FUNDOS DE PENSÃO TEM
DEFICIT DE R$ 22,3 BI
Em meio a dificuldades financeiras, os fundos de pensão conseguiram
prazo maior para resolver o déficit que atingiu R$ 22,3 bilhões no segundo
trimestre deste ano. Oferecidos por associações e empresas públicas e privadas
aos empregados, os 256 fundos de pensão do país administram, atualmente,
patrimônio de R$ 624,3 bilhões – valor correspondente a 14,7% do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro.
As informações são da Associação Brasileira das Entidades de Previdência
Fechada (Abrapp), que reúne os fundos de pensão e possui representação no
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). De acordo com os dados, o
número de brasileiros beneficiados pelo sistema é de 6,5 milhões, incluindo
participantes, assistidos e dependentes.
Os fundos de pensão são opções de investimento para proporcionar
aposentadoria complementar, além dos recursos recebidos pelo Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS). Os fundos pertencem à chamada previdência fechada, ou
seja, só os que trabalham em empresa com esse tipo de serviço podem participar.
Apesar de serem reconhecidos como fonte segura de aplicação, com a
redução da taxa básica de juros, o teto da meta de rentabilidade dos fundos de
pensão foi reduzido de 6% para 4,5% no fim de 2012, o que pode causar rombo na
conta de alguns planos ou agravar o problema dos que já estavam no negativo.
Para ajudar as entidades à resolver situações de déficit, o governo
aprovou mudanças nas regras do fundos de pensão. O pedido da área se fez
urgente em 2013, ano em que a maioria das fundações não está conseguindo
atingir suas metas de rentabilidade.
Entres os fundos que apresentam déficit em 2013 está o Postalis, fundo
de pensão dos funcionários dos Correios. As perdas estariam girando em torno de
R$ 1 bilhão, segundo a Associação Nacional dos Participantes do Postalis
(Anapost). O Postalis é o fundo de pensão com o maior número de
investidores do país e também o que tem o maior déficit, em relação ao
patrimônio, entre as grandes fundações. O déficit representa 13% do volume
total sob gestão.
A parte mais preocupante do déficit do Postalis é a perda de R$ 698
milhões em aplicações mal feitas. Segundo o presidente da Anapost, Antônio
Carlos Conquista, esse déficit ainda não apresenta o impacto que será sentido
pela queda das ações do grupo de Eike Batista, já que o Postalis comprou R$ 130
milhões em ações de todas as companhias do grupo EBX listadas na Bovespa,
perdendo mais da metade do aplicado.
Para Conquista, as previsões são ainda piores em termos de gestão. O presidente
afirmou que o que foi feito no Postalis é criminoso e começou há pelo menos 10
anos. Segundo ele, os investimentos do Postalis não são nem de longe o que
deveriam ser. “As autoridades já foram alertadas para o tamanho Do problema”,
conclui. (Contas Abertas)
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