terça-feira, 9 de dezembro de 2014

DEPOIMENTOS NA CPMI CONFIRMARAM AS
DENÚNCIAS DE PROPINA NA PETROBRAS 
Durante toda a investigação, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras ouviu 20 pessoas. O principal depoimento foi na acareação do ex-diretor de Administração da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos pivôs da Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), com o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró.
Costa foi à comissão duas vezes. Na primeira, em setembro, ficou calado e na segunda, já em dezembro, disse que o esquema de propina encontrado pela Polícia Federal não é exclusividade na estatal. "O que acontecia na Petrobras acontece no Brasil inteiro: nas rodovias, nas ferrovias, nos portos, nos aeroportos, nas hidrelétricas! É só pesquisar, porque acontece”, disse durante a acareação.
Na CPMI, Costa afirmou que citou “algumas dezenas” de políticos durante o processo de delação premiada feito com a Polícia Federal e o Ministério Público. Apesar de não comentar sobre detalhes ditos na delação premiada, o ex-diretor acabou confirmando aos parlamentares as informações prestadas à Justiça.
O ex-diretor denunciou, em depoimento à Justiça Federal no Paraná, um esquema de propina nas diretorias da estatal para beneficiar, principalmente, partidos políticos com 3% do valor dos contratos fechados com empreiteiras. Em junho, pouco depois de ter sido solto, Costa negou à CPI do Senado qualquer irregularidade nos contratos da empresa.
A acareação entre Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró (Área Internacional) levou muitos parlamentares à comissão. O mesmo não aconteceu com outros depoimentos ocorridos nas últimas semanas de trabalho.
Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef - citado pela Polícia Federal como operador do esquema de propina relatado por Costa, confirmou à comissão que emitiu R$ 7 milhões em notas fiscais frias enquanto trabalhou com ele.
Em outro depoimento, o sócio-diretor da empresa Sanko-Sider, Marcio Andrade Bonilho, afirmou que pagou R$ 37 milhões como comissão a Youssef por 12 contratos intermediados por ele junto a empreiteiras que trabalham para a Petrobras.

Graça Foster e Sérgio Gabrielli, presidente e ex-presidente da Petrobras, respectivamente, também foram depor na CPMI. Eles negaram irregularidades na empresa. (Com a Agência Senado)

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