A ÁGUA DO GRANDE RIO ESTÁ
AMEAÇADA POR NOVO LIXÃO
O governador Sérgio Cabral está disposto a autorizar a instalação de um “lixão industrial” às margens do ribeirão das Lajes, um afluente do rio Guandu, que fornece água para oito milhões de moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, inclusive a Baixada Fluminense. A denúncia foi feita pelo jornal “Folha de S. Paulo”, incluindo depoimento do Secretário de Ambiente, o ex-ecologista Carlos Minc, que confirmou o início do processo de licenciamento do projeto. Caso a licença seja liberada (e o Governo faz força para isso), o lençol freático e os cursos d’água da região serão afetados, ameaçando, inclusive, o funcionamento da estação de tratamento do Guandu. Segundo a empresa Essencis Soluções Ambientais, autora do projeto, a elaboração de um EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e de um Rima (Relatório de Impacto Ambiental). Segundo a “Folha”, a preparação do EIA-Rima é a primeira parte do processo burocrático para o licenciamento. Caso as informações prestadas pela empresa no documento sejam consideradas satisfatórias pela Feema, a tendência é a de que o depósito tenha a instalação aprovada. Apesar de ainda não ter sido liberada a instalação do “lixão”, a Essencis já começou a realizar obras no terreno, situado na área rural do município de Paracambi (a 75 km do Rio), na vizinhança do Depósito Central de Munição do Exército. O solo já passou por uma primeira terraplanagem. Na margem da estrada que liga a via Dutra (Rio-São Paulo) ao centro da cidade, o terreno já está todo cercado. Para o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio, Felipe Brasil, há risco grave de a água do sistema Guandu ser contaminada. "A área é baixa e contribui para a drenagem da área. Sem dúvida, os resíduos líquidos vazarão para o lençol freático, atingindo o rio em seguida."
Não podemos esquecer que o Secretário Carlos Minc tem um grave precedente em seu “curriculum” como ambientalista. Recentemente, o Secretário defendeu a transferência do “lixão” do Jardim Gramacho, que recebe cerca de oito mil toneladas de lixo por dia da Comlurb, para o terreno da “Cidade dos Meninos”, um patronato da extinta LBA e onde o Ministério da Saúde abanou em 1955 e a céu aberto, um depósito de CHC, substância cancerígena. O local era muito visitado pelo Secretário Carlos Minc nas suas campanhas eleitorais, sempre condenando o “crime ambiental” do Ministério da Saúde. Hoje, Minc defende os projetos da Aracruz com a mesma garra com que condenava o depósito de CHC. Para ver a íntegra da reportagem, clique no endereço <http://www.paginasdinamicas.com.br/ecopress/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=22&id_noticia=25680&id_jornal=2> (Foto: Arquivo/Blog)
O DEBOCHE DA AMPLA E A
REAÇÃO DA CPI DA ALERJ
A CPI da Alerj criada para investigar as denúncias de irregularidades nos medidores de energia utilizados pela Ampla resolveu se unir à CPI da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias para, junta, apurarem os motivo pelos quais a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – resolveu prorrogar, por mais seis meses, o uso dos chips eletrônicos, que tanta dor de cabeça vem causando aos consumidores literalmente explorados pela Ampla, apesar do Inmetro – órgão federal de controle de todo equipamento usado em medições no País – haver constatado discrepâncias entre as leituras feitas através dos chips, comparadas com a feita por medidores convencionais. Para o deputado Marco Figueiredo (PSC), que nasceu e ainda mora em Imbariê, área (mal) servida pela empresa, a quantidade de vereadores presentes na audiência demonstra a gravidade do assunto. Para o deputado caxiense, “é inconcebível uma pessoa não poder comprar comida para ter que pagar uma conta de luz. São 25 mil consumidores que estão sofrendo com os desmandos desta empresa” E o parlamentar resolveu pedir aos consumidores que enviem as suas contas, anteriores à instalação dos chips, e duas contas posteriores, medidas pelo aparelho demoníaco, para que sejam comparadas e o resultado incluído no relatório final da CPI. O vereador Fernando Figueiredo, irmão do deputado e que requereu e preside uma CPI na Câmara de Vereadores, propôs que deputados e vereadores saiam às ruas para verificar, “in loco”, o que a Ampla está fazendo com esses chips, condenados pelo Inmetro.
