terça-feira, 10 de novembro de 2009

LEI SECA DA CEDAE
FECHA ATÉ ESCOLAS

A Baixada, que o Governo do Estado considera apenas como “um quintal do Rio de Janeiro” continua exportando água para a Capital e recebendo muito lixo em troca. Além de não recuperar o lixão do Jardim Gramacho, o Governo do Estado anuncia para o início de 2010 as obras do novo aterro sanitário, que será em Seropédica, antigo Distrito de Itaguaí, numa área que fica em pleno Aqüífero de Piranema, um reservatório suberrâneo de água doce com cerca de 200 Km2. Embora garanta a água utilizada na Capital, a Baixada coantinua sofrendo com torneiras secas. Boa parte dos moradores dos bairros 25 de Agosto, Paulicéia e Vila Operária, vizinhos a dois reservatórios com mais de 14,5 milhões de litros, estão desde a última quinta-feira sofrendo com a falta d’água. O problema se agravou a partir da noite de domingo, quando um raio caiu sobre a rede elétrica que abastece a estação de tratamento do Guandu. Com a lentidão da Cedae em reparar os estragos, a “Lei Seca” foi ampliada e outros bairros do município ficaram sem água. No Jardim Gramacho, uma escola da prefeitura suspendeu as aulas desde segunda-feira por falta de água para preparo da merenda e o uso dos banheiros. Segundo moradores do bairo Paulicéia, vizinhos aos reservatórios, a água que ali chega através da Adutora da Baixada é exclusiva de uma grande empresa, situada na Rodovia Washington Luis, na altura do Km 4. Com isso, o abastecimento nessa área ainda é feito precariamente por uma caixa d’água construída pelos moradores do 25, nos anos 60, localizada ao lado dos novos reservatórios construídos durante os governos Marcello Alencar e Anthony Garotinho, mas só inaugurados por Rosinha Garotinho, mas que para os moradores continuam sendo um par de elefantes brancos, sem qualquer utilidade.

PROJETO VAI GARANTIR
COBRADORES NOS ÔNIBUS
Depois de passar pelas comissões técnicas, o projeto de lei do vereador Eduardo Moreira (PC do B), que proíbe que os motoristas dos coletivos das linhas municipais tenham dupla jornada, dirigindo e cobrando passagem, deverá ser votado pela Câmara de Duque de Caxias na próxima quinta-feira. Além de combater o desemprego e até a extinção da função de cobrador de passagens, o projeto visa garantir a segurança dos passageiros, uma vez que os motoristas, ao tentarem fazer troco e saírem do ponto, acabam se envolvendo em acidentes, com vítimas fatais. Se é proibido ao motorista conversar com os passageiros para que mantenha toda a sua atenção voltada para o trânsito, não há razão para que seja dada ao motorista uma tarefa que exige concentração e cálculo e para a qual os cobradores são treinados pelas próprias empresas.
Para o vereador Eduardo Moura, a permissão dada às empresas, no final do segundo Governo Zito, para utilizarem microônibus, com dispensa de cobradores, era uma solução de emergência, visando permitir às empresas regularmente constituídas enfrentarem a concorrência do chamado transporte alternativo. Com a repressão hoje desenvolvida pela prefeitura contra o transporte pirata, não há razão para os microônibus continuarem circulando, principalmente pelo fato de colocarem em risco a vida dos passageiros enquanto o motorista faz o troco.

