segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

CRISE DO PETROLÃO JÁ DESEMPREGOU
10.200 TRABALHADORES DO COMPERJ 
Os sindicatos que reúnem os trabalhadores que prestam serviços à Petrobrás no Complexo do Comperj, em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro, já contabilizam a demissão de 10,200 operários pelas empreiteiras contratadas pela estatal para implantar o Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj).
A Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Petróleo, com base no Rio de Janeiro, divulgou no fim do ano que cerca de 10 mil pessoas já foram demitidas no setor, após as denúncias de corrupção na Petrobras. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) também publicou no mesmo período, um estudo preliminar sobre o impacto que uma interrupção nos investimentos da Petrobras pode causar na economia.  Nesta segunda-feira (5),foram registradas mais 200 demissões.
Com relação ao Rio de Janeiro, a pesquisa ressalta que em Niterói, na região Metropolitana, as empresas mais afetadas são os estaleiros Mauá, Eisa Petro-Um, Brasa, UTC e Enaval, que demitiram uma média de 600 pessoas em 2014, de um total de 12.000 trabalhadores no município. Os dados foram baseados em informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.
As demissões desta segunda (5) partiram do consórcio CPPR, formado pelas empresas Odebrecht, Mendes Júnior e UTC. As informações são do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem Industrial de Itaboraí (Sintramon), que vem acompanhando o processo de baixa dos funcionários das terceirizadas desde outubro do ano passado. Segundo o presidente do sindicato, Paulo Cesar Quintanilha, uma das empresas mais afetada com a crise é a Alumini Engenharia. Em outubro a Alumini começou a dispensar o seu pessoal nas obras, sem pagar, no entanto, a rescisão contratual. Os 469 ex-funcionários conseguiram no Ministério Público do Trabalho, em Niterói, um acordo extrajudicial para receber os direitos em três parcelas, que deveriam ser depositadas pela empreiteira nos dias 17, 19 e 22 de dezembro.
Quintanilha contabiliza cerca de 2,5 mil empregados da Alumini ainda remanescentes nos canteiros de obras do Comperj, mas a maioria esmagadora com os seus salários atrasados desde dezembro. "Estamos com uma média de 180 agentes do sindicato dialogando com esse pessoal. Colocando à disposição deles o nosso departamento jurídico para eles tentarem na Justiça receber os seus direitos. Pretendemos entrar com uma liminar para tentar o desbloqueio da conta da Alumini para pagamento desses funcionários", adiantou o sindicalista.
Pelas estatísticas do sindicato, cerca de 18 mil trabalhadores de 16 construtoras mantém as atividades no Comperj. Uma das mais afetadas é a GDK S.A, com 250 empregados, atualmente, mas com uma média de 120 já demitidos no final do ano passado. "Se o ritmo de demissão continuar assim, teremos uma grave crise no setor, com certeza", avalia Quintanilha, que estima mais 1.400 baixas pelas empreiteiras até o final de janeiro. 

Nenhum comentário: