quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

RAIOS CAUSARAM 1670
MORTES DE 2000 A 2013 
O coordenador do grupo de eletricidade atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/Inpe, Osmar Pinto afirma que a incidência de raios nas grandes cidades está aumentando, em todo o Brasil, nos últimos anos. O aumento se deve à urbanização e também é consequência do aquecimento global, explicou Osmar.
 De acordo com o Inpe, cerca de 50 milhões de raios caem a cada ano em todo o país, sendo 20 mil apenas na cidade de São Paulo. Entre os anos 2000 e 2013, 1.672 pessoas morreram no país por causa de raios. Nesse período, o estado campeão em número de mortes foi São Paulo, com 269 casos, seguido por Minas Gerais, com 130 casos. A cidade com maior número de mortos foi Manaus, com 20 casos.
Os pararaios só protegem a área
 restrita onde foram instalados
A maior parte das mortes ocorreram, segundo o instituto, em atividades rurais (24% do total), seguido por ocorrências dentro de casa (16%), próximo a um veículo (12%), embaixo de uma árvore ou jogando futebol (9%), sob coberturas como toldos ou deques (6%) e na praia (5%).
Na tarde último dia 29, oito banhistas foram atingidos por um raio na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo e quatro morreram no local. Os demais ficaram feridos. Eles estavam na praia quando o temporal teve início e a maior parte tentou se abrigar embaixo de um guarda-sol, que atraiu o raio e provocou as mortes.
Em entrevista à Agência Brasil, o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, disse que na Operação Verão, que teve início em dezembro 2013 e terminou em março 2014, 18 pessoas morreram por causa de raios somente no litoral de São Paulo, número que ele considerou alto.
Segundo o capitão Palumbo, para se proteger de raios, as pessoas devem saber inicialmente que uma tempestade de raios pode acontecer, inclusive, sem chuva. “Não há uma regra para isso. A regra que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de São Paulo estabelecem é que quando se vê que fechou o tempo e o céu ficou escuro, com aquelas nuvens negras, a tempestade já está formada. E se você estiver em praia, campo de futebol, estacionamento de shopping ou lugares abertos, o risco de você poder ser atingido por raio aumenta”, disse.
Nestes casos, ressaltou o capitão, é preciso evitar estar em lugares abertos. “Aconteceu a formação dessas nuvens e fechou o tempo, saia da praia, saia da água, saia da piscina. Você precisa se proteger dentro de uma casa, de uma edificação, de um prédio ou de um carro”, disse.
Se for impossível buscar abrigo, o ideal é que a pessoa se agache com os pés juntos, curvado para frente, colocando as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles até a tempestade passar. “Você não pode ser o ponto mais alto naquele local onde o raio está caindo”, ressaltou o capitão do Corpo de Bombeiros.
De acordo com Palumbo, as praias do litoral paulista têm atualmente 1,2 mil guarda-vidas com treinamento para situações que envolvam raios. “Se o bombeiro apitar ou pedir para que saiam da praia, [é preciso] que as pessoas acreditem nisso. Se tiver orientação para que você se abrigue, saia da praia”. (ABr)

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