RÁPIDAS
• O pleno do Supremo Tribunal Federal deve ratificar nesta quarta (11) a decisão provisória da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha que impediu a posse de cerca de 7 mil suplentes de vereadores. Eles estavam assumindo cadeiras nas Câmaras com base numa emenda constitucional que aumentou o número de vagas nos Legislativos municipais retroativamente à eleição do ano passado.
• Em sua decisão, tomada no dia 2 de outubro, Cármen Lúcia disse que a emenda mudou um processo eleitoral encerrado em 2008, com a eleição e proclamação dos eleitos.
• Outros ministros do STF já se manifestaram contra os efeitos retroativos da emenda. Em setembro, Carlos Ayres Britto, que além de integrar o Supremo é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) tinha chegado tarde para entrar em vigor nesta legislatura. Segundo ele, o TSE já concluiu em 2007 que a aplicação da emenda está condicionada a sua aprovação antes do processo eleitoral.
• Segundo denúncia de um morador de Xerém, o complexo esportivo
universitário de Santa Cruz da Serra prometido pelo governador Ségio Cabral, continua só promessa e o terreno, a antiga fazenda Valverde, é mato só, como demonstra a foto enviada pelo leitor-internauta.
• O SESC/Meriti abriu nesta terça a exposição “África: Um Lugar em nós brasileiros”, que pretende ser uma reflexão sobre a contribuição africana na formação social e cultural do povo brasileiro. A Mostra ficará aberta ao público ate o próximo dia 30. O SESC/Meriti fica na Av. Automóvel Club, 206, centro, em São João de Meriti e as visitas podem se feitas das 9:00h às 17:30h.
• O governador Sérgio Cabral admitiu que o grande número de mortes em supostos confrontos com a polícia (os chamados autos de resistência) em seu governo é resultado de uma política de enfrentamento aos criminosos.
• Reportagem publicada segunda-feira (9) pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que a média diária de mortes causadas pela polícia é a maior entre os últimos cinco governos (Marcelo Alencar, Anthony Garotinho, Benedita da Silva, Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral).
• Cabral citou como exemplo de sua política os confrontos entre policiais e criminosos nos Complexos do Alemão e da Penha, em 2007, quando, durante cerca de dois meses, dezenas de pessoas morreram, entre elas, alguns inocentes vítimas de balas perdidas. Em apenas um dia, 19 pessoas foram mortas pela polícia.
• “O falso clima de paz que prevalecia no Rio, nós acabamos no início do governo. Quando fizemos uma operação aqui no Alemão, algumas lideranças de movimentos não governamentais vieram me procurar e eu declarei, em alto e bom som, ‘não tem acordo’. Não tem acordo no nosso governo. Ponto final”, disse Cabral.
• Mesmo depois de dois meses de operações quase diárias, em 2007, e das pequenas operações feitas pela polícia desde então, os Complexos do Alemão e da Penha continuam sendo dominadas por quadrilhas que vendem drogas e que controlam o território com a ajuda de armas longas, como fuzis e metralhadoras.
• O bombeiro Edgar dos Santos de Oliveira Júnior, que recebeu voz de prisão da deputada Cidinha Campos (PDT). presidente da CPI da Assembleia Legislativa que investigar denúncias de corrupção contra conselheiros do TCE, disse no interrogatório que não conhecia Ricardo Montello Amaral, assessor especial do conselheiro José Gomes Graciosa, ex-presidente do TCE e um dos investigados pela Polícia Federal. Disse ainda que nunca fizerra qualquer tipo de serviço ou contrato com Amaral.
• Quando a deputada perguntou, então, qual o motivo do assessor do presidente do TCE haver depositado um cheque, no valor de R$ 9,7 mil em sua conata corrente, Júnior garantiu que também não sabia, mas admitiu que poderia ter sido por algum favor.
• Durante seu depoimento, Júnior também mentiu sobre o valor de sua gratificação no TCE, deu um endereço diferente do fornecido à polícia e forneceu número errado de sua matrícula de bombeiro.
• “Não sei como este cheque está com meu nome, mas pode ser que eu estivesse na fila do banco um dia e alguém tenha me pedido para retirar (o dinheiro). Para isto, temos que pôr o nome e também uma identificação (na parte de trás do cheque)”, argumentou o bombeiro. A justificativa não convenceu a CPI. “Primeiro diz que não o conhece; depois lembra quem é Ricardo. E ele esqueceria de um cheque deste valor? Ele não vai brincar com nossa inteligência”, frisou a presidente da comissão.
• Júnior contou receber do Corpo de Bombeiros o equivalente a R$ 1,8 mil e afirmou que a gratificação proveniente do tribunal era de R$ 2,1 mil, que, com descontos, cairia para menos de R$ 2 mil. “Estou com a ficha financeira aqui. O senhor recebe R$ 4.538,18. Será que alguém está ficando com seu salário no TCE?”, questionou Cidinha, referindo-se ao incompatível salário declarado.

PRAÇA DO PACIFICADOR
GANHA SAUNA DE LUXO

Os desavisados que compraram ingresso para os espetáculos de sexta, sábado e domingo, no Teatro Municipal Raul Cortez, tiveram uma desagradável surpresa: ao invés do ar condicionado, ganharam uma sessão na sauna. Quem ousou reclamar da falta de conforto, recebeu dos funcionários do Teatro a explicação de que a recuperação do ar condicionado vai demorar, pois depende da burocracia. Quando foi inaugurado, em setembro de 2006, a Prefeitura contratou uma empresa especializada em locação de equipamentos, que instalou um sistema móvel, para garantir o conforto dos convidados. Mais tarde, ao se apresentar no palco do Raul Cortez, a poeta, atriz e cantora Lucinda Lins interrompeu para reclamar do então prefeito Washington Reis, que estava na platéia, que não era possível trabalhar num teatro sem ar condicionado, recebendo a promessa de que em 20 dias o problema seria solucionado. Não foi, pois a Prefeitura se negava a instalar uma nova estação exigida pela Light para fornecer a eneergia necessária ao funcionamento do Teatro. Só em 2008 a obra foi concluída, numa negociação demorada, em que a concessionária acabou doando a nova estação. O que os freqüentadores do Teatro Raul Cortez querem saber, já que pagam ingresso, quando o ar condicionado vai voltar a funcionar. Afinal de contas, há quatro anos a Biblioteca Leonel Brizola foi alvo de bandidos e as marcas de balas ainda continuam nas vidraças do imponente prédio da Praça do Pacificador.

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