quarta-feira, 16 de setembro de 2009

BAIXADA URGENTE

UMA PROFESSORA
QUE FAZ HISTÓRIA


O recém lançado livro da professora Josette de Campos Soares, “AQUINO DE ARAÚJO – A escola que eu vi crescer”, ao contrário do que muitos poderão imaginar e até afirmar, não é um livro de memórias, onde só as boas coisas são revisitadas, mas o resultado de um trabalho de pesquisa em que a
simples ficha de um ex-aluno pode ser a pista para a descoberta de uma história real e humana.
Foi assim que encontramos à página 181 uma surpreendente descoberta. Trata-se do registro do discurso de uma aluna do primeiro ginásio público de Duque de Caxias, criado em 1956, destacada para saudar um ilustre visitante: o governador Roberto Silveira.
Para ser escolhida como oradora oficial dos alunos do colégio da Prefeitura não bastaria apenas ser a melhor aluna, mas a que melhor soubesse expressar o júbilo da população com um fato realmente histórico: a inauguração do serviço de abastecimento de água para Duque de Caxias.
O fato aconteceu no dia 28 de agosto de 1960, quando, pela primeira vez, o desfile de 25 de Agosto, o “Dia do Solado”, foi adiado.
A aluna escolhida foi Tânia da Cunha que, muito emocionada, foi o portavoz de milhares de caxienses agradecidos à realização de uma promessa que não era de campanha: DUQUE DE CAXIAS NÃO TERÁ OUTRO 25 DE AGOSTO SEM ÁGUA!
A comprovação de que a aluna escolhida merecera tamanha honraria é que ela continuou os estudos e, hoje, é uma competente engenheira.
Ler a história da estudante Tânia Cunha, agora tornada pública através do livro da professora Josette Campos, reforça a nossa convicção de que o Instituto Histórico, bem como o acervo por ele a duras penas reunido, deve e merecer ser preservado, pois ajuda a contar como foi a história de uma vila que, em menos de 70 anos, elevou-se da posição de grande produtora de laranja à condição de II PIB do Estado e um dos principais pólos econômicos do País.
Pena que as chamadas elites políticas e empresariais da cidade continuem se comportando como os antigos colonizadores, que do Brasil só queriam tirar o que dava dinheiro: madeira, ouro e pedras preciosas, que enchiam os cofres da Europa. Hoje, as riquezas aqui produzidas criam novos ricos na Barra da Tijuca e no Recreio ou são exportadas para paraísos fiscais.


O governador Roberto Silveira, ao lado do prefeito Adolfo David e do vereador Nilton Nista, ouve, emocionado, o discurso de Tânia Cunha.
ZITO GOVERNADOR?
Depois de tantos salamaleques para se tornar o vice de Sérgio Cabral, o prefeito de Duque de Caxias caiu na real. Numa reunião convocada às pressas esta semana, o ex-governador Marcello Alencar decidiu que o PSDB terá candidato, que será Zito. Numa só jogada, o velho comandante tucano enquadrou o seu pupilo e garantiu um palanque seguro para José Serra. Ou Aécio Neves.Com isso, acabou o sonho de Sérgio Cabral de ser o único adversário para o seu ex-protetor Anthony Garotinho, da mesma forma que a candidatura da senadora Marina Silva acabou com os planos de Lula de transformar as eleições de 2010 em plebiscito.
Enquanto Sérgio Cabral estuda uma maneira de desembarcar da candidatura da ex-guerrilheira Selma, que já demonstrou que não sabe perder ao negar um encontro com Lina Vieira, Zito terá de resolver um outro problema: a candidatura da Secretária de Ação Social, Claise Maria Zito. Ela vem sendo exibida como candidata a deputada, mas Zito tem outros compromissos, como reeleger a filha, Andréia Zito, bem como garantir votos para Marcos Figueiredo e Laury Villar, entre outros menos votados. E o prefeito não pode esquecer que os adversários estão com a faca nos dentes, como os deputados Dica e Geraldo Moreira.
Sobre os rumores de uma possível ida de Zito para o PSB do deputado Alexandre Cardoso, Laury Villar garantiu que Zito fica no PSDB e será candidato a governador, se assim decidir o partido.

