domingo, 2 de novembro de 2014

SE ESTIAGEM CONTINUAR PODERÁ
FALTAR ÁGUA NO ESTADO DO RIO 
A Agência Nacional de Águas já reduziu a vão da
represa de Santa Cecília, no Paraíba do Sul
A falta de chuvas na divisa do Rio com São Paulo, onde se forma o Rio Paraíba do Sul e seus principais afluentes, pode deixar cariocas e fluminense na mesma situação dos paulistas, não estando afastada a possibilidade de racionamento na distribuição de água no Rio de Janeiro. Devido à longa estiagem, o volume dos reservatórios da bacia do Rio Paraíba do Sul chegou a 9%. Caso não se confirme o período chuvoso, que começa na segunda metade de novembro, a situação pode se complicar e o percentual cair para 4% no início de dezembro, conforme informou neste sábado (1º) o diretor-executivo do Comitê Guandu, Júlio Cesar Antunes.
O Paraíba do Sul é considerado um dos
 dez  rios mais poluídos do Brasil
“A gente está fazendo simulações com os piores cenários. Entre agosto e setembro, nos baseamos em 1955, que foi a pior estiagem para o período. Para outubro, o ano mais crítico foi o de 1968. Confirmados esses cenários, chegaremos a esta projeção de 4% de reservatório equivalente no início de dezembro”, revelou Antunes à Agência Brasil.
O diretor informou que o nível dos reservatórios da bacia do Rio Paraíba do Sul é monitorado semanalmente em reuniões do Grupo de Acompanhamento de Operações Hidráulicas, composto por integrantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul (Agevap). O diretor do Comitê Guandu participa dos encontros, quando são analisados os níveis dos reservatórios que pertencem ao Rio Paraíba do Sul (Jaguari, Paraibuna, Santa Branca, Funil e Santa Cecília). Ele explicou que, desses reservatórios, apenas Funil fica no Rio de Janeiro.
Voltaremos ao tempo do rola-rola?
Apesar disso, há uma vinculação hídrica entre as bacias do Guandu e do Paraíba do Sul, causada pela transposição de até 160 metros cúbicos para geração de energia e abastecimento da população da região metropolitana do Rio. “A gente está saindo do período seco para o úmido, que é para quando se espera a chuva. Analisando as condições meteorológicas, as previsões são de precipitação na região para melhorar a gestão dos reservatórios”, explicou Júlio César.
Segundo ele, diante da possibilidade da falta de água no estado, o período impõe atualização frequente das informações. “Vivemos um momento de alerta, de novas providências para adaptação à realidade da estiagem", destacou.
O diretor acrescentou que, mantido o longo período de estiagem, em 2015 os reservatórios terão de recuperar o volume equivalente para o nível de 52%. Para Antunes, é difícil apostar na normalização da situação. “Depende do que pode ocorrer em termos de precipitação. De qualquer forma, melhoraremos a gestão se tivermos um período chuvoso agora”, completou. Acrescentou que, até o momento, não houve necessidade de utilização do volume morto dos reservatórios para garantir o abastecimento do estado do Rio de Janeiro.

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