domingo, 13 de setembro de 2009

BAIXADA URGENTE

CABRAL PROMETE MESADA
PARA O “MOACYR DO CARMO”

O Governo do Estado e a prefeitura firmaram semana passada um convênio para a pavimentação de 51 km de ruas e avenidas de Duque de Caxias, a serem executadas numa parceria do DER e do município.
Nessas obras o DER invesgirá R$ 32 milhões no fornecimento da massa asfáltica, ficando a execução dos serviços por conta da Prefeitura. Um outro convênio, no valor de aR$ 13 milhões, garante a construção de cinco escolas, que irão funcionar em regime de tempo integral, beneficiando crianças e adolescentes do Jardim Gramacho, Pilar, Campos Elíseos, Jardim Anhangá e Parada Angélica. Também o Hospital Moacyr do Carmo será beneficiado com o repasse de uma ajuda de R$ 1,5 milhão por mês para a sua manutenção nos próximos 15 meses.
Sobre a reivindicação de uma passarela de acesso ao hospital, o governador garantiu que, no caso a concessionária (Concer) responsável pela Rodovia Washington Luiz não faça, o governo do Estado construirá a passarela cruzando a rodovia em frente ao Moacyr Rodrigues do Carmo. "Ninguém vai ao hospital a passeio e os pacientes precisam de todo o conforto que pudermos dar”, garantiu o governador.
Os convênios foram firmados quarta-feira (9)no palanque armado pela Prefeitura em frente ao Shopping Center e a cerimônia foi para marcar a retomada das obras do PAC, que incluem a urbanização da Favela do Lixão e a construção de cerca de 1.400 apartamentos para os moradores daquela comunidade e da vizinha Vila Ideal. As obras, orçadas em R$ 300 milhões, foram iniciadas no governo passado (Washinagaton Reis), mas interrompidas logo depois das eleições.
Sobre as obras de duplicação da antiga Rio-Petrópolis, entre o viaduto do Centenário e a entrada de Campos Elíseos, iniciadas no Governo Rosinha Garotinho para garantir, em 2004, a eleição do prefeito Washington Reis, nem o governador, nem o prefeito falaram sobre o prazo para a sua conclusão, a cargo do DER.



FILME QUEIMADO

A imagem de Sérgio Cabral junto a Lula e seus principais conselheiros ficou borrada depois das diatribes do governador fluminense em torno do “pré-sal”, conforme registrou a coluna “Informe do Dia”


400 FAMILIAS AMEAÇADAS DE
DESPEJO EM DUQUE DE CAIXAS

Em 1983, uma fiscalização sobre a origem do “pó de broca” vendido livremente nas feiras livres da Baixada encontrou a nada menos de 400 toneladas do pesticida, abandonadas na área da Cidade dos Meninos, sob administração da Fundação Abrigo Cristo Redentor, extinta em meados dos anos 90. Depois de negociações entre a Prefeitura e o Governo Federal, foi firmado um Termo de Ajuste de Conduta com a Ministério Público Federal, pela qual o Ministério da Saúde se responsabilizaria pela descontaminação do terreno, mas, além da transferência do CHC para a área da Refinaria Duque de Caxias, da Petrobrás, em 1999, e da remoção, em 2001, de 10 famílias que habitavam o ponto de maior contaminação por HCH para o centro de Duque de Caxias, nada mais foi feito. Ainda em 2001, foi divulgado o “relatório final” recomendando a desocupação imediata de toda a área da Cidade dos Meninos.
Com a recomendação de desocupação imediata de toda a área da Cidade dos Meninos, os moradores discutem para onde irão. Muitos, como Zeni Ferreira, primeira conselheira executiva da associação local de moradores, expõe a questão com firmeza.
“Tenho 39 anos e nasci na Cidade dos Meninos. Tem gente aqui bem mais antiga do que eu, e estamos todos sem solução. Dizem que nós temos que sair daqui, mas não se sentam para conversar e ouvir o que temos a dizer. Tem quem diga que não temos direito a nada. Queremos ser ouvidos”.
Zeni conta que atualmente moram ali cerca de 500 famílias, o que pode alcançar um total estimado de 1700 a 2000 pessoas, vivendo nos pavilhões, nas escolas, em casas e barracos levantados no terreno. Grande parte dos moradores são aposentados de órgãos do governo ainda existentes ou já extintos, mas há também empregados na construção civil, no comércio e na incipiente produção agrícola e pecuária contaminada – além, obviamente, dos desempregados.
“Todo mundo que vive aqui está contaminado, mas não é doente. A contaminação pelo HCH fica na gordura dentro da gente e dos animais, mas todo mundo leva vida normal. Você ouve uma tosse ou uma queixa de dor da mesma maneira que em qualquer lugar”, ela diz.
Professora do ensino médio, Zeni explica que na época da fábrica de HCH muita gente veio de fora, contratada pelo governo federal. Seu avô é um exemplo: trocou o Ceará pela Baixada Fluminense na década de 40 e viveu ali até a morte.
“Quando ele veio, deram uma casinha para morar, como fizeram com muitos. Como essa gente e us descendentes vão ficar, saindo daqui?” indaga, refletindo a preocupação de muitos dos associados.

RÁPIDAS

• A Locanty ganhou, mas não levou, a licitação para fornecer mão de obra para o Detran. O grupo Facility, que desde o Governo Garotinho monopoliza esse filão, entrou na Justiça questionando a licitação. Com isso, o Detran decidiu contratar, sem licitação, uma das empresas do grupo para continuar prestando o serviço.
• Nem o fato de Zito ter aderido ao Governo do Estado, serviu para garantir à Locanty o ambicionado troféu A proposta da Locanty reduzia em mais de 23% o custo do pessoal terceirizado do órgão estadual.
• Motoristas de vans promovem nesta segunda (14) uma manifestação em frente à Assembléia Legislativa, para protestar pela decisão do Detro de reduzir o número de vans autorizadas a oferecerem transporte alternativo, bem como a proibição de paradas no meio do caminho.
• A manifestação está marcada para as 12 horas e a Praça XV de Novembro v
ai ferver, pois diversas categorias do funcionalismo público, inclusive da Polícia Civil, Militar e Bombeiros, devem aderir ao movimento dos topiqueiros.
• O traficante Adriano Alves de Souza, o Piquete, suspeito decretar o toque de recolher no bairro Dr. Laureano e de assassinar a sangue frio um oficial de justiça num bar da vila São Luiz, além de diversos policiais, morreu no Hospital Moacyr do Carmo neste domingo, depois de uma troca de tiros com policiais do Grupamento de Apoio Tático (Gat) e do Serviço Reservado (P-2) do 15º BPM. Os policiais foram à Vila Operária, bairro próximo ao centro de Duque de Caxias, checar denúncia de que o bandido estaria refugiado na comunidade e foram recebidos a bala.
• A liberação de carros movidos a diesel seria um retrocesso e colocaria em risco a saúde de milhares de pessoas por causa do aumento dos níveis de poluição, de acordo com ambientalistas e representantes da sociedade civil. Proibidos desde o fim da década de 1970, os automóveis de passeio a diesel poderão voltar a ser comercializados no Brasil, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
• “Se essa idéia vingar, vai ser um crime. Morrem quase 2 mil pessoas por ano somente na cidade de São Paulo por causa da poluição. O diesel brasileiro é um dos piores [mais poluentes] do mundo. Vai ser um homicídio em massa”, afirmou Oded Grajew, um dos criadores do Movimento Nossa São Paulo, rede com mais de 600 entidades da sociedade civil.
• Segundo Grajew, com os atuais motores e o diesel atualmente utilizado no Brasil – que chega a ter 1.800 partes por milhão (ppm) de enxofre – a medida seria uma catástrofe, porque o combustível é muito mais poluente que a gasolina e o etanol.
• “Não somos contra o carro a diesel como conceito, mas contra o carro a diesel com a tecnologia de motores e combustíveis que existe hoje no Brasil”, avalia. Na Europa, onde a frota a diesel corresponde a cerca de metade do mercado, a concentração de enxofre no combustível é de 10 ppm e os motores têm tecnologias para reduzir emissões.
• Os ambientalistas também são contrários à medida. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que a idéia “não é especialmente brilhante” e que defende combustíveis menos poluentes, como o etanol.
• De acordo com coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil, João Talocchi, a possibilidade de voltar a comercializar veículos a diesel vai na contramão dos esforços mundiais para redução das emissões de poluentes e de gases de efeito estufa.
