BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

TRAFICANTES RECEBERAM
O EXÉRCITO COM FOGOS

As tropas do Exército, que estiveram na Favela do Lixão na semana passaa, foram recebido scom rojões e uma faixa, mandada pintar pelos traficantes. Nos tres dias que passram na cidade, os militares não entraram na favela, limitando-se a fazer o patrulhamento apenas nas entradas. (Foto: Beto Dias)
OS VELHOS PROBLEMAS DE
CAXIAS : OS CEMITÉRIOS
Os serviços funerários continuam monopolisados ilegalmente (Foto: Arquivo)

No próximo domingo, teremos eleições para prefeito e vereador. Para o cargo majoritário, só três candidatos se apresentaram. Assim, um deles terá a difícil missão de administrar um município rico, tanto de dinheiro como de problemas. Para ajudar o eleitor a pensar antes de apertar a tecla “CONFIRMA”, vamos fazer uma resenha dos problemas que o prefeito irá encontrar a partir de 1º de janeiro.
O primeiro problema é a administração dos cemitérios. Durante a intervenção federal, o prefeito-nomeado realizou uma licitação, concedendo, por 25 anos, a administração dos cemitérios e o monopólio dos serviços funerários a uma empresa privada. No momento, está em curso na Justiça uma Ação proposta pelo Ministério Público Estadual, que pretende anular o Termo de Ajuste firmado pelo então prefeito Zito com a concessionária “Funerária Duque de Caxias”, prorrogando por 25 anos uma concessão já extinta. Em função disso, o MPE propõe que uma nova licitação seja aberta ela Prefeitura, o que deverá ser feito pela próxima administração.
Até agora, nem Zio, que prorrogou a concessão, nem Washington Reis, que prometeu, na campanha de 2004, anular o ato do seu antecessor. Até a criação de uma Funerária municipal, encarregada de fazer enterros gratuitos para pessoas indigentes, está sendo questionada pelo MPE. Durante a campanha, nenhum dos três candidatos disse uma só palavra sobre o assunto, muito menos em resposta às questões levantadas pelo Ministério Público, o que demonstra que o problema, apesar de afetar toda a população, não mereceu dos candidatos nenhum instante de reflexão, muito menos de tomada de posição. Por que?

PROPAGANDA ILEGAL Flagrante de uma ilegalidade: o carro de propagana recebe energia da rede de iluminação pública do calçadão da Rua José de Alvarenga, paga pelo contribuinte através da CIP cobranda na sua conta de energia. (Foto: Beto Dias)

• Mediador do debate que não houve na Rádio FM2000, na sexta-feira, o jornalista Ricardo Fonseca declarou, ao final do programa, que saiu com a sensação do dever cumprido, ao proporciona aos candidatos um espaço aberto para a discussão de projetos e programa de governo.
• O professor de Historia e diretor da Rádio FM2000 não escondia, no entanto, o seu desapontamento com os candidatos Zito, que não compareceu, e Washington Reis, que pediu para sair do programa, pois tinha um encontro com pastores evangélicos em Xerém.
• A platéia que se reuniu no salão paroquial da Igreja de Santa Terezinha, no Parque Lafaiete, de onde o debate, que não houve, foi transmitido, percebeu que ambos mentiram. Zito, porque enviou uma equipe da produtora da sua campanha, com técnicos e operadores, para gravarem o debate.
• Quanto a Washington Reis, ele compareceu acompanhado de dezenas de “aspones”, Secretários e deputados, o que demonstra que fora ao debate apenas para confrontar Zito.
• Sem Zito, o prefeito achou que seria perder tempo discutindo o que falar sobre um orçamento bilionário com uma simples agente de Saúde, como Leninha é apresentada em seu programa pela ex-senadora Heloísa Helena.
• Depois da entrevista coletiva da candidata Leninha, em substituição ao debate, um grupo discutia as razões da retirada do prefeito e do seu comportamento diante da candidata do PSOL. Um veterano jornalista lembrava um episódio semelhante envolvendo o ex-deputado Silvério do Espírito Santo (PMDB), na reta final da campanha de 1988, na primeira eleição para prefeito depois da intervenção federal em Duque de Caxias.
• Liderando a disputa contra o professor Juberlan de Oliveira (PDT), o deputado do Parque Lafaiete fez um desastrado comentário na Praça da Mantiquira, onde acabara de participar de um comício. Quanto o impagável F. Castrinho, locutor oficial dos comícios do PMDB, pediu uma carona para voltar para o Centro, Silvério, que ocupava um vistoso Opala da Assembléia Legislativa, respondeu, de forma irônica: “Eu não dou carona a pobre!”
• Os adversários e inimigos pessoais do ex-presidente do PMDB/Caxias não perderam nem o tempo, nem o mote. Em poucas horas, eram distribuídos, nos quatro Distritos do Município, milhares de panfleto com a advertência: SILVÉRIO NÃO GOSTA DE PRETO!
• Quando saiu o resultado do pleito, os peemedebistas logo arranjaram uma boa desculpa: fora o comício de Brizola, na Praça do Pacificador, que virara o jogo. Para os brizolistas, inclusive alguns que, hoje, estão ao lado de Washington Reis, foi a pecha de racista que demoliu a folgada liderança de Silvério e decretara a sua derrota para Juberlan de Oliveira.
• Se as lideranças dos movimentos negros resolverem assumir a campanha de Leninha, mesmo sem ônibus de graça e dinheiro das empreiteiras, não há Duda Mendonça, nem revistas coloridas que apaguem dos “antecedentes” do prefeito a pecha de que, além de machista, ele é racista.
• Depois da desastrada fuga do debate com a candidata do PSOL, Washington Reis caiu em si e percebeu que afrontara os evangélicos e resolveu distribuir um folheto, tentando explicar a sua postura. Numa das igrejas petencostais da cidade, o pastor proