quarta-feira, 19 de março de 2014

PARA BARBOSA A SITUAÇÃO DOS
NOSSOS PRESÍDIOS É INACEITÁVEL
“A situação é muito grave, mas não há nada de novo nas condições que pude constatar em relação às demais casas prisionais do País”. A afirmação foi feita na tarde desta segunda-feira (17) pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), depois de visita que durou cerca de meia hora ao Presídio Central de Porto Alegre. Atualmente, o local mantém 4.438 apenados, embora a capacidade seja de 2.069.
O presidente do CNJ disse que submeter seres humanos às condições precárias como as verificadas no Presídio Central de Porto Alegre “é prova da falta de civilidade nacional”. O magistrado acrescentou que “não há nada melhor ou pior aqui do que se observa no restante do Brasil”. Para ele, é preciso muita determinação, força e vontade política para resolver o problema prisional. A vinda do presidente do CNJ ocorre no momento em que é realizado o Mutirão Carcerário no Presídio Central.
Os graves problemas estruturais constatados durante a visita levaram Joaquim Barbosa a admitir que os presos dificilmente serão recuperados nessas condições. “Em alguns casos os apenados sairão muito piores daqui”, afirmou. Disse ainda que o “fechamento abrupto” do Presídio Central poderá atrair outro problema que envolve a destinação dos presidiários. “É preciso planejamento e providências para encontrar soluções”, explicou.
Durante a entrevista coletiva, concedida no auditório do presídio, o presidente do CNJ recomendou que todas as pessoas que tenham responsabilidade com a questão prisional tirassem um dia para conhecer o presídio, a fim de ter consciência da situação. “Tenho certeza de que isso não é do conhecimento, de muito perto, da maioria dos responsáveis”, assegurou.
Joaquim Barbosa disse que ao final do Mutirão Carcerário o CNJ terá um levantamento detalhado das condições do Presídio Central. “É preciso oferecer condições de higiene e ter o mínimo de respeito com as pessoas que estão aqui”, asseverou.
O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS), desembargador José Aquino Flôres de Camargo, considerou a visita do presidente do CNJ extremamente importante. “A presença do Ministro Joaquim Barbosa, visitando as instalações do Presídio Central, reforça a preocupação com a situação prisional brasileira e garante que em breve poderemos ter soluções para este grave problema que é uma das prioridades do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul”, afirmou o magistrado.  (Agência CNJ de Notícias com informações do TJRS)

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