RÁPIDAS• A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou projeto que legaliza os bingos e casas de jogos no país. Com o plenário lotado de sindicalistas da Força Sindical e de funcionários de bingos, a discussão da matéria se estendeu por mais de três horas. O projeto foi aprovado por 40 votos a sete.
• O projeto determina que 17% da arrecadação seja destinada à cultura, educação e saúde. Casas de bingos deverão também ficar a uma distância mínima de 500 metros de escolas e templos religiosos. Deve ser regulamentado também um cadastro nacional de jogadores.
• O deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), contrário à matéria, apresentou voto em separado defendendo a proibição de qualquer tipo de jogo no país. Foi seguido pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que apresentou parecer sugerindo melhorias no projeto - uma das medidas sugeria que uma mesma empresa explorasse
até três casas de bingo. Ele criticou a falta de controle dos ganhos das empresas.
• “O controle do montante de ganho dos bingos não está previsto no projeto, o que vai permitir a lavagem de dinheiro. Não adianta ter um sistema de combate se não tiver como detectar esse sistema”, disse Biscaia.
• O relator, deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), negou que seu parecer abra brecha para a criação de cassinos e afirmou que o jogo no país já é uma realidade. “A Caixa Econômica Federal é o grande banqueiro do jogo no Brasil”, disse.
• O projeto autoriza o jogo apenas em salas especiais. “Estamos proibindo o jogo em qualquer estabelecimento, salvo nos que forem credenciados pela Receita Federal”, disse, acrescentando que há a determinação de que as portas dos bingos permaneçam fechadas para que pessoas, na rua, não possam ver o que acontece lá dentro.
• O requerimento de abertura de uma CPMI - comissão Parlamentar Mista de Inquérito - no Congresso para investigar denúncias de repasses de recursos públicos e do exterior ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi protocolado ontem (16) na Secretaria-Geral do Senado. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), integrantes da bancada ruralista, entregaram o pedido.
• A CPMI pretende investigar denúncias publicadas pela revista Veja e pelo jornal O Estado de S. Paulo de repasses feitos pela administração pública federal e entidades estrangeiras a cooperativas e associações ligadas ao MST para supostamente financiar “invasões de prédios públicos e propriedades rurais”, disse a senadora.
• Entre essas entidades, de acordo com as denúncias, estariam a Associação Nacional de Cooperativa Agrícola (Anca), a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), o Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e o Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac). “O Congresso tem que apurar o envolvimento de autoridades públicas, inclusive que respondem a processos judiciais por formação de quadrilha, que repassaram recursos públicos ao MST com o objetivo de promover invasões de propriedades rurais e prédios públicos”, afirmou a democrata.
• O requerimento teve o apoio de 192 deputados e 34 senadores. Para dar andamento a um pedido de abertura de comissão mista de inquérito são necessárias as assinaturas de, no mínimo, 171 deputados federais e 27 senadores.
• O Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal decidiu afastar o desembargador Dácio Vieira do processo em que ele proibiu o Grupo Estado de divulgar reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
• Relator do caso no TJ, o desembargador Dácio Vieira foi o autor da decisão que censurou o jornal. Por maioria de votos, os desembargadores do Conselho Especial concluíram que Vieira não tinha mais isenção para continuar como relator. Eles chegaram a essa conclusão durante o julgamento de uma exceção de suspeição movida pelos advogados do Grupo Estado contra Dácio. Reportagem publicada no final de julho mostrou que Dácio Vieira, que foi consultor jurídico do Senado, era do convívio social da família do presidente do Senado e do ex-diretor-geral da Casa, Agaciel Maia.
• A assessoria de comunicação do TJ divulgou uma nota no site do tribunal na internet com informações sobre o caso. “A segunda exceção foi acolhida em razão de fatos supervenientes que envolveu a pessoa do julgado no caso do desembargador Dácio Vieira. De acordo com o Tribunal, a manifestação do desembargador na primeira exceção de suspeição gerou uma insegurança na permanência de imparcialidade dele”, informou a nota do TJ.
