonio Bandeira (chefe das operações no Araguaia).
Curió lembra que a ordem dos escalões superiores era tirar de combate todos os guerrilheiros. “A ordem de cima era que só sairíamos quando pegássemos o último”.Segundo ele, até o meio da terceira campanha houve combates. “Mas, a partir do meio da terceira campanha para frente, houve uma perseguição atrás de rastros. Seguíamos esse rastro duas, três semanas”, relata. Apesar disso, completa ele, “se tivesse de combater novamente a guerrilha, eu combateria”.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CAXIAS VAI RECRIAR OS CIEPs

A professora Maria de Lourdes Henrique começou esta semana a cumprir uma promessa de campanha de Zito: a volta do horário integral nos CIEPs municipalizados. Serão 30 escolas do município em que os alunos passarão a permanecer por 7 horas e com direito a cindo refeições.
A professora Lourdinha, como é chamada pelas colegas a Secretária Maria de Lourdes Henriques, tem uma longa história e vivência na Educação
fluminense. Na homenagem que recebeu da Unigranrio, na segunda-feira, mereceu destaque a sua participação na equipe que formulou o programa pedagógico a ser implantado nos Centros Integrados de Educação – reduzidos para CIEPs – imaginados pelo professor e antropólogo Darcy Ribeiro. Pelo projeto original, os alunos dos CIEPs permaneceriam no colégio por 8 horas, com direito a refeições e práticas esportivas. Era uma maneira de retirar essas crianças das ruas e de expô-las a tudo que há de ruim que existe do lado de fora de uma escola. Era uma escola de Primeiro Mundo pensada para ajudar a educação de crianças do terceiro mundo.
Os CIEPs encontraram inimigos que Darcy Ribeiro nunca imaginara, a começar por Brizola e pelo PDT. Enquanto o fundador da Universidade de Brasília tinha uma proposta de política educacional, que visava patrocinar a ascensão social pela Educação, os burocratas do Governo e os políticos do PDT pretendiam utilizar os Cieps apenas como plataforma política para ascensão em suas carreiras políticas. Sem falar nos empresários que participaram da construção dos escolões e ganharam muito dinheiro.
Outros inimigos públicos dos CIEPS foram os pais, pessoas carentes que viam os filhos como uma fonte de renda, na medida em que chegavam aos 10, 12 anos e poderiam começar a ajudar no sustento da família fazendo pequenos biscates, como empacotador de supermercado ou de aprendiz-ajudante no mercadinho da esquina ou na oficina mecânica de um parente ou amigo. Da mesma forma que até meados o Século XIX a mulher não precisava estudar, nem trabalhar fora de casa, pois seu destino era de ser apenas uma parideira e dona de casa, no Século XX crianças e adolescentes da periferia aprendiam desde cedo a ganhar o pão de cada dia, como era comum nos anos 50 e 60, com os famosos rola-rolas, que abasteciam as casas que não tinham água encanada.
Vamos torcer para que a geração de pais do “Bolsa Família” tenha uma nova visão da Educação, deixando que seus filhos permaneçam na escola por 7 horas diárias, inclusive praticando esportes, aprendendo artes plásticas, fazendo cursos de iniciação artística em teatro e circo e se preparando, integralmente, para exercer a cidadania com dignidade e elevada auto-estima após os 18 anos.

