segunda-feira, 25 de setembro de 2006

BAIXADA URGENTE

FAMÍLIA ZITO FECHADA
COM SÉRGIO CABRAL?

► No movimentado último fim de semana de campanha eleitoral, que teve também a inauguração do Teatro Municipal Raul Cortez, depois de uma espera de 10 anos, a cidade foi sacudida por um verdadeiro “tsunami” político, caso seja confirmada: a guinada da família Zito em direção ao palanque do casal Garotinho e do senador Sérgio Cabral. Embora a legislação eleitoral proíba campanha conjunta de candidatos cujos partidos não formem uma coligação, o ex-prefeito Zito e sua filha Andréia, ambos do PSDB e ligados a Marcello Alencar, foram vistos, segundo algumas pessoas, em pequenos “outdoors” e "santinhos" ao lado do senador Sérgio Cabral, candidato a governador pelo PMDB do casal Garotinho. No domingo, aliás, Zito conduziu uma grande carreata em inúmeros bairros da cidade. Se confirmada a adesão, não será surpresa se, nesse restinho de campanha, Zito e Washington Reis aparecerem juntos, pedindo votos para o senador do PMDB. Aliás, a simples colocação de propaganda conjunta da família Zito e de Sérgio Cabral já causou grande "frisson", principalmente entre os seguidores do ex-prefeito e de Washington Reis. O fato do atual prefeito, vice de Zito em 96, haver rompido como ele logo depois da eleição e disputado a Prefeitura em 2004 como adversário, criou uma situação no mínimo inusitada: Zito, agora, faria partead base de apoio a Sérgio Cabral, embora seu objetivo imediato seja voltar à Prefeitura em 2008, preferentemente em posição de confronto com Washington Reis. O que a cidade pergunta é como Sergio Cabral, que vem encontrando dificuldades para defender o casal Garotinho e, ao mesmo tempo, conquistar os votos dos eleitores insatisfeitos com a política do “tudo-por-um-real”, vai conseguir administrar a disputa entre o atual e o ex-prefeito. Afinal, essa disputa já dura 10 anos!

► O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CP dos Sanguessugas, voltou a criticar a lentidão da Polícia Federal em identificar as contas de onde saíram R$1,7 milhão para a compra do falso dossiê contra o PSDB. E insinua que, ao governo e ao PT, só interessaria a divulgação após as eleições. ”É preciso saber se o governo está interessado em divulgar a origem do dinheiro antes ou depois da eleição. Eu aposto na segunda opção”, disse Gabeira
► O comércio de acessórios para o vestuário – principalmente de malas e sacolas – está faturando horrores. Afinal, ninguém confia nos bancos, nem aceita cheque para pagar “apoios desinteressados” na reta final de campanha.O entra- e-sai de malas de dinheiro nos comitês de campanha segue em ritmo alucinante. Depois que uma juíza firmou jurisprudência de que dirigente partidário pego às vésperas da eleição (em Campos, por exemplo) com a mixaria de R$ 300 mil em espécie, não configura crime eleitoral, vale tudo para ganhar uma eleição. Até sacar um milhão em Caxias para pagar suborno em Campinas, terra da revista “Isto é” e do ínclito Orestes Quércia..
► Em priscas eras, havia um ditado que os cínicos usavam para justificar o roubo: crime não é roubar: é não conseguir carregar. Hoje, trabalho escravo em fazenda de poderosos só será punido se o “bóia fria” estiver algemado. Também deverá ser interpretado apenas como uma despropositada imbecilidade o fato de um cidadão qualquer (desde que do PT) vir a ser preso com R$ 1,7 milhão em hotéis de beira de estrada (ou aeroporto). Também carregar 100 mil dólares na cueca é altamente aconselhável e seguro.
► Setores expressivos do PMDB especulam que Sérgio Cabral pagará um elevado preço pelo apoio de Zito & Cia. nessa reta final para evitar um sempre perigoso Segundo Turno. Não é segredo para ninguém que Zito quer, “apenas”, a presidência da Assembléia Legislativa. E ele vem trabalhando duro para se tornar o deputado estadual mais votado e chegar dia 1º de Janeiro com cacife para reivindicar, numa salva de prata, o cargo que já foi ocupado por Sergio Cabral.
► Esses peemedebistas lembram que, quando presidente da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, Zito foi convocado para assumir uma vaga de deputado. Ele fez as contas e concluiu que, como Presidente da Câmara local, detinha, por razões óbvias, mais poderes do que sendo um simples deputado estadual em final de mandato. Ele cedeu, de bom grado, a sua vaga para o irrequieto Vagner Montes, que ingressara na política à sombra do programa “O Povo na TV”, do SBT, que também projetou o advogado Roberto Jefferson.
► Além do mais, como presidente da ALERJ, da qual já participou como deputado, Zito fará parte do “círculo do Poder”, capaz de acelerar (ou travar) qualquer proposição que seja contra ou a favor dos interesses do governador De qualquer forma, a sorte da dupla Sergio Cabral-Zito está lançada. Quem saiu perdendo foi o deputado Jorge Picciani, que pretendia permanecer no cargo mais alto da ALERJ por mais 4 anos.
► Observadores da política fluminense consideram que o ingresso de Zito e Andréia na “barca” de Sergio Cabral, a uma semana das eleições, é um sinal claro de que o casal Garotinho, mesmo que fique morando no Rio, como já foi anunciado, estará fora do próximo Governo do PMDB. Principalmente depois de 1º de Março, quando um novo quadro partidário irá comandar a vida política do País, em função da cláusula de barreira.
► A previsão é da redução dos cerca de 30 partidos hoje existentes para cerca de 15. Os partidos chamados nanicos terão de formar federação, do tipo PMDB, em que os interesses regionais acabarão falando mais alto que o interesse nacional. A mudnça não impedirá que surjam coligações exdruzulas, como as que temos nestas eleições, que contrariam as leis da biologia política. Com isso, onde estarão, em 2007, o casal Garotinho, Marcello Alencar, César Maia, Alexandre Cardoso, Marcelo Crivella, Jandira Feghali, Marcio Fortes, Denise Frossard, Moreira Franco, Zito e Washington Reis, entre outros?

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