domingo, 8 de setembro de 2013

DIPLOMATA EDUARDO SABOIA DEVE
PRESTAR DEPOIMENTO NA QUINTA 

O diplomata Eduardo Paes Saboia, ex encarregado de Negócios do Brasil na Bolívia, que coordenou a retirada do senador de oposição Roger Pinto Molina de La Paz, será ouvido na próxima quinta-feira (12) pela comissão de sindicância que apura a atuação dele no caso. O advogado do diplomata, Ophir Cavalcante, insiste com o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) que, para Saboia prestar esclarecimentos, é fundamental a obtenção de cópias dos documentos trocados entre o órgão e o Palácio do Planalto no período em que o boliviano ficou abrigado na embaixada brasileira.
“Precisamos desses documentos para ajudar na elaboração de defesa de Saboia. É um direito da defesa ter acesso a esse material”, diz Ophir Cavalcante. O advogado pede acesso aos chamados memorandos, que são documentos trocados pela Embaixada do Brasil na Bolívia, o Itamaraty e a Presidência da República. O pedido ainda não foi atendido pela comissão. A solicitação foi feita há sete dias. Ophir disse que o objetivo de ter acesso à documentação é mostrar que Saboia “não quebrou hierarquia”.
A defesa pediu para ter acesso não só aos memorados, mas a todos os telegramas diplomáticos trocados envolvendo o assunto – de 28 de maio de 2012, quando Pinto Molina pediu abrigo na embaixada, a 24 de agosto, quando ele chegou ao Brasil. Segundo a defesa de Saboia, o diplomata relatou, em detalhes, o que ocorria com o senador boliviano.
Em junho de 2012, o Brasil concedeu asilo diplomático ao senador, mas o governo boliviano não deu o salvo-conduto para ele deixar o país.  Pinto Molina foi retirado da Bolívia rumo ao Brasil em uma operação organizada por Saboia, desencadeando uma crise diplomática. O então chanceler Antônio Patriota foi substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado.

No Brasil há duas semanas, Pinto Molina ficou abrigado por 455 dias na embaixada brasileira em La Paz.  O governo de Evo Morales classifica o parlamentar como um “delinquente comum”. O senador nega as acusações relativas a desvios de recursos públicos e corrupção. No total, são mais de 20 processos. Na semana passada chegou a Brasília uma missão boliviana de alto nível, formada por três ministros e integrantes do Ministério Público, com o objetivo de apresentar documentos ao Ministério da Justiça sobre os processos judiciais envolvendo Molina. (Agência Brasil).

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