“É uma volta ao passado. Ao invés de apoiar essa tecnologia antiquada, esse dinheiro poderia ser investido em tecnologia para carros elétricos, motores híbridos”, sugere.
• Talocchi acredita que a motivação para medida é econômica, principalmente diante da perspectiva de aumento da produção brasileira de petróleo com a exploração da camada pré-sal. “O Brasil quer saber o que fazer com todo esse óleo, como usará o ouro negro que pretende extrair da camada pré-sal”, avalia.
• A partir desta semana, a concessionária de energia Ampla começará a instalar os medidores nos municípios de São Gonçalo, Itaboraí, Duque Caxias e Magé, com previsão de que 45 mil medidores sejam instalados até o fim de 2009. Cerca de 250 mil clientes da distribuidora já possuem a medição eletrônica centralizada.
• A empresa obedece, assim, norma do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) que regulamentou o Sistema de Medição Eletrônica Centralizada no Brasil.
Em portaria publicada em junho de 2009, o instituto aprovou a utilização do modelo do fabricante Landis + Gyr pelas distribuidoras brasileiras. A empresa informa que investiu nos últimos cinco anos R$ 530 milhões na modernização da rede elétrica, que inclui a troca de postes e cabos elétricos, e em eficazes tecnologias disponíveis no mundo.
• O Estado do Rio de Janeiro, campeão brasileiro de “gatos” na rede elétrica, inclusive por parte de grandes empresas e consumidores de alta renda, como Barra da Tijuca, tem áreas onde o furto consome mais de 80% da energia distribuída. Até a secretaria de Ação Social foi flagrada, no Governo passado, utilizando um “gato” em sua sede, na Av. Brigadeiro Lima e Silva. Conforme denúncia da Light.
• No momento em que o Inmetro libera o uso de chips nos medidores, a Câmara de Vereadores aprovou a criação de uma CPI para investigar as denúncias de superfaturamento nas contas de energia elétrica na área de atuação da Ampla. A CPI foi proposta pela líder do Governo, a vereadora Fátima Pereira, que mora no Parque Bom Retiro, no Segundo Distrito, e uma das consumidoras que se declaram lesadas pela Ampla.
• A líder do governo presidirá a CPI integrada pelos vereadores: Ademir Martins, Carlos de Jesus, Tato, Maninho do Posto, Grande, Jonas É Nós e Marcelo do Seu Dino.
• “Nós do poder público não podemos ficar de braços cruzados. Vamos investigar esses chips eletrônicos que a Ampla instala para medir o consumo de energia da população e assim tomar as devidas providências”, afirmou Fatinha, inconformada ao saber que a Ampla instalará, até janeiro, mais 45 mil medidores eletrônicos de energia nas residências e comércios de Duque de Caxias.

É LIXO SÓ
Ao contrário do compositor que garantia que a sua cabrocha era “um luxo só”, o calendário em Duque de Caxias começou a andar para trás, com o lixo voltando, com toda a força, a ocupar as calçadas de ruas, avenidas e praças, como neste flagrante, na Rua Henrique Ferreira Gomes, onde funciona um terminal de ônibus que liga Duque de Caxias a São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis e Nova Iguaçu. A promessa do prefeito de implantar um programa de “Tolerância Zero” parece que ficou no palanque, pois os “sujões” voltaram a dominar a paisagem. Se esse é o panorama numa rua do centro da cidade, é fácil imaginar o que vem ocorrendo nos bairros e Distritos mais afastados, onde o prefeito raramente passa.

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