quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

SEM O POVO NAS GALERIAS
O CONGRESSO SE AJOELHA 
Entre o Povo e Dilma, Renan
escolheu o Poder
Ficou para a próxima terça-feira (9) a votação do texto final do projeto do Governo que reduz a meta fiscal, com o poder de excluir a presidente Dilma Rousseff das punições previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada, com a oposição do PT, no Governo FHG. Em nome da oposição, o senador Aécio Neves advertiu que o Governo estava colocando o Congresso de cócoras, ao condicionar, por decreto, que a liberação das verbas parlamentares – destacadas por senadores e deputados – destinadas a beneficiar os redutos eleitorais desses parlamentares. No texto do decreto, cada parlamentar, independe do Estado ou partido que represente no Congresso Nacional, terá liberada a irrisória quantia de R$ 744 mil reais.
O mais grave é que essa manobra fiscal foi feita em fim de mandato, por um Ministério da Fazenda cujo titular está demissionário há meses e já tem substituto escolhido e publicamente anunciado. Para coroar a sua passagem pelo Ministério da Fazenda e entrar para o livro dos Recordes com o ministro (8 anos) que mais tempo permaneceu no cargo, Guido Mantega ainda propôs que o Governo venda títulos no valor de R$ 30 bilhões, que não irão reforçar o Caia do Tesouro, mas serão transferidos, a toque de caixa, para o BNDES financiar máquinas para a agroindústria (tratores e colheitadeiras), ramo industrial dominado por multinacionais.
Pela esdrúxula proposta do governo, os títulos garantirão a rentabilidade dos seus compradores – grandes bancos e grupos de investidores internacionais –, mas serão emprestados pelo BNDES a juros de pai para filho para os capitães do agronegócio.  Adivinhem quem vai pagar a diferença entre o valor pago aos rentistas, inclusive estrangeiros, e os compradores das colheitadeiras e tratores, o que reduz a mão de obra no campo em favor dos grandes fazendeiros, que serão contemplados com o Ministério da Agricultura, seja qual for o seu titular no novo Governo?
A pergunta de um solitário manifestante na madrugada de Brasília deve ser respondida pelos parlamentares que se dobraram ao poder bolivariano do Governo .
Um solitário manifestante fez a pergunta indigesta
numa democracia: qual o preço dos políticos
(Foto: Fernando Bezera Jr.)

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