quinta-feira, 22 de maio de 2014

NO PAIS DO FUTEBOL FALTAM
QUADRAS NA REDE ESCOLAR 
O sonho de se tornar um grande jogador está na fala e no desejo da maioria dos meninos que frequentam aulas de futebol em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Em um estado onde a torcida se divide entre grandes times como Grêmio e Internacional e em que jogadores renomados, como Taffarel, Dunga e Ronaldinho Gaúcho, consolidaram as carreiras, é difícil não ver os olhos das crianças brilharem ao revelarem seus sonhos. Esse panorama se repete nos quatro cantos do País do futebol e que promete, nas palavras da presidente Dilma Rousseff, fazer a Copa das Copas em 2014.
Ao ser perguntado sobre o significado do futebol, um garoto de 12 anos responde sem titubear: “É o meu futuro”. O pai do adolescente está preso e a mãe não trabalha. Ele conta com a ajuda dos irmãos para viver, mas tem esperança de dias melhores. Com a Copa do Mundo, os sonhos para o futuro parecem se tornar ainda mais vivos. Mesmo assim, ele tem críticas ao evento.
“Está muito embaraçado, a rua está muito ruim, não dá nem para andar, está uma tranqueira. Gosto por um lado, porque vou conhecer um monte de pessoas, contatos de times, para ir mais longe.”
Ele estuda na escola Leocádia Prestes, no Cohab Cavalhada, e frequenta duas vezes por semana as aulas do Social Futebol Clube. O projeto é desenvolvido por 25 ex-jogadores em dez comunidades de Porto Alegre. Em 2013, foram atendidas 1,3 mil crianças.
Em dias de chuva, entretanto, os meninos não têm como jogar. As quadras não têm cobertura e ficam cheias de lama. Em outro bairro de Porto Alegre, o Protásio Alves, as crianças que estudam na Escola Municipal Ana Íris do Amaral sofrem com o mesmo problema. Segundo a professora Marilice Marques Claus, nos dias de chuva, as atividades físicas são suspensas.
Para atividades como vôlei, os professores fazem de um espaço recreativo uma quadra. Laura Beatriz, 14 anos, aluna da escola, diz que esse espaço adaptado é muito baixo para a prática do esporte.
“Tinha muito aluno bom no vôlei que ia para campeonato e a professora acabou de se aposentar. Se a quadra melhorasse e viesse um professor bom também, a gente poderia ter mais futuro no vôlei. É quase impossível de lançar [a bola] naquela quadra, ela é muito baixa.” (Agência Brasil) 
Por falta de campos de várzea, crianças jogam futebol em meio ao lamaçal das ruas sem rede de esgotos e sem calçamento

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