DESVIO NA PETROBRAS BANCOU
AS CAMPANHAS DO PT, PP E PMDB
Dez
dias depois de deixar Curitiba, onde estava preso na sede da Polícia Federal, o
ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa voltou à
cidade para prestar seu primeiro depoimento da delação premiada após ter
começado a cumprir pena em regime domiciliar. Nesta quarta-feira, o ex diretor
confirmou ter pago propinas a três grandes partidos: PT, PP e PMDB, para
financiar a campanha eleitoral de 2010 para parlamentares dessas legendas.
Durante
duas horas de depoimento, ele afirmou que chegou ao posto com o objetivo de
montar um esquema de propina para políticos. Costa contou, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ter realizado
pagamentos divididos aos partidos “na proporção de 1% para um e 2% para outro”,
nos contratos superfaturados de empreiteiras e fornecedores com a Petrobras.
Além de políticos, noticia o jornal, Paulo Roberto Costa também citou
ex-colegas como o presidente da Transpetro, Sérgio Machado e o ex-diretor
internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.
O
doleiro Alberto Yousseff também prestou depoimento nesta quarta-feira como
parte do acordo de delação premiada. De acordo com seu advogado, o criminalista
Figueiredo Basto, ele afirmou aos agentes que o esquema envolvia diversos
grupos de setores variados da Petrobras. “Havia um esquema de grupos atuando na
Petrobras, cada um com seus interesses, cada um com seu operador”, disse o
advogado ao jornal.
Após a
Odebretch e a Camargo Corrêa serem citadas como duas empresas que mantinham
relações com o esquema operado por Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff, a
empreiteira OAS também foi identificada pela Polícia Federal no esquema com
repasses que chegam a US$ 4,8 milhões depositados na conta bancária da offshore
Santa Thereza Services Ltd, na Suíça. A empresa era controlado por Paulo
Roberto Costa.
Reportagem
de O Estado de S. Paulo mostra
que os depósitos – divididos em três créditos no valor de US$ 1,6 milhão cada –
foram realizados nos dias 7 de maio, 11 de junho e 17 de julho de 2013. O
Ministério Público Federal e a PF localizaram documentos sobre as
transferências durante busca no escritório e na residências do executivo João
Procópio de Almeida Prado, apontado como operador do doleiro Alberto Yousseff.
(Com Agência Brasil)
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