ESTELIONATÁRIOS TINHAM ESCOLA
NA BAIXADA PARA LAVAR O DINHEIRO
NA BAIXADA PARA LAVAR O DINHEIRO
Quinze pessoas
foram presas nesta segunda (11), das quais 11 no Rio de Janeiro, três no
Espírito Santo e uma na Bahia, durante a Operação Big Bang, da Polícia Civil. O
objetivo da ação foi desarticular uma quadrilha de estelionatários responsável
por aplicar golpes bancários em quatro estados. A operação foi deflagrada para
cumprir 15 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão. Vinte e um caminhões
comprados pela quadrilha e alugados para frete foram apreendidos nesta
segunda-feira, sendo 16 em Salvador, quatro no Espírito Santo e um no Rio de
Janeiro. A quadrilha usava uma escola em Belford Roxo, onde morava o chefe do
bando, hospitais municipais da Bahia e empresas laranjas que alugavam caminhões
para lavar o dinheiro. A operação impediu que um golpe, que estava em andamento
na Bahia, fosse concretizado. A estimativa é que cerca de R$ 100 milhões seriam
movimentados durante esse golpe.
A operação foi
comandada pela 54ª Delegacia Policial, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense,
e conta com o apoio 200 policiais civis. As investigações começaram em março
deste ano. A quadrilha Universo agia no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e
Paraná. Segundo a polícia, o grupo é responsável por causar um prejuízo de mais
de R$ 37 milhões a bancos, pessoas físicas e jurídicas, em menos de dois anos.
Os suspeitos serão acusados por formação de quadrilha, estelionato e lavagem de
dinheiro. Só em ações de estelionato, o grupo praticou 554.
O titular da
delegacia de Belford Roxo, Felipe Curi, informou que a quadrilha lavava
dinheiro de várias maneiras. Os suspeitos aliciavam pequenos empresários para
que fizessem empréstimo em bancos e aumentassem o capital social da empresa,
cobrando uma taxa de serviço que variava de R$ 50 mil a R$ 200 mil. Quando o
capital social aumentava, os acusados conseguiam autorização para maiores
empréstimos.
“Na cidade de
Salvador foram apreendidos 16 veículos com o integrante da quadrilha que foi
preso lá. Foi uma quadrilha que movimentou muito dinheiro com o golpe
extremamente complexo. Todos os suspeitos que foram presos fora do Rio de
Janeiro serão trazidos para cá até amanhã (terça)”, disse o delegado.
“Essa quadrilha atua, pelo menos, desde 2011.
Eles [os acusados] foram presos preventivamente e suas contas bancárias já
foram congeladas. Nós ainda descobrimos que esse grupo doou R$ 400 mil para a
campanha política de um prefeito que foi eleito na Baixada Fluminense, em
2012”, acrescentou o delegado.
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