quarta-feira, 13 de novembro de 2013

FUNDOS DE PENSÃO TEM
DEFICIT DE R$ 22,3 BI 
Em meio a dificuldades financeiras, os fundos de pensão conseguiram prazo maior para resolver o déficit que atingiu R$ 22,3 bilhões no segundo trimestre deste ano. Oferecidos por associações e empresas públicas e privadas aos empregados, os 256 fundos de pensão do país administram, atualmente, patrimônio de R$ 624,3 bilhões – valor correspondente a 14,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
As informações são da Associação Brasileira das Entidades de Previdência Fechada (Abrapp), que reúne os fundos de pensão e possui representação no Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). De acordo com os dados, o número de brasileiros beneficiados pelo sistema é de 6,5 milhões, incluindo participantes, assistidos e dependentes.
Os fundos de pensão são opções de investimento para proporcionar aposentadoria complementar, além dos recursos recebidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os fundos pertencem à chamada previdência fechada, ou seja, só os que trabalham em empresa com esse tipo de serviço podem participar.
Apesar de serem reconhecidos como fonte segura de aplicação, com a redução da taxa básica de juros, o teto da meta de rentabilidade dos fundos de pensão foi reduzido de 6% para 4,5% no fim de 2012, o que pode causar rombo na conta de alguns planos ou agravar o problema dos que já estavam no negativo.
Para ajudar as entidades à resolver situações de déficit, o governo aprovou mudanças nas regras do fundos de pensão. O pedido da área se fez urgente em 2013, ano em que a maioria das fundações não está conseguindo atingir suas metas de rentabilidade.
Entres os fundos que apresentam déficit em 2013 está o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios. As perdas estariam girando em torno de R$ 1 bilhão, segundo a Associação Nacional dos Participantes do Postalis (Anapost). O Postalis é o fundo de pensão com o maior número de investidores do país e também o que tem o maior déficit, em relação ao patrimônio, entre as grandes fundações. O déficit representa 13% do volume total sob gestão.
A parte mais preocupante do déficit do Postalis é a perda de R$ 698 milhões em aplicações mal feitas. Segundo o presidente da Anapost, Antônio Carlos Conquista, esse déficit ainda não apresenta o impacto que será sentido pela queda das ações do grupo de Eike Batista, já que o Postalis comprou R$ 130 milhões em ações de todas as companhias do grupo EBX listadas na Bovespa, perdendo mais da metade do aplicado.
Para Conquista, as previsões são ainda piores em termos de gestão. O presidente afirmou que o que foi feito no Postalis é criminoso e começou há pelo menos 10 anos. Segundo ele, os investimentos do Postalis não são nem de longe o que deveriam ser. “As autoridades já foram alertadas para o tamanho Do problema”, conclui. (Contas Abertas)

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