DEPOIMENTOS NA CPMI CONFIRMARAM AS
DENÚNCIAS DE PROPINA NA PETROBRAS
Durante
toda a investigação, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da
Petrobras ouviu 20 pessoas. O principal depoimento foi na acareação do
ex-diretor de Administração da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos pivôs da
Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), com o ex-diretor da Área
Internacional Nestor Cerveró.
Costa foi
à comissão duas vezes. Na primeira, em setembro, ficou calado e na segunda, já
em dezembro, disse que o esquema de propina encontrado pela Polícia Federal não
é exclusividade na estatal. "O que acontecia na Petrobras acontece no
Brasil inteiro: nas rodovias, nas ferrovias, nos portos, nos aeroportos, nas
hidrelétricas! É só pesquisar, porque acontece”, disse durante a acareação.
Na CPMI,
Costa afirmou que citou “algumas dezenas” de políticos durante o processo de
delação premiada feito com a Polícia Federal e o Ministério Público. Apesar de
não comentar sobre detalhes ditos na delação premiada, o ex-diretor acabou
confirmando aos parlamentares as informações prestadas à Justiça.
O
ex-diretor denunciou, em depoimento à Justiça Federal no Paraná, um esquema de
propina nas diretorias da estatal para beneficiar, principalmente, partidos
políticos com 3% do valor dos contratos fechados com empreiteiras. Em junho,
pouco depois de ter sido solto, Costa negou à CPI do Senado qualquer
irregularidade nos contratos da empresa.
A
acareação entre Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró (Área Internacional) levou
muitos parlamentares à comissão. O mesmo não aconteceu com outros depoimentos
ocorridos nas últimas semanas de trabalho.
Meire
Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef - citado pela Polícia Federal
como operador do esquema de propina relatado por Costa, confirmou à comissão
que emitiu R$ 7 milhões em notas fiscais frias enquanto trabalhou com ele.
Em outro
depoimento, o sócio-diretor da empresa Sanko-Sider, Marcio Andrade Bonilho,
afirmou que pagou R$ 37 milhões como comissão a Youssef por 12 contratos
intermediados por ele junto a empreiteiras que trabalham para a Petrobras.
Graça Foster
e Sérgio Gabrielli, presidente e ex-presidente da Petrobras, respectivamente,
também foram depor na CPMI. Eles negaram irregularidades na empresa. (Com a
Agência Senado)
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