EXPOSIÇÃO RETRATA DEGRADAÇÃO
AMBIENTAL DA BAÍA DE SEPETIBA
Há
décadas convivendo com a degradação de seu ecossistema, a região da Baía de
Sepetiba, que abrange o bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro,
e o vizinho município de Itaguaí, teve seus problemas ambientais agravados ao
longo dos últimos sete anos. O motivo foi a instalação em Santa Cruz, desde
2007, da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), responsável
pelo aumento de 76% na emissão de gases de efeito estufa no município do Rio de
Janeiro.
Um
pouco dessa realidade, que afeta o meio ambiente e a saúde dos moradores da
região, está retratada na exposição Baía
de Sepetiba: Em Busca de um Futuro Legal, aberta esta semana no Teatro
do Oprimido (CTO), na Lapa, centro do Rio. A mostra apresenta sete painéis, de
autoria do fotógrafo André Mantelli, que registram lugares e pessoas afetadas
pela degradação, como os pescadores das colônias às margens da baía.
“Queremos
chamar a atenção para um pedaço da riqueza do Rio de Janeiro que está sendo
destruída”, destaca Karina Kato, técnica da organização não governamental
Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), organizadora da
exposição, com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo. Segundo ela, a mostra é mais
uma atividade da campanha Pare TKCSA, que tem a participação de movimentos
sociais, ambientalistas e instituições culturais e científicas.
Sem
licença ambiental desde 2010, a siderúrgica tem seu funcionamento garantido por
um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) conseguido com órgãos ambientais do
estado. Os movimentos engajados na campanha Pare TKSCA não se contentam com
isso, e cobram aplicação rigorosa da legislação ambiental pelo estado.
“O
empreendimento está numa região rica, ambiental e socialmente. O turismo também
é afetado, já que a Baía da Ilha Grande [região onde se situam os municípios de
Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty) é uma extensão natural da Baía de
Sepetiba”, enfatiza Karina Kato.
Antes
mesmo da TSKCA, a instalação do Porto de Itaguaí, na década de 1980, afetou o
ambiente da região, antes voltada unicamente para aa vocações pesqueira,
agrícola e turística. Outro fator agravante para a Baía de Sepetiba nessa época
foi o vazamento de água contaminada com metais pesados, a partir de um terreno
da extinta Companhia Ingá Mercantil. A recuperação ambiental da área só teve
início em 2008.
A
exposição Baía de Sepetiba: Em
Função de um Futuro Legal pode ser vista no CTO (Av. Mem de Sá, 31
– Lapa) até o próximo dia 11, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. Amanhã
(4), por ser feriado municipal, devido a jogo da Copa do Mundo no Rio de
Janeiro, o CTO estará fechado.
Segundo
Karina Kato, a mostra é itinerante. Depois, ela seguirá para outros espaços
culturais, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e percorrerá escolas da zona
oeste do Rio - área afetada pelos problemas ambientais retratados na exposição. (ABr)
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