segunda-feira, 16 de julho de 2007

BAIXADA URGENTE

SEGUNDA-FEIRA TEM CINEMA DE
GRAÇA COM PIPOCA EM CAXIAS
A prefeitura promete cineminha de graça com pipoca na Praça do Pacificador todas às segudas-feiras (Foto: M. Nascimento)

Com a exibição, às 19 horas da próxima segunda-feira (23/07), do filme “O Homem da Capa Preta”, do diretor Sérgio Rezende – que levou para a tela grande o mito Tenório Cavalcanti, um dos mais discutidos e controvertidos líderes políticos do antigo Estado do Rio desde a Revolução de 1930 – a Secretaria de Cultura de Duque de Caxias inaugura o Projeto Cine Popular, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, na Praça do Pacificador. Os filmes serão exibidos num telão instalado no Teatro Raul Cortez e o objetivo é resgatar a época do “Cine Popular”, um cinema que ficou conhecido na Baixada como “Pau-de-Arara”, porque era ao ar livre e trocou as poltronas estofadas por bancos de ripas de madeira, semelhantes aos que existiam nos caminhões que, a partir de 1940, passaram a trazer para o Rio de Janeiro e São Paulo os nordestinos que fugiam da seca. Curiosamente, o Teatro Raul Cortez fica em frente ao extinto Cine Paz, da rede Luis Severiano Ribeiro, que também administrava o Cine Popular, que funcionava ao ar livre, num terreno no hoje movimentado calçadão da Av. Nilo Peçanha, ocupado pelas “Lojas Americanas” A projeto do cinema ao ar livre na Praça do Pacificador acontecerá todas às segundas-feiras, apresentando nessa primeira etapa outros polêmicos filmes de Sérgio Rezende, como "O sonho não acabou", "Lamarca", "Guerra de Canudos", "Zuzu Angel" e "Mauá: o imperador e o rei". O filme sobre o empresário Irineu Evangelista de Souza mostra em tintas fortes os bastidores do Brasil Império à época de D. Pedro II, amigo pessoal do futuro Barão de Mauá, um engenheiro que teimou e conseguiu a façanha de construir a primeira estrada de ferro do País, ligando o porto de Guia de Pacobaíba, hoje Mauá, no fundo da Baía de Guanabara à cidade de Petrópolis, onde a monarquia ia curtir o verão carioca. No filme, Sérgio Resende mostra que a ação de lobistas nos negócios envolvendo dinheiros públicos é anterior à República e ao Governo Lula, que apenas repete nos contratos para a construção das plataformas da Petrobrás uma prática de antanho.
- Vamos reviver um cinema verdadeiramente popular, bem nos moldes dos anos 60. As sessões serão realizadas com vendedores de balas e pipoqueiros circulando entre os espectadores, como era comum nos cinemas de antigamente, uma espécie de Cinema Paradiso ao ar livre, em verão da Baixada – adianta, empolgada, a Secretária de Cultura, Dalva.Lazzaroni

A festa de entrega do Prêmio Baixada 2007 será realizada no próximo dia 31, terça feira, às 19 horas, na Câmara de Vereadores de Belford Roxo com a parceria da Prefeitura, através da sua Secretaria Municipal de Educação e Cultura O Prêmio Baixada foi instituído pelo Fórum Cultural da Baixada Fluminense em 2002 e de lá para cá vem distinguindo a cada ano grupos e personalidades que tenham contribuído para o desenvolvimento da cultura na região, em diferentes áreas de atuação.
● A exemplo do que ocorre na eleição para a Academia Brasileira de Letras, o Fórum abre oportunidade para inscrições de candidatos onde as únicas condições são de que o interessado resida ou desenvolva atividades culturais na Baixada há mais de 5 anos e que exiba produção ou desempenho relevante, não havendo restrição quanto ao nível de escolaridade, idade ou condição social do candidato
● Segundo o professor Paulo Mainhard, presidente do Forum, já foram premiados artistas apenas alfabetizados, personalidades com mais de 80 anos, jovens, doutores e pessoas das mais diferentes origens e condições, mas que, de algum modo, foram relevantes para a cultura da Baixada.

● “A violência, o latrocínio, a morte fria campeiam impunemente pela cidade - e não se vê uma atitude decisiva, um grito de advertência, como se estivéssemos acostumados a isto, como se tudo fosse natural. A impunidade forja os maus exemplos. Novos bandidos surgem. Novas quadrilhas de marginais se formam - e a impunidade continua. O Chefe de Polícia pode fazer justiça, fazer limpeza, livrar a cidade de assassinos irrecuperáveis - mas, apenas os assassinos que vieram dos morros, que vieram da sarjeta, que vieram do SAM desaparecem. Os abastados ficam”.
● O trecho acima foi compilado do “lead” de uma reportagem, assinada pelo inesquecível David Násser, publicada na revista “O Cruzeiro” de 30 de novembro de 1959, que está sendo digitalizada e agora disponível no site Memória Viva
(
http://www.memoriaviva.com.br/) Ao invés de um artigo panfletário, contra a impunidade, as palavras do jornalista-compositor mais se parecem com uma premonição do que o País e o Rio de Janeiro viveriam Meio Século depois;
● A reportagem abria uma campanha da revista dos ‘Diários Associados” contra a impunidade dos rapazes de classe média alta que, depois de brutalizarem uma jovem, Aída Cúri, lançaram seu corpo pela sacada do apartamento de um dos assassinos, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Apesar de confessarem o brutal e hediondo crime (a jovem teve o anus rompido com o gargalo de uma garrafa), os acusados foram absolvidos pelo Tribunal do Júri, num preâmbulo do que seria a Justiça Brasileira no Século XXI.
● E a absolvição dos assassinos de Aída Cúri incentivou a “Turma do Esculacho”, um grupo de jovens que, nos aos 50 e 60, se reuniam na Praça do Pacificador, a repetirem em Duque de Caxias o mesmo comportamento. Muitas jovens humildes foram brutalizadas nos matagais de Capivari e Jardim Primavera e suas famílias ameaçadas de represálias, se ousassem dar queixa à Polícia. Hoje, os remanescentes da “turma” desfilam como amorosos pais e avôs, sem um pingo de remorso pelos sofrimentos que causaram a tantas jovens inexperientes, atraídas pelas jaquetas de couro e reluzentes lambretas, no etilo James Dean.
● O blog dos amigos do prefeito
(
http://novaduquedecaxias.blogspot.com/) “descobriu” que, na prova de inglês do vestibular da Universidade Federal do Ceará, um dos temas foi o assassinato do jornalista Mário Coelho Filho, direto do jornal “A Verdade” de Magé, ocorrida em 16 de agosto de 2001. O que os coleguinhas do blog não informaram é que um dos suspeitos, o ex-vereador Batata, foi preso escondidos na casa da mãe da prefeita Núbia Cozzolino, na Barra da Tijuca. A propósito da sucessão em 2008, os amigos do prefeito garantem que o deputado Dica, que participou da reunião em Xerém, jurou lealdade e fidelidade a Washington Reis, a quem irá apoiar em 2008.
● Para refrescar a memória da turma do prefeito, acrescentamos que a família Cozzolino mantém uma antiga disputa com a família da mãe da deputada Andréia Zito (e ex-mulher do deputado Zito) pelo controle dos serviços funerários de Magé, disputa essa que acabou transferida com armas (de grosso calibre) e bagagens par o terreno político.
● Como o jovem Mário Coelho Filho travava uma luta sem quartel contra a prefeita Narriman Zito, era natural que a Polícia levantasse suspeitas sobre a ex-prefeita, que seria uma das pessoas interessadas diretamente no silêncio do jornal, mas outras variáveis não podem ser excluídas até que a Justiça decida quem (e por que?) matou Mário Coelho Filho.● Infelizmente, este é mais um crime sem castigo, como ocorreu com os vereadores Tião do Táxi, Beto Amigo (aliados de Washington Reis), Vilson Macedo (presidente da Câmara e do PMDB e afilhado político do então deputado Silvério do Espírito Santo), além do ex-Secretário de Planejamento (Governo Moacyr do Carmo), Carlão e muitos outros, ocorridos na Baixada nos últimos 30 anos, todos de natureza política.

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Alberto, sou poeta e desejo publicar este texto que o Prêmio Baixada é feito por inscrição, porém, nem sempre foi assim: o primeiro, em 2002, foi feito por indicação e não inscrição; houve até protestos de um premiado, dizendo ele, não ter feito nada por merecê-lo. Ruiter Poubel. Foi cômico, já o segundo, cada um indicou a si mesmo e eu fui o único que não me beneficiei, indicando a mim mesmo, praticando uma desonestidade intelectual. Preferi indicar o poeta Mário Marinho.
O Prêmio Baixada, na minha opinião, deveria ter um julgamento dentro da opinião pública porque dessa forma que está sendo feita, particular, muitos artistas que não
tem nenhuma expressão dentro da Cidade estão sendo contemplados, até por amiguinhos. Por quê não fazemos uma votação pela internet, já que estamos na era da informática?!
Se se fizer uma investigação, chegaremos a concluir que o contemplado é um
senhor desconhecido, e se o intuito do Prêmio Baixada é contemplar alguém
que represente a cidade, esse Cidadão Ninguém está representando quem? Dessa
forma a história da Baixada Fluminense está morrendo.
Sou um cidadão que saiu da vala para uma faculdade. A minha história, por si
só é um poema, vejam os senhores que fui indicado para o Prêmio Baixada
no ano de 2004, quando ainda era por indicação, e fui indicado pelo saudoso
e grande poeta Mário Marinho, no entanto, meu nome foi estranhamente cortado
da lista dos contemplados, tendo dito o Senhor Gênesis Torres, presidente da
Comissão Organizadora do Prêmio, que no ano seguinte eu seria contemplado,
porém, até hoje o ilustríssimo cidadão esqueceu que a palavra de um homem
público ainda tem valor.
Poetinha de Meriti Jaime Azevedo, Sou parte viva da Revolução Cultural do meu município

Anônimo disse...

b