quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MP FEDERAL INVESTIGA SUMIÇO
DE MEDICAMENTOS EM HOSPITAL 
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro realizou semana passada uma inspeção em todos os setores do Hospital Federal do Andaraí, na zona norte do Rio, com o objetivo de apurar a falta de medicamentos e insumos na unidade. Durante a inspeção, o procurador da República Sergio Gardenghi Suiama constatou a falta de diversos medicamentos de uso comum - como dipirona e tramal - bem como de insumos básicos - como dispositivos de dieta enteral, próteses ortopédicas, gaze e extensores para administração de medicamentos via parenteral. A própria administração do hospital informou que atualmente faltam no almoxarifado 38 itens diferentes, e na farmácia 14 espécies de medicamentos.
Em depoimento ao MPF, médicos do hospital confirmaram que o hospital enfrenta problemas graves relacionados à gestão administrativa e à falta de suprimentos e de recursos humanos. O MPF apura, ainda, a inserção criminosa de dados zerados nos pedidos de compras de medicamentos e insumos para o Andaraí.
O MPF observou também que os insumos adquiridos estão estocados de forma absolutamente imprópria, no subsolo do prédio, em lugar sujo, úmido, insalubre e com diversas tubulações e fios elétricos soltos. Durante a visita, além de produtos fora do prazo de validade, foram encontradas mais de dez caixas de sondas descartadas, em razão de recente infestação de cupins no local. As condições inóspitas do almoxarifado fazem com que os próprios servidores separem os produtos mais comprometidos, colocando uma fita de alerta vermelha no entorno e um aviso para que sejam esterilizados.
O MPF instaurou um procedimento para apurar a situação do hospital após a denúncia de que cirurgias não estavam sendo realizadas devido à falta de materiais médico-hospitalares. A direção do hospital federal informou ao MPF que, devido à indisponibilidade de recursos orçamentários, 14 cirurgias haviam sido adiadas por falta de material anestésico e cirúrgico entre novembro e dezembro de 2012. Em outra inspeção, realizada no mês de agosto, ortopedistas lotados no setor de emergência da unidade informaram que estavam há três meses sem realizar cirurgias, em razão da falta de pinos e outros materiais cirúrgicos.

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