GOVERNO PREPARA SOCORRO
DE R$ 7 BI PARA A PETROBRÁS
Para reforçar o caixa da Petrobras, que enfrenta
dificuldades diante do escândalo revelado pela Operação Lava Jato, o governo
prepara uma operação de socorro. Por meio de uma engenharia financeira, a
estatal poderá vender no mercado, com garantia do Tesouro, títulos lastreados
em uma dívida de 9 bilhões de reais que a Eletrobrás tem com a
empresa. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a operação deve render à petroleira uma
captação no mercado de 7 bilhões de reais.
De acordo com técnicos, investidores devem se interessar
pelos títulos, já que, em último caso, o governo bancaria o pagamento. Apesar
disso, a estatal pode enfrentar resistência por parte de alguns participantes
do mercado, já que não tem auditado seu balanço do terceiro trimestre, que deve
ser divulgado na sexta-feira.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
reforçou que os títulos serão emitidos pela Petrobras com base em
documento assinado pela Eletrobrás, com garantia do Tesouro. A emissão deve sair
ainda neste ano, segundo o ministro. Nesta quinta-feira à tarde, o Conselho de
Administração da Eletrobrás havia convocado uma reunião em Brasília e a
expectativa é que o acordo seja fechado durante esse encontro.
A dívida da Eletrobrás vem da compra de combustíveis da
Petrobras para operar usinas térmicas na região Norte, ainda não
interligadas ao sistema elétrico nacional. Cerca de 70% do débito, ou 6
bilhões de reais, deveria ser financiado com recursos da Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE). Mas, a partir de negociações feitas
pelo governo, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tomará
medidas para viabilizar a quitação dessa parcela da dívida.
Um detalhe chama a atenção: tanto a Petrobrás, quanto a Eletrobrás
são vinculadas ao Ministério de Minas e Energia, comandado pelo ministro Edson
Lobão, que integra o círculo de amigos do senador José Sarney, que desistiu de
tentar uma nova reeleição. Se as duas empresas são comandadas por Edson Lobão,
como o ministro não se antecipou ao problema da falta de recurso na Eletrobrás,
obrigada pelo Governo a se associar aos projetos de novas hidrelétricas no País,
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