sábado, 25 de janeiro de 2014

AEROVIÁRIOS FAZEM PROTESTO
CONTRA O CALOTE DO “AERUS” 
Para marcar o Dia Nacional do Aposentado, comemorado sexta-feira (24), ex-funcionários das empresas aéreas Varig, Vasp e Transbrasil fizeram uma passeata pelo centro do Rio para cobrar uma posição do governo sobre o Fundo de Pensão Aerus. Os pagamentos estão suspensos ou parciais desde 2006, quando a Varig encerrou as atividades.  A ex comissária de bordo Dayse Amorim Matos diz que a situação dos aposentados, de forma geral, está difícil no país e que o reajuste concedido a eles ficou abaixo do aumento do salário-mínimo.
“O Brasil está vivendo uma realidade surreal com relação ao dinheiro e, além do achatamento que o aposentado vem sofrendo, a gente tem problemas sérios com a nossa previdência privada, que é o Aerus. Estava na mão do STF, já estava parado lá há muitos anos, a presidenta Dilma sinalizou que poderia vir uma proposta. Então a gente está aguardando a posição do governo”.
Dayse diz que contribuiu para o Aerus por 19 anos e agora não tem acesso ao dinheiro. “Eu não sou aposentada pelo Aerus, eu sou aposentada pelo INSS, porém eu tenho todo o dinheiro que eu paguei por 19 anos na previdência privada, mensalmente. Então eu tenho lá o meu valor, é uma poupança que você vai colocando. O Aerus está sob intervenção e a gente está aqui na esperança”.
O ex-comandante Zoroastro Ferreira Lima Filho, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, explica que a proposta de acordo com o governo surgiu depois das duas ocupações que um grupo de aposentados fez no ano passado, uma de 26 dias na sede do Instituto Aerus, entre junho e julho, e outra de oito dias no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em agosto. De acordo com ele, em reunião com a Advocacia-Geral da União em novembro, foi informado que a proposta de acordo havia sido entregue à presidenta Dilma.
“Está nas mãos dela o processo. Eles vão analisar três propostas que entregamos e dessa análise vai vir uma resposta da presidenta dando ciência e dizendo se concorda ou não com esse acordo. Se concordar, nós iniciamos a fase final, que seriam as nossas pretensões”.
Lima Filho lembra a urgência de se resolver o caso, pois se trata de pessoas idosas. “Nós não podemos ficar mais esperando, quase todo dia está morrendo uma pessoa, porque a idade média do nosso pessoal é 75 anos, então nós não temos mais condições. O dinheiro que o pessoal está recebendo é 8% [do que deveria receber] e não está dando para nada. Tem gente precisando de internação, tem outros que não tem mais dinheiro para comer, está uma calamidade”.
De acordo com a Casa Civil da Presidência da República, a questão do Aerus foi discutida em uma reunião em agosto do ano passado, mas não há nenhuma decisão a respeito. (Akemi Nitahara - Agência Brasil)

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