MST PROTESTA CONTRA CORTE DE
VERBAS PARA A REFORMA AGRÁRIA
Manifestantes
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o andar térreo
do prédio principal do Ministério da Fazenda, em Brasília, na manhã desta
segunda-feira (3). Eles chegaram por volta das 5h20 da manhã de hoje (3). Com
bandeiras do movimento e faixas pedindo urgência na reforma agrária e a saída
do ministro Joaquim Levi, os manifestantes protestam contra os cortes
orçamentários e o reajuste fiscal anunciados recentemente pelo governo.
"Viemos
aqui criticar e nos mobilizar contra a política econômica do governo de uma
maneira geral, que tem atingido, através do ajuste fiscal, os trabalhadores e
trabalhadoras e também o Orçamento, no que diz respeito à reforma
agrária", disse Kelli Mafort, da coordenação nacional do MST.
Os
funcionários do Ministério foram impedidos de entrar no prédio e, do lado de
fora, manifestantes montaram um acampamento com barracas. Segundo a coordenação
do movimento, cerca de 2 mil pessoas de diferentes partes do país estão no
local. Já a Polícia Militar estima o número de pessoas em 700.
Mafort
explica que, atualmente, cerca de 100 mil famílias ligadas ao MST aguardam a
reforma agrária em acampamentos por todo país e que o ajuste fiscal representou
um corte de 50% no orçamento destinado para este fim, que era R$ 3,5 bilhões.
"Temos
hoje, no Ministério do Desenvolvimento Agrário, R$ 1,8 bilhão para a reforma
agrária. Esse número é irrisório diante da necessidade", disse.
Os
manifestantes afirmam que ficarão no local, até que haja uma sinalização por
parte do governo.
"É
muito mais uma questão central do governo para, de fato, mexer na política
econômica para que isso atinja também a política de reforma agrária, do que
simplesmente uma negociação com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária] ou o Ministério do Desenvolvimento Agrário", ressaltou
Kelli. Ela conta que foram feitas reuniões anteriormente, mas que as
negociações não resultarem em conquistas concretas.
A
manifestação em Brasília faz parte de uma ação nacional e, segundo a
coordenação do movimento, São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e outros estados
também estão mobilizados. Até o momento, o Ministério da Fazenda não se
manifestou sobre a ocupação.
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