BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

CANDIDATOS ESQUECEM ATÉ A
FAMÍLIA NA BUSCA PELO VOTO
A atual campanha política revela uma inexplicável, mas dolorosa inversão de valores. Na busca pelo voto, que significa mais poder e dinheiro, os candidatos renegam a própria família. Até a Constituição de 1988, os candidatos deveriam usar os nomes de batismo e registro civil. Pós-88, quando foi facilitada a criação de partidos, favorecendo por tabela o surgimento das legendas de aluguel, a política se abastardou, com a permissão de apelidos, que omitem a origem dos candidatos. Antes, apelido era coisa de marginal ou prostituta, para não enxovalharem o nome da família. Mesmo na época da ditadura, tínhamos políticos com nomes de família, como Lázaro de Carvalho, Moacyr do Carmo, Peixoto Filho, Waldir Medeiros, Sá Rego, Almeida Franco, Vilson Macedo, José Calado, Gastão Reis, Tenório Cavalcante, Ruyter Poubel, Hidekel Freitas, Messias Soares e muitos outros. Da mesma forma, não havia os deputados municipais, como se consideram hoje os nossos vereadores. Os candidatos a vereador eram sempre lideranças locais, que faziam questão de permanecer no bairro onde viviam antes da política, sem a ambição de morar na Barra da Tijuca, Ilha do Governador ou Ipanema, como hoje ocorre. Assim, tínhamos José Barreto em Xerém, Fernando Figueiredo (o pai) em Imbariê, Luiz Francisco em Saracuruna, Luis Brás de Luna na Itatiaia, João Trajano Marinho no Centenário, Francisco Estácio da Silva na Mangueira, José Faria em Jardim Primavera, Thomé Barreto e Neuber Dutra no Gramacho, Armando Maia no Parque. Fluminense e S. Bento.
Hoje, pelas ruas, praças, no rádio e na TV pululam os “100%”, os “Coisinha de Tal”, os “Amigos dos Amigos”, ou então “É nós”. A quem esses candidatos sem projetos para o povo e sem votos querem enganar? Outra coisa: os vereadores deixaram de representar os diversos bairros, com as suas peculiaridades. Hoje, Saúde (precária), a (má) Educação, o Meio Ambiente parecem ser o trinômio perfeito para candidatos vazios de idéias, incapazes de entender que, na Câmara de Vereadores, eles terão que se limitar a duas coisas: fiscalizar a execução do Orçamento (de mais de R$ 1 bilhão por ano) e discutir e aprovar leis, como o Código Tributário, o Código de Obras, o Código de Posturas, as leis de incentivos fiscais. Para isso, o contribuinte-eleitor paga cerca de R$ 3 milhões por mês, dinheiro que, com toda a certeza, teria melhor aplicação em áreas críticas como Saúde (de verdade), Saneamento básico (derrubando a idéia que rede de esgotos não rende votos), Segurança Pública (melhor aproveitamento da Guarda Municipal, principalmente nos cruzamentos mais movimentados da cidade) e uma divulgação do potencial econômico da cidade, sem “puxa-saquismo” ou “culto à personalidade”, muito comum nos boletins divulgados sistematicamente pelo Governo, onde a foto do prefeito é maior do que o texto explicativo. Assim, nem uma dúzia de “Dudas Mendonças” será capaz de transformar um candidato medíocre num político de sucesso.

PREFEITO COMEÇA A DISTRIBUIR
100 MIL REVISTAS DE CAMPANHA A assessoria de campanha do prefeito Washington Reis começou a distribuir nesta quinta-feira (04) a “Revisa do 15”, que se propõe a divulgar a campanha pela reeleição. Em edição luxuosa feita em policromia, com fartura de fotografias, a revista tem um tom ufanista, pelo qual Duque de Caxias é a maior, mais bela e segura cidade do Mundo. Os auto-elogios destacam a Política de Saúde, onde o Hospital Moacyr do Carmo, ainda em construção, é apresentado como uma das 7 maravilhas do mundo, no mesmo tom em que o Secretário de Saúde, Oscar Berro, costuma conduzir as reuniões com seu subordinados, sempre destacando que Duque de Caxias detém o mais moderno e eficiente sistema de Saúde Pública do Mundo, apesar das mortes causadas pela última epidemia de Dengue e do fato de alguns exames estarem sendo marcados para o próximo ano, inclusive para pacientes cardiopatas, isto é, que exigiriam rapidez na sua realização e divulgação dos laudos finais. A revista, que terá novas edições até o dia 5 de outubro, não faz nenhum referência ao fato dos servidores municipais, embora descontem 11% a título de Assistência Social, não terem mais direito a atendimento pelo IPMDC, que recebe uma “mesada” de apenas R$ 300 mil por mês para fazer face à manutenção de alguns consultórios e exames de laboratórios, obrigando servidores da ativa, aposentados e pensionistas a enfrentarem as filas nos Postos de Saúde e Hospitais públicos do Grande Rio, mesmo que seja para tratar de problemas mais simples, como hipertensão e diabetes. A Revista não atende aos preceitos da legislação eleitoral, pois não identifica a gráfica em que foi confeccionada, nem os seu responsáveis pelo seu conteúdo.

• O presidente do Tribunal Regional Eleitora, desembargador Roberto Wider, afirmou nesta quinta-feira que serão apresentadas hoje (05), ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Ministério da Justiça, mais quatro áreas para receberem patrulhas das Forças Armadas durante as eleições, além dos 20 locais já definidos. O presidente do TRE não quis divulgar os nomes dos quatro pontos, mas disse que um delas é Duque de Caxias.
• Segundo Wider, os militares não irão coibir propaganda eleitoral, pressão em cima de candidato, tentativa de compra de votos, “todas essas coisas que são feitas no sentido de desequilibrar o processo eleitoral”. De acordo com Wider, o trabalho dos militares será uma ação de “mobilidade”. O documento solicitando a inclusão de mais quatro áreas será levado à Brasília pelo desembargador Alberto Mota de Moraes.
• Wider informou ainda que os militares devem começar a circular pelo Grande Rio já na próxima semana. O presidente do TRE disse ainda que, após as investigações da Polícia Federal que resultaram na prisão da candidata a vereadora Carminha Jerominho (PTdoB), semana passada, houve um enfraquecimento da atuação de milícias no processo eleitoral.
• A vinda das tropas federais é mais do que bem vinda. Na noite desta quinta-feira, um candidato a vereador da coligação que apóia o ex-prefeito Zito e que fazia um comício relâmpago na Praça da Emancipação, mais conhecida como “Praça do Relógio”, era pressionado por um outro grupo, de apoio ao prefeito, para que terminasse logo o discurso e cedesse o espaço para os adversários. Esse tipo de provocação vem se repetindo nos últimos dias e poderá acabar em conflito, como ocorreu na campanha de 2004, em Santa Cruz da Serra.
• A falta de projetos viáveis e críveis e a pobreza mental de grande parte dos candidatos levaram um eleitor a lembrar, com saudade, da Lei Falcão, aquela em que a TV só mostrava o retrato, o número e o partido dos candidatos. A pretexto de impedir inconveniências num regime de ditadura, o Ministro da Justiça Armando Falcão, egresso do PSD, proibiu que os candidatos falassem durante a propaganda eleitoral obrigatória. Pior para o regime democrático.
• A turma dos CCs, formada pelos que ganham apenas para bajular o prefeito, não se emenda. Enquanto a assessoria de Zito, formada por profissionais, anunciava a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de registrar a candidatura do ex-prefeito, a turma do prefeito dormia no ponto. E ainda se acha no direito de reclamar!
• O Tribunal Superior Eleitoral garantiu a elegibilidade do casal Anthony Garotinho e Rosinha Matheus. O TSE negou um recurso que pedia a inelegibilidade do casal de ex-governadores por supostas fraudes na eleição municipal de Campos em 2004, quando o casal apoiou o candidato Geraldo Pudim.
• Segundo o ministro Marcelo Ribeiro, a pena de inelegibilidade, por três anos, tem que ser contada a partir da data em que ocorreu a eleição supostamente fraudulenta. E, como já se passaram quatro anos, não haveria mais a possibilidade, segundo o ministro, de aplicar a pena prevista pela lei.
• Outro motivo, para garantir a elegibilidade do casal, segundo o ministro, foi que as eleições municipais de 2004 em Campos foram anuladas pelo Tribunal Regional Eleitoral, em razão da cassação dos primeiros colocados. Um novo pleito, realizado em 2006, foi vencido por Alexandre Mocaiber Cardoso (PSB), rival de Pudim.
• O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) reforçou nesta quintaa-feira (4) seu posicionamento favorável à interrupção da gravidez de anencéfalo. Após a terceira audiência pública para discutir o tema, ele avaliou o encontro como produtivo e informou que um novo debate vai ocorrer no próximo dia 16. “O meu convencimento eu sinalizei quando deferi, segundo minha ciência e consciência, a liminar autorizando a interrupção sem a intervenção penal. As exposições de hoje só robustecem o que imaginei inicialmente”, afirmou.
• O ministro é relator da ação ajuizada em 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que recorreu ao STF para que deixasse de ser considerado crime a antecipação do parto em caso de fetos anencéfalos. De acordo com a confederação, além de gerar risco para a mulher, carregar um feto “anômalo”, que ela sabe que não sobreviverá depois do parto, ofende a dignidade humana da mãe, prevista no artigo 5º da Constituição Federal.
• Questionado sobre os posicionamentos da comunidade científica e de médicos contrários à interrupção da gestação de fetos anencéfalos, ele afirmou que as divergências representam “um somatório de forças distintas”, e que irão colaborar para que se chegue a uma conclusão segura sobre o assunto.
• Marco Aurélio se disse “perplexo” com a exposição do especialista em ginecologia e obstetrícia Dernival da Silva Brandão, que afirmou acreditar que o sofrimento das mulheres e de seus familiares durante uma gestação diagnosticada com anencefalia “purifica o espírito”.
• O diretor-adjunto afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), José Milton Campana, confirmou que o diretor temporário da instituição, Wilson Roberto Trezza, trabalhou na BRTPrev, fundo de pensão da Brasil Telecom, na época em que a empresa de telefonia era controlada pelo grupo do banqueiro Daniel Dantas, principal acusado de ser o líder do esquema investigado pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
• Trezza assumiu a direção da Abin nesta segunda-feira (2) depois de a cúpula do órgão ter sido afastada devido a denúncias de escutas ilegais que atingiram o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. De acordo com Campana, Trezza teria ficado 10 anos fora da instituição e que confia na isenção do novo diretor do órgão.