domingo, 30 de novembro de 2014

MP DO SUPERÁVIT ZERO
FICOU PARA TERÇA-FEIRA
Eram necessários 257 deputados para que a votação ocorresse, mas apenas 254 registraram presença.  Os deputados e senadores não marcaram presença em número suficiente e a sessão prevista para a votação, nesta quarta-feira (26), da mudança na meta do superávit primário do governo (PLN 36/14) foi encerrada por falta de quórum. PSDB, DEM, PPS, PSB e SD não registraram os seus parlamentares como estratégia de obstrução, mas foi a ausência de parlamentares da base aliada que levou a sessão ao encerramento.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, convocou nova votação para a próxima terça-feira, às 12 horas.
Estavam presentes apenas 37 dos 71 deputados do PMDB, 34 dos 60 do bloco PP-Pros, e 17 dos 36 do bloco liderado pelo PR. O PT estava melhor representado: 69 deputados dos 87 da bancada compareceram. O quórum mínimo para votações é de 257 deputados, e, no momento em que a sessão foi cancelada, o painel eletrônico apontava apenas 254 no Plenário.
Renan Calheiros admitiu que a base governista é a responsável pelo adiamento da votação, já que era “evidente” a falta de quórum. “Não tínhamos como continuar a sessão. No processo legislativo, não tem jeito: a maioria sempre se manifesta. Mas ela só pode se manifestar se estiver presente no Plenário. Nós marcamos a votação para a próxima terça (2) e, então, se a maioria estiver presente, ela vai se manifestar”, disse. Ele não quis comentar se há alguma insatisfação na base aliada. “Eu não sou nem líder do governo, nem representante da oposição”, desconversou.
O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que a oposição só conseguiu derrubar a sessão porque os governistas não estavam no Plenário. “Eu não vou imaginar que o que aconteceu hoje foi fruto só da oposição, até porque a gente não tem maioria para prevalecer. Houve sim uma contribuição da bancada governista – não sei quais partidos estão envolvidos ou o nível da insatisfação, mas ela existe”, disse.
A proposta é prioridade do Planalto porque autoriza o governo a abater da meta fiscal prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 todos os gastos realizados com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações de tributos concedidas ao longo do ano. Na prática, o governo fica liberado de cumprir a poupança obrigatória do superávit.
O projeto foi apresentado por causa do mau desempenho das contas públicas, já que, entre janeiro e setembro, o resultado primário ficou deficitário em R$ 20,7 bilhões. Ele chegou ao Congresso no começo do mês e teve calendário de votação acelerado – foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) em segunda votação na madrugada desta terça-feira (25) e forçou o Congresso a limpar a pauta de vetos na noite de anterior. (Com Agência Senado)

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