RÁPIDAS

• A Secretária de Cultura, Adriana Rattes, levou a melhor e a Assembléia Legislativa aprovou, por 38 SIM X 16 NÃO, o “trem da alegria” da Cultura, garantindo aos dirigentes de Organizações Sociais salários de até R$ 24,5 mil, embora essas instituições de direito privado não tenham fins lucrativos.
• O Governo foi contra os limites propostos pelo deputado Marcelo Freixo, mas acabou aceitando como teto os vencimentos dos ministros do STF.
• Contrário à entrega dos bens culturais do Estado a instituições privadas, o deputado Paulo Ramos, líder do PDT, reagiu, afirmando que “sabemos do esforço que o governo fez, o que ficou claro é que há uma resistência à aprovação desse projeto. Os que se ausentaram queriam votar não! Quem sai desgastado desse processo é o Governo, que demonstrou que está na contra-mão do desejo da maioria da sociedade. • Para o líder pedetista, “querem entregar a cultura aos malandros que aí estão. Agora, haverá uma luta dura para impedir a implementação do projeto. Os servidores da cultura não vão permitir que isso aconteça. A luta continua na Justiça e em todos os espaços disponíveis” afirmou o deputado oposicionista.
• O governo do estado foi condenado a pagar uma indenização no valor de R$ 40 mil por demorar a transferir de hospital uma paciente que precisava realizar cirurgia de emergência. A decisão é da 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.
• Oswaldina Castro Braga sofreu um tombo e foi internada no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Norte da cidade, em 2001, com diagnóstico de fratura do fêmur, necessitando ser transferida de imediato para outra unidade de maior porte com CTI para a realização de cirurgia de emergência. No entanto, ela não conseguiu a transferência em razão da superlotação dos demais hospitais públicos, fato esse que agravou o seu estado de saúde, culminando na amputação da sua perna direita na altura do joelho.
• O relator do processo, desembargador Ferdinaldo Nascimento, ressaltou que “o cidadão machucado ou acidentado que ingressa num hospital público com fratura grave, necessitando de intervenção cirúrgica de emergência, deve ser atendido num prazo razoável, não podendo ficar durante meses, a toda evidência, a mercê de toda a sorte”, considerando ter havido falta de eficiência nos serviços médicos prestados.
• O prefeito Zito reinaugurou nesta quinta-feira (25) a praça localizada entre as ruas Professor José Oiticica e Professor Maximiniano Maciel, no bairro do Parque Felicidade. A praça foi praticamente reconstruída. “Tudo estava muito sujo e destruído. O local tinha virado um matagal”, disse o secretário de Obras, Sandro Monteiro Soares.
• Com as obras de recuperação, o playground ganhou grama sintética, assim como o campo de futebol, onde também foi instalados novo alambrado e tela de proteção. O piso e todos os equipamentos (bancos, mesas e brinquedos) foram reformados e repintados. A praça ainda está ganhando jardins e outros cuidados paisagísticos.
• Foi inaugurada nesta quinta-feira (25) no Instituto Histórico da Câmara Municipal a exposição de pintura dos artistas plásticos Beth Florêncio e João Paulo Fontenele. A exposição é gratuita e ficará no Salão de Exposições do Instituto Histórico (Rua Paulo Lins41), até 15 de julho.
• Beth Florêncio iniciou sua caminhada através do artesanato, descobrindo o mundo da arte através do professor Wanderley Caramba, no Espaço de Artes Aloísio Garcia de Campos, mantido pela Papelaria Itatiaia. Ele atua na área há mais de oito anos e participou de várias atividades artísticas com suas obras. É coordenadora da Gincana de Arte Piquenique, realizada todos os anos no dia 25 de agosto, em Duque de Caxias.
• João Paulo Fontenele além de artista é um exemplo de vida. Deficiente físico, nunca se abateu, pelo contrário, está sempre superando os desafios. Atualmente cursa o ensino médio, pratica natação, faz curso de pintura em tela, joga futebol e participa da ABPB – Associação dos Pintores que pintam com a Boca e os Pés. Com um portifólio que inclui dezenas de obras, João Paulo já participou de exposições coletivas na Universidade Suam, na Caixa Econômica Federal e nas Paraolimpíadas.

NEM OS MORTOS ESCAPAM
O descaso das nossas autoridades para com os vivos nas filas dos hospitais e dos bancos se repete com os mortos, mesmo quando estão debaixo de 7 palmos de terra. O cão, inocente, mas fiel companheiro, guarda uma sepultura que a administração esqueceu em algum canto do cemitério. E a família do morto pagou caro por esse pedaço de chão do chamado Campo Santo. Imaginem se tivesse outro nome!

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