MINISTÉRIO
DA JUSTIÇA NEGA
PROTEÇÃO
PARA VENINA VELOSA
O
Ministério da Justiça negou o pedido de proteção policial feito pela Câmara dos
Deputados para a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca. Venina
denunciou que a diretoria da estatal, incluindo a atual presidente, Graça
Foster, foi pessoalmente alertada sobre as irregularidades em contratos
firmados pela companhia.Em ofício enviado à Câmara dos Deputados, o
diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, informou que cabe à própria
gerente fazer a solicitação
de proteção – e não à Casa.
“Informamos
que a solicitação de providências para assegurar a proteção de Venina Velosa da
Fonseca necessariamente deverá ser apresentada pela mesma, uma vez que a
proteção efetuada sem o seu consentimento poderá caracterizar abuso de
autoridade ou constrangimento ilegal”, disse Daiello no parecer.
O pedido
de proteção foi protocolado pelo DEM. Na representação, o partido alega que a
ex-gerente se posicionou de “forma corajosa” ao apontar as irregularidades na
estatal e que, por isso, sofreu “retaliações profissionais e ameaças à sua vida
e a de sua família”.
Em
entrevista exibida na noite deste domingo pelo Fantástico, da TV Globo,
Venina afirmou que alertou pessoalmente a presidente da empresa, Graça Foster,
sobre irregularidades em contratos. "Eu estive com a presidente
pessoalmente quando ela era diretora da área de gás e energia. Discutimos o
assunto. Foi entregue uma documentação com uma denúncia na área de
comunicação", disse ela.
A
declaração contraria posicionamento público da Petrobras, que, na última
terça-feira afirmou que a ex-gerente só havia feito afirmações vagas em
mensagens e que Graça Foster só foi alertada sobre irregularidades em um e-mail
enviado em 20 de novembro deste ano, após a demissão da funcionária. Só
que o Fantástico mostrou um e-mail que Venina enviou para Graça
Foster em outubro de 2011 em que ela se queixava sobre os técnicos da empresa
estarem sendo passados para trás e sobre o "esquartejamento" de projetos
para dificultar a fiscalização. Na época do e-mail, Graça Foster era diretora
de gás e energia. Ela assumiu a presidência da empresa em fevereiro de 2012.
A
ex-gerente declarou que recebeu "várias ameaças" quando trabalhava na
Petrobras e começou a apurar as irregularidades. "Se eu tivesse
participado de algum esquema eu não estaria aqui
denunciando." Emocionada, Venina lembrou, durante a entrevista, sobre
seu afastamento e sua realocação em Singapura, logo depois de fazer as
primeiras denúncias. "Eu tinha uma família, um marido, um apartamento. O
que eles fizeram foi me afastar para Singapura", disse. (Com Agência
Brasil)
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