• Segundo a nota, o “Conselho acolheu a segunda exceção de suspeição e foi determinada a sua redistribuição. Somente o novo relator poderá confirmar ou não a decisão tomada pelo desembargador Dácio Vieira, no agravo de instrumento”, concluiu o TJ na nota divulgada em sua página na Internet.
• O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terças-feira (15) afastar preventivamente de suas funções duas juízas baianas por suposta participação em esquema de venda de sentenças. As magistradas Maria de Fátima Silva Carvalho e Janete Fadul de Oliveira, do Tribunal de Justiça da Bahia, vão responder a processo administrativo disciplinar aberto com votos favoráveis de todos os conselheiros.
• O corregedor nacional de Justiça e relator do processo, ministro Gilson Dipp, determinou ao TJBA que suspenda todos os benefícios ou vantagens recebidos pelas magistradas e redistribua os processos que estejam sob a responsabilidade delas. A presidência do TJBA será oficiada pelo CNJ para evitar que ambas ingressem com pedido de aposentadoria no intuito de se livrar da investigação.
• “Os fatos são graves e indicam que as magistradas adotaram comportamento incompatível com o exercício da magistratura. O afastamento se justifica para que possamos aprofundar as investigações”, afirmou Dipp.
• A denúncia contra as magistradas partiu do Ministério Público da Bahia, que aponta ainda envolvimento de funcionários do TJBA, advogados e juízes no esquema de venda de sentenças, que motivou no ano passado a Operação Janus, da Polícia Federal. Em uma gravação obtida pela PF, o filho da juíza Maria de Fátima negociava a venda de uma sentença favorável a uma empreiteira em troca de R$ 700 mil.
• O Bob´s foi condenado a pagar indenização, a título de danos morais, no valor de R$ 2 mil a um cliente que encontrou um inseto morto no pão de um sanduíche. A decisão é dos desembargadores da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.
• O autor adquiriu em março de 2006 um sanduíche na filial localizada no Centro de Niterói e, ao ingeri-lo, percebeu que havia mastigado um inseto que aparentava ser uma lacraia.
• De acordo com a relatora do processo, desembargadora Vera Maria Van Hombeeck, “no que se concerne à veracidade dos fatos narrados pelo autor, o depoimento do gerente da loja, em sede policial, não deixa dúvidas sobre a dinâmica dos fatos”.
• A Prefeitura e o Ministério do Trabalho darão inicio nesta quinta-feira (17), às 14h, no Teatro Raul Cortez, ao curso de capacitação de 300 jovens de Duque de Caxias como parte do Programa Próximo Passo. A aula inaugural será ministrada pelo Pró-reitor de pós-graduação e pesquisa da Unigranrio, Protasio Ferreira e Castro.
• Os alunos serão preparados na área da construção civil (pedreiro, pintor, eletricista, encanador e mestre de obras). Eles são integrantes de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, acima de 18 anos, que completaram pelo menos a quarta série do ensino fundamental e terão oportunidade de inserção no mercado de trabalho.
CAIXA DOIS LIBERADO
Por 39 votos a favor e 23 contra, o Senado rejeitou terça-feira (15) a emenda apresentada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) à reforma eleitoral que exigia que os partidos políticos dessem publicidade em seus sites, nos dias 6 e 8 de setembro, às doações recebidas. O Senado também rejeitou a emenda do petista que proibia as doações ocultas para as campanhas dos candidatos, regra que ficou estabelecida no texto base da reforma aprovada na semana passada.
“Se essas regras já estivessem valendo na primeira eleição do presidente Lula [em 2002], muitos escândalos teriam sido evitados”, disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). DEM, PSDB e PMDB igualmente foram contra essa proposta de Suplicy.
Com essa decisão, o Senado legalizou o “Caixa Dois” de campanha, pois as doações serão feiras aos partidos, que distribuirão os recursos segundo critérios próprios, dificultando a investigação da Justiça Eleitoral sobre a influência do poder econômico nas eleições.

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