AJUSTE FISCAL JÁ CORTOU R$ 2
BI DOS REPASSES AOS ESTADOS
A crise econômica e o arrocho fiscal promovido pelo governo
federal já impactaram as transferências da União para os estados. Até abril, R$
43,3 bilhões haviam sido repassados às 27 unidades federativas, o que
significou, em valores correntes redução de R$ 2 bilhões em relação aos R$ 45,3
bilhões transferidos no primeiro quadrimestre de 2014. Este ano, o orçamento
prevê que R$ 158 bilhões sejam repassados aos estados e ao Distrito Federal. Os
recursos incluem as transferências constitucionais, parcelas das receitas
federais arrecadadas pela União que a Constituição prevê que sejam distribuídas
aos estados, o DF e os municípios, e transferências fundo a fundo, utilizadas
nas áreas de assistência social, educação e saúde.
Do montante transferido até abril, R$ 22,2 bilhões foram
repassados por meio do FPE. O Fundo é constituído de 21,5% da arrecadação
líquida (arrecadação bruta deduzida de restituições e incentivos fiscais) do
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR) e do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI). Até o fim do ano, a previsão é de que R$ 65,2
bilhões sejam transferidos através do FPE.
Os recursos para alimentação escolar encaminhados aos
estados e ao DF foram reduzidos em comparação aos repasses do ano passado. Até
abril, apenas 15% dos R$ 1,4 bilhão previstos para o ano chegaram às unidades
federativas, o equivalente a R$ 212,7 milhões. Em 2014, até o quarto mês do
ano, R$ 318 milhões foram transferidos. A verba de infraestrutura para a
Educação Básica também diminuiu drasticamente. Dos R$ 698,2 milhões previstos
na lei orçamentária, apenas R$ 47,3 milhões foram para os estados, valor este
referente a restos a pagar quitados. Ano passado, R$ 101,8 milhões foram
transferidos. Os recursos servem para construções, reformas, ampliações e
aquisições de equipamentos e mobiliário. Outro setor que perdeu recursos foi o
de saneamento. Dos R$ 574,1 milhões previstos para o apoio à implantação e
melhorias dos sistemas de esgotamento sanitário nos estados e no DF, apenas R$
37,8 milhões foram repassados até o fim de abril. Em 2014, o valor para o mesmo
período foi de R$ 55 milhões.
Em relação aos repasses do governo federal para os
municípios, observa-se em valores correntes singela alta. No primeiro
quadrimestre de 2014 foram transferidos R$ 58 milhões através do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM) e, para o mesmo período deste ano, foram R$
61,6 milhões. A diferença de R$ 3,6 milhões na receita líquida dos municípios
corresponde a alta de 6,2% nos repasses.
Além das transferências aos estados, também houve retração
nos repasses feitos da União para as entidades privadas sem fins lucrativos,
realizados por meio de convênios. Considerado o recorte temporal até abril
deste ano, já houve queda de 25% dos repasses. No ano passado, o governo
federal já havia pago R$ 2,3 bilhões às instituições conveniadas, em oposição
ao R$ 1,7 bilhão deste ano.
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