terça-feira, 14 de julho de 2015

POLÍCIA FEDERAL FAZ BUSCA E
APREENSÃO NA CASA DA DINDA 
A notória Casa da Dinda, mansão com torneiras de ouro reformada com dinheiro de contas fantasmas movimentadas Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Fernando Collor, voltou ao cenário político nesta terça-feira na Operação Politéia, da Polícia Federal. Residência oficial do senador Fernando Collor (PTB-AL) na época em que ele era presidente da República, a casa abrigava uma valiosa coleção de carros de luxo. Na manhã desta terça-feira, porém, os automóveis do senador, entre eles um Porsche, uma Ferrari vermelha e um Lamborghini foram levados pelos policiais. Apenas o Lamborghini é avaliado em 3 milhões de reais.
Collor é um dos senadores alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato e um dos parlamentares contra os quais pairam mais provas de envolvimento no petrolão. Em acordo de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou, por exemplo, que Collor era beneficiário de propina em uma operação da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A distribuição do dinheiro sujo contava com a participação do ex-ministro de Collor, Pedro Paulo Leoni Ramos, dono da GPI Investimentos e amigo de longa data do senador.
Na triangulação do suborno, foi fechado um contrato com uma rede de postos de combustível de São Paulo e que previa a troca de bandeira da rede, para que o grupo se tornasse um revendedor da BR Distribuidora. O negócio totalizou 300 milhões de reais, e a cota de propina, equivalente a 1% do contrato, foi repassada a Leoni Ramos, que encaminhava finalmente a Collor. Na explosiva delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, Fernando Collor também foi citado como o destinatário de 20 milhões de reais em propina, pagos pela construtora entre 2010 e 2012, para que o senador defendesse interesses da companhia com a BR Distribuidora.
Desde que foi citado por delatores da Lava Jato, Fernando Collor montou uma ofensiva para desqualificar o Ministério Público e elegeu como alvo preferencial de seus ataques o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Depois dos mandados de busca desta terça-feira, o senador se fez de vítima e disse ter sido alvo de medidas com o objetivo de "constranger" e "alimentar o clima de terror e perseguição". "A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos. Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário, alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas A medida invasiva traduz os tempos em que vivemos, em que o Estado Policial procura se impor ao menoscabo das garantias individuais", disse. Sobre os carros de luxo, nenhuma palavra. (Com Veja.com)

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