As irregularidades nos chips dos novos medidores instalados pela Ampla foram reveladas por um laudo do Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – no mês de julho. O Inmetro descobriu as falhas após investigar os índices de consumo apontados pelo novo aparelho em uma padaria no bairro de Saracuruna, em Caxias. Segundo o dono da padaria, Alex Xander Alves, o instituto constatou um aumento de 58% em relação ao gasto real da padaria anteriormente. “Fico feliz por ter deflagrado a questão. A concessionária quer vencer as pessoas pelo cansaço. Eles ainda alegam que os consumidores praticam furto de energia. Peço a todos que não desistam de lutar”, alertou Alves. Segundo o relator da CPI da Alerj, deputado Paulo Ramos (PDT), tanto o Inmetro quanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não estão cumprindo os seus deveres. “Parece que há uma orquestração para beneficiar a concessionária. Não podemos conceber que a Aneel prorrogue o prazo de substituição dos chips. O Inmetro já emitiu um laudo que condena o aparelho. Não sei o que precisa mais ser provado”, questionou Ramos. De acordo com o deputado Gilberto Palmares (PT), que integra a CPI, todo o processo de concessão precisa ser revisto. “O discurso de privatização é sempre animador. O lucro da empresa tem sido de cerca de 30%. A população está perdendo a oportunidade de ter, em sua casa, um serviço público essencial. É uma grande iniciativa trazermos a CPI para o foco do problema”, analisou o petista
Além de Caxias, serão realizadas reuniões nos municípios de Magé, Itaboraí e São Gonçalo. “É uma oportunidade de materializar as reclamações e prestar contas do nosso trabalho. Essas pessoas nem sempre têm a oportunidade de comparecer às reuniões que ocorrem na Alerj", explicou Figueiredo.
• Como até as pedras das ruas de Ouro Preto já sabiam, o plenário do Senado absolveu o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da acusação de ter usado “laranjas” para comprar veículos de comunicação em Alagoas. Assim, ele pode continuar exercendo o mandato de senador. Houve 48 votos contra a cassação, 29 a favor e três abstenções. Renan Calheiros, que renunciou ao cargo de presidente da Casa antes do julgamento, foi absolvido em plenário pela segunda vez em menos de três meses. Na primeira, em setembro, era acusado de ter usado dinheiro de um lobista para pagar contas pessoais. Até quando nossos políticos vão continuar tratando a opinião publica com desdém, com deboche e com atos corporativos como este?
• Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), “o que a imprensa divulgou era verdadeiro, que o Palácio do Planalto fez um acordo para que o PT votasse maciçamente a favor da absolvição de Renan e em troca o PMDB daria os votos pela aprovação da CPMF. E isso, caso Renan renunciasse antes da sessão. Aconteceu tudo conforme a imprensa tinha divulgado amplamente”. Segundo ele, os senadores não se preocuparam com a imagem do Senado. “Eles estão se preocupando com as vantagens que obtém na negociação com o governo”, completou.
• Já o relator do processo, senador Jefferson Peres (PDT-AM), disse ter receio de que a absolvição de Renan em plenário tenha conseqüências a longo prazo com um desperdício da classe política. “É um dia fúnebre para o Senado”, comentou. O senador disse que achou “impressionante” a diferença de votos a favor de Renan Calheiros.
• Foram 48 pela absolvição contra 29 pela cassação e três abstenções. Renan Calheiros abriu mão de seu voto. A diferença de votos que inocentou Renan neste julgamento foi maior do que no primeiro, quando o placar mostrou 40 votos pela absolvição contra 35 pela cassação. Na ocasião, as seis abstenções foram fundamentais para que Renan escapasse da perda de mandato.
• Só faltou uma orquestra sinfônica executando um “Réquiem” de Mozart para que o espetáculo de degradação do Senado fosse completo.
• A deputada Cidinha Campos resolveu homenagear, de forma inusitada, a ex-deputada Heloneida Studart, falecida esta semana. A “guerreira” do PDT vai levar para os palcos, em 2008, uma peça escrita pela ex-parceira de debates da ministra Martha Suplicy. Com isso, Cidinha relembra a sua atuação como atriz, inclusive na TV, onde se apresentava ao lado de Otelo Zeloni, Raul Golias e Jô Soares no programa obrigatório das famílias nas noites de domingo: “A Família Trapo”, da TV Excelsior.
• Muita expectativa quanto à estréia da ópera “O Cientista”, com música composta pelo maestro Silvio Barbato, no palco do Teatro Raul Cortez. Será a primeira vez que o público de Duque de Caxias terá contato com o chamado “bel canto”. A estréia, na noite desta sexta-feira, será para convidados. No sabão e domingo, com acesso grátis, o povão poderá apreciar não só o espetáculo, mas também a grandiosidade do teatro, com capacidade para 430 pessoas sentadas.
• A Secretaria de Cultura inaugurou, nesta terça-feira, na Casa Brasil, em Imbariê, a exposição “Chico Mendes”. É um programa imperdível para quem quer conhecer a história da Amazônia e a luta do seringalista em defesa de um desenvolvimento realmente sustentável.
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