CRISE DO PETROLÃO JÁ
DESEMPREGOU
10.200 TRABALHADORES DO
COMPERJ
Os sindicatos que
reúnem os trabalhadores que prestam serviços à Petrobrás no Complexo do
Comperj, em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro, já contabilizam a
demissão de 10,200 operários pelas empreiteiras contratadas pela estatal para
implantar o Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj).
A Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Petróleo,
com base no Rio de Janeiro, divulgou no fim do ano que cerca de 10 mil pessoas
já foram demitidas no setor, após as denúncias de corrupção na
Petrobras. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Sócioeconômicos (Dieese) também publicou no mesmo período, um estudo preliminar
sobre o impacto que uma interrupção nos investimentos da Petrobras pode causar
na economia. Nesta segunda-feira (5),foram registradas mais 200 demissões.
Com relação ao Rio de Janeiro, a pesquisa ressalta que em
Niterói, na região Metropolitana, as empresas mais afetadas são os estaleiros
Mauá, Eisa Petro-Um, Brasa, UTC e Enaval, que demitiram uma média de 600
pessoas em 2014, de um total de 12.000 trabalhadores no município. Os dados
foram baseados em informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói,
São Gonçalo e Itaboraí.
As demissões desta segunda (5) partiram do consórcio
CPPR, formado pelas empresas Odebrecht, Mendes Júnior e UTC. As
informações são do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de
Manutenção e Montagem Industrial de Itaboraí (Sintramon),
que vem acompanhando o processo de baixa dos funcionários das terceirizadas
desde outubro do ano passado. Segundo o presidente do sindicato, Paulo Cesar
Quintanilha, uma das empresas mais afetada com a crise é a Alumini
Engenharia. Em outubro a Alumini começou a dispensar o seu pessoal nas
obras, sem pagar, no entanto, a rescisão contratual. Os 469 ex-funcionários
conseguiram no Ministério Público do Trabalho, em Niterói, um acordo
extrajudicial para receber os direitos em três parcelas, que deveriam ser
depositadas pela empreiteira nos dias 17, 19 e 22 de dezembro.
Quintanilha contabiliza cerca de 2,5 mil empregados da
Alumini ainda remanescentes nos canteiros de obras do Comperj, mas a maioria
esmagadora com os seus salários atrasados desde dezembro. "Estamos com uma
média de 180 agentes do sindicato dialogando com esse pessoal. Colocando à
disposição deles o nosso departamento jurídico para eles tentarem na Justiça
receber os seus direitos. Pretendemos entrar com uma liminar para tentar o
desbloqueio da conta da Alumini para pagamento desses funcionários",
adiantou o sindicalista.
Pelas estatísticas do sindicato, cerca de 18 mil
trabalhadores de 16 construtoras mantém as atividades no Comperj. Uma das mais
afetadas é a GDK S.A, com 250 empregados, atualmente, mas com uma média
de 120 já demitidos no final do ano passado. "Se o ritmo de demissão
continuar assim, teremos uma grave crise no setor, com certeza", avalia
Quintanilha, que estima mais 1.400 baixas pelas empreiteiras até o final de
janeiro.
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