TROCA DE SOPAPOS NA CÂMARA?
As câmeras monitoradas pelo 15º BPM não garantem a segurança da Câmara de Vereadores (Foto: Arquivo/Blog)
Depois da cena de pugilato explícito entre os vereadores Ricardinho e Mazinho, na sessão desta terça-feira, o presidente da Câmara de Duque de Caxias anunciou a criação de um Conselho de Ética para investigar, no futuro, a quebra do decoro parlamentar por parte dos ilustres vereadores do Município. Mais uma vez, vão por a tranca na porta depois da visita do ladrão. Na atual legislatura já tivemos cena igual em pleno gabinete da presidência, que ficou parcialmente destruído, em função da briga entre os vereadores Chiquinho Grandão, da base governista, e Cidinho, da oposição. O presidente Júnior Reis resolveu por panos quentes no incidente e o prejuízo acabou sendo pago pelo contribuinte. Agora, o fato se repete com os adversários que, à falta de argumentos sólidos e convincentes para conquistar apoios e votos no plenário, preferem usar os punhos. A troca de sopapos desta semana foi em torno do projeto do prefeito, concedendo um desconto de 50% no IPTU a ser pago, antecipadamente e referente aos próximos 20 anos, pela Reduc e pela Rio-Polímeros, dona do pólo gás-químico de Campos Elíseos. O pretexto pífio do prefeito é de que o Município não tem recursos (cerca de R$ 10 milhões) para bancar o anel viário em torno do complexo da Reduc, que desviaria da Rodovia Washington Luis dezenas de caminhões que hoje saem de Campos Elíseos em direção à Rodovia Rio-Magé. O argumento é insustentável pois o anel rodoviário é de exclusivo interesse da Reduc e da Rio-Polímeros e, em troca do abatimento de 50% no imposto, as empresas não irão aumentar a sua produção, gerando mais renda e mais impostos, muito menos empregos. E o argumento cai por terra definitivamente quando o prefeito anuncia que conseguiu o apoio de Lula para investir R$ 300 milhões do PAC na reurbanização do centro da cidade, inclusive a demolição do Shopping Center, um desperdício igual à reforma da estação ferroviária, inaugurada em 1974, onde prefeitura e governo do Estado estão torrando R$ 64 milhões na abertura de uma passagem subterrânea e instalação de escadas rolantes numa ferrovia onde os trilhos estão soltos, os dormentes apodrecidos e os trens caindo aos pedaços, como se viu no desastre de Austin.
● Da mesma forma que a destruição do gabinete do presidente da Câmara ficou por isso mesmo, a rajada de tiros contra o Legislativo, no final de dezembro, também foi para o “arquivo morto”, apesar de existir uma câmera na agência bancária em frente à Câmara, que teria registrado a passagem do motoqueiro e seu comparsa.
● Essa câmera é operada por uma ONG formada por oficiais reformados da PM, ligados ao casal Garotinho. Essa ONG também foi contratada pela Prefeitura para operar as câmeras instaladas em alguns sinais luminosos. Também ficou sem respostas o atentado à garagem da Prefeitura, no Parque Duque, ao lado da Secretaria Municipal de Segurança, que resolveu instalar essas câmeras com o pretexto de melhorar a segurança na cidade.
● A coisa está feia no Teatro Raul Cortez em matéria de organização. O projeto “Pau-de-Arara”, lançado há um mês pela Secretária Dalva Lazaroni e que pretendia oferecer cinema de graça na Praça do Pacificador, foi adiado para o final do mês, em virtude do IV Festival de Teatro de Duque de Caxias, que começa segunda, dia 10, e irá até o dia 23. O teatro havia sido cedido para os organizadores do Festival, mas a direção do Teatro “esqueceu” desse compromisso ao programar para a última segunda-feira a estréia do Festival Walter Salles.
● Outro fato curioso, que só acontece no cinema e em Caxias, foi uma visita surpresa da Secretária Dalva Lazaroni a uma das poucas bibliotecas da cidade. Ela não pode entrar simplesmente porque o funcionário que tinha a chave do local não fora trabalhar!
● Numa de suas tiradas sensacionais, Brizola disse certa feita que, para chegar à Presidência da República. Lula seria capaz de pisar no pescoço de sua própria mãe. Era uma forma figurativa de mostrar até onde ia a ambição do ex-metalúrgico, que ganhou um emprego como Presidente do PT.
● Agora, o mundo político volta a dar cambalhotas quando se anuncia uma aproximação de Garotinho e César Maia, com vistas às eleições de 2008 e 2010, em que o ex-governador garante apoio ao prefeito carioca para a vaga no Senado. Do outro lado, Ciro Gomes se insinua como vice de Aécio Neves, se o governador mineiro seguir os conselhos de Lula e trocar o ninho tucano pelo ninho de serpentes venenosas do PMDB.
● O resultado de 11 x 4 no Conselho de Ética não quer dizer nada. No plenário, o voto será secreto e Renan já cobrou a fatura do apoio incondicional a Lula e ao PT nas diversas trapalhadas em que o governo se meteu nos últimos quatro anos e meio.
● E o presidente do Senado está fazendo escola. Agora, é o presidente da ANAC que se nega a pedir demissão, apesar do clamor das ruas e do “gelo” a que a agência foi submetida desde quando Lula trocou o Ministro da Defesa.
● A Alerj aprovou nesta terça-feira, projeto do deputado Zito (PSDB) criando a dupla jornada de trabalho para os policiais militares. A iniciativa pode gerar um ganho extra de 100% nos contracheques dos servidores. A gratificação, conforme a proposta, também seria paga em casos de afastamentos em virtude de férias, licença para tratamento de saúde e qualificação profissional, além de servir para fim de aposentadoria. A dupla jornada não poderá ser incorporada como direito e vantagens aos vencimentos e só terá valor quando o policial permanecer lotado no batalhão que conceder o benefício.
● Para o Zito, a dupla jornada possibilitará um salário mais justo ao Policial Militar, além de reduzir com os chamados “bicos”. “Com a implantação da dobradinha, os profissionais de segurança serão valorizados e não precisarão mais completar seus salários com atividades particulares que, muitas vezes, colocam em risco suas vidas”, enfatiza o deputado● A Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas (Amae), entidade que reúne policiais militares do Estado do Rio, decidiu condecorar o capitão Pimentel e o major Batista, cujo livro sobre o BOPE serviu de base para o filme “Tropa de Elite”. Os dois oficiais da PM fluminense receberão a medalha “Tenente Alberto Mendes Júnior”, criada pela Amae para homenagear o PM paulista morto a golpes de coronha de fuzil pelos comandados do então capitão Carlos Lamarca. A ação foi executada quando Mendes cumpria ordens do Exército para prender Lamarca na região do Vale da Ribeira, em São Paulo. A comenda se destina a condecorar os “militares, policiais e cidadãos que se destacarem na luta contra o crime e o terrorismo”.
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