quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

ESTÃO ASSASSINANDO A
CULTURA NA BAIXADA

Mesmo depois de morto e enterrado o seu criador, o nazismo continua vivo em diversas partes do mundo. Movido pelo ódio àquilo que não entende, é uma forma batarda de mudar a realidade políticas e social de um País. E sempre elege a Liberdade de Imprensa e a Cultura como inimigos. É o que estamos vendo no Estado do Rio governado por um playboy que nasceu no Século errado.
Depois do fechamento da “”Tribuna da Imprensa” no Rio de Janeiro, sem uma simples “Nota de Falecimento” emitido ela Associação Brasileira de Imprensa, vemos a derrocada de um jornal com mais de 80 anos de circulação na Baixada, o valente e atuante “Correio da Lavoura”. Na mesma batida, outros jornais da região estão prestes a desaparecer.
As ultimas eleições revelaram, no entanto, que o estrangulamento da Imprensa regional, alternativa e que não se atrela aos poderosos de plantão é um processo orgânico, organizado e que visa interferir no pleito de 2010.
E o mesmo processo se volta contra a Cultura, a sua diversidade de expressão e compreensão. Figuras que saem das trevas resolvem simplesmente fechar as instituições que se dedicam a guarda a memória do País.
Foi assim com a derrocada da FEUDUC, cujo Departamento de História, o único que ensinava a História da Baixada com base em pesquisa de seus próprios professores e alunos, foi fechado, deixando em seu interior ate documentos pessoais de professores e alunos, fruto de longas pesquisas de campo.
Repetiu-se o fato com o descaso em relação à recuperação das vidraças da Biblioteca Governador Leonel Brizola, parte integrante do Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Duque de Caxias, alvo de bandidos. O fato ocorreu em dezembro de 2005 e, apesar do orçamento bilionário do Município, as vidraças não foram recompostas.
Da mesma forma, não foram ligados à WEB os 10 computadores comprados pela Prefeitura em 2004 para equipar aquela Biblioteca. Sem a conexão à arede mundial de computadores, os consulentes daquela Casa de Cultura não tem acesso a documentos importantes, disponibilizados via internet pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
A mudança de Governo não melhorou o panorama Cultura da Baixada. Em Duque de Caxias, a nova Mesa da Câmara despejou a “Sala de Leitura Dr. Moacyr do Carmo”, com quase 40 anos de bons serviços prestados aos estudantes da Baixada para, em seu lugar, instalar um novo Gabinete para o Presidente do Legislativo, além de salões de beleza e sala de ginásticas para os seus funcionários.
Na mesma batida, o subsecretário de Cultura, dirigente de uma Escola de Samba e autoridade em Cultura Popular, decide despejar uma equipe de Teatro que,há 17 anos, transformou o minúsculo TEMAM – o Teatro Municipal Armando Melo – com apenas 90 lugares na platéia, numa escola de teatro, onde formava atores, atrizes e cenotécnicos, além de novas platéias.
Não podemos esquecer, também, que o Instituto Histórico Vereador Thomé de Siqueira Barreto, criado pela Câmara Municipal de Duque de Caxias, funciona no porão do Legislativo, como se fosse um “Sem Teto” da Cultura, lutando com dificuldades para manter o seu acervo, amealhado ao longo de décadas de dedicação a um pequeno grupo de professores, pesquisadores e historiadores. O descaso com o Instituto já levou à destruição documentos importantes da História de Duque de Caxias, doados pelos seus antigos donos na esperança de que seriam úteis à gerações futuras.
Ou a Baixada se une e organiza, ou deixará de existir como cidade, com perfil próprio e espelho de seu povo. Em breve, retornaremos à condição de grande Senzala do Rio de Janeiro, cujo destino será servir aos interesses de nossos líderes políticos, todos moradores de luxuosos condomínios na Barra. Para facilitar a vassalagem, os “Senhores da Terra” nos concederam o privilégio de viajar para a Barra em ônibus com ar condicionado, um luxo!
Ou reagimos ou seremos desterrados como intrusos em nossa própria casa.

A Câmara despejou uma biblioteca como se atirasse ao lixo um copo descartavel.

DENÚNCIA!

DESCASO E DESRESPEITO

Compondo uma coleção de 2.800 livros de história, geografia, e antropologia. Livros de viajantes que registraram os quatros primeiros séculos da História do Brasil, coleção completa de Monsenhor Pizarro, relatórios da Província do Rio de Janeiro do século XIX, revistas e jornais da Baixada do século XX, além de cerca de 2000 fotografias registrando acontecimentos sociais e políticos do século passado, administrados e catalogados com esmero desde 1997 pelo IPAHB para facilitar as pesquisas de centenas de alunos que nos procuram durante o ano, sentiu a falta de respeito com esse patrimônio, do atual “Governo’ que se inicia em São João de Meriti.
Sem procurar os responsáveis por essa instituição para saber o que é um Centro de Memória, que em sua alienação confundem por biblioteca, a Secretaria de “cultura” simplesmente mandou fechar o museu de arqueologia (o único da Baixada) através de terceiros, e fomos “convidados” a entregar a sala em que se encontram esses livros e as mesas para os pesquisadores.
Os Cursos de História da Baixada Fluminense que ministramos durante esses anos assim como as aulas de artes plásticas que formam dezenas de artistas. As mais de 400 monografias feitas por estudantes universitários e inúmeras dissertações de mestrado.. Publicação de livros, revistas folhetos etc. Tudo isso foi ignorado por uma secretaria rotulada de “cultura” que está dizendo pra que veio. È preciso desocupar as salas para novos “projetos” e acomodar uma onda de “apadrinhados” comissionados que irão se acotovelar nos corredores sem ter o que fazer.
Conclusão: o IPAHB, motivo de orgulho para qualquer Prefeitura séria de nossa região, está sendo colocado no olho da rua de surpresa sem ter um espaço para se instalar, com o risco de não poder mais oferecer conhecimento a uma juventude carente do políticas públicas em mais esse setor. É lamentável!

Guilherme Peres
Secretário do IPAHB
Esta foto-denúncia do acervo do IÁHB revela o secular descaso e até mesmo o despreso do Poder Público para com a cultura na Baixada, pois a Fazenda de S. Bento, em Duque de Caxias, foi o ponto de partida para a colonização da Baixada.

Nenhum comentário: