SETE MILHÕES DE BRASILEIROS
NÃO TEM ACESSO A BANHEIROS
Segundo a
especialista, o Brasil está entre os dez países onde mais faltam banheiros – 7
milhões de brasileiros estão nessa situação. Cinquenta e dois por cento da
população não têm coleta de esgoto e somente 38% são tratados. “A situação de
falta de acesso a esgoto é particularmente grave na Região Norte, onde menos de
10% da população têm coleta de esgoto”, disse Catarina.
Ao visitar
comunidades carentes no Rio de Janeiro e em São Paulo, a perita da ONU observou
que as populações pobres se sentem invisíveis e esquecidas pelo Poder Público.
“Fiquei chocada com a miséria e com a falta de acesso ao saneamento de pessoas
que vivem em favelas e em assentamentos informais. Isto é inaceitável de uma
perspectiva de direitos humanos. Ninguém pode excluir determinados segmentos da
população porque não têm a titularidade da terra”, destacou.
“Vi muitos
contrastes. Há regiões com nível de primeiro mundo, como os estados de São
Paulo e do Rio, com cidades com taxa de tratamento de esgoto superior a 93%, e
vi outras regiões, como Belém, em que essa taxa é 7,7%, e Macapá, 5,5%. São
diferenças assustadoras. Também vi diferenças entre ricos e pobres. O que uma
pessoa rica paga pela água e pelo esgoto não é significativo, mas, para uma
pessoa pobre, essa conta é muito alta”, disse a relatora.
Ao visitar
comunidades carentes no Rio de Janeiro e em São Paulo, a perita da ONU observou
que as populações pobres se sentem invisíveis e esquecidas pelo Poder Público.
“Fiquei chocada com a miséria e com a falta de acesso ao saneamento de pessoas
que vivem em favelas e em assentamentos informais. Isto é inaceitável de uma
perspectiva de direitos humanos. Ninguém pode excluir determinados segmentos da
população porque não têm a titularidade da terra”, destacou.
Segundo ela, os
problemas criados pela falta de esgoto acentuam-se durante a temporada de
chuvas, como a que ela presenciou na Baixada Fluminense, no Rio, na semana
passada. “Pude observar a inundação de ruas e canais de dragagem e vi o esgoto
inundando as casas das pessoas”, acrescentou.
Para a
especialista, o baixo investimento em saneamento resulta em alto custo para a
saúde pública, com 400 mil internados por diarreia, a um custo de R$ 140
milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente entre as crianças
até 5 anos. “As pessoas não associam a diarreia à falta de esgoto e de água
potável. Em termos econômicos, investir na água e no esgoto é um ótimo negócio.
Para cada R$ 1 investido, os custos evitados [com gastos em saúde] são da ordem
de R$ 4”, estimou.
Outro ponto
apontado pela relatora da ONU é a questão do alto custo das tarifas de água e
esgoto para a população de baixa renda. “É um sufoco para essas pessoas pagar
as tarifas. Essa conta não deveria ultrapassar 5% do orçamento familiar. As
companhias estaduais decidem ter tarifas muito altas e dividem os lucros entre
os acionistas. Deve haver mais pressão dos municípios e dos estados sobre
as companhias para que elas reinvistam os lucros no setor.”
O relatório final
será apresentado em setembro na próxima sessão do Conselho de Direitos Humanos
das Nações Unidas. (Agência Brasil)
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