GERENTE DA PETROBRAS JUSTIFICA
ATRASO DA REFINARIA ABREU E LIMA
Convocado para explicar no Senado os motivos do atraso e
do alto custo da Refinaria Abreu e Lima, o gerente-geral de Implementação de
Empreendimentos da Petrobras, Glauco Colepicolo Legati, disse hoje (16) que o
principal motivo do atraso da obra foi a necessidade de se refazer algumas
licitações, após terem sido apresentados valores superiores ao previsto pela
estatal.
A expectativa é que a refinaria seja concluída até o
final de 2014, três anos após o prazo inicialmente previsto. Durante audiência
pública na CPI da Petrobras, Legati disse que, em parte, esse atraso é
explicado pela demora na entrega de alguns equipamentos contratados e que a
necessidade de se pagar salários atrativos para incentivar a ida de
profissionais para trabalharem na obra está entre os fatores que contribuíram
para o encarecimento da refinaria.
Orçada inicialmente em US$ 2,5 bilhões, a Abreu e Lima já
custa, de acordo com o gerente da Petrobras, pouco mais de US$ 18 bilhões,
podendo, chegar próximo aos US$ 20 bilhões, segundo a presidenta Graça Foster.
Na audiência de hoje, Legati disse que, só com alguns detalhamentos que
resultaram em alterações no projeto, foram acrescidos US$ 690 milhões à obra.
“Foram feitos também aditivos contratuais e cláusulas que previam repactuação
de US$ 2,169 bilhões”, disse. “Só com a variação cambial, foram mais US$ 293
milhões”, detalhou.
“Mas o grande atraso está relacionado às novas
licitações, porque a resposta [os preços] do mercado veio muito acima do
previsto, e a Petrobras não assina contratos acima de sua estimativa de custo.
Com isso tivemos de fazer mais licitações”, disse Legati ao negar erros no
projeto. Para o gerente, empreendimentos desse porte requerem alguns cuidados a
mais, que só podem ser identificados no decorrer da obra. “Não há erro de
projeto. Pelo risco natural de um projeto como esse, são necessários
cuidados especiais e, por isso, requisitos de segurança foram colocados nos
contratos. Em muitos casos, exigências de segurança e saúde”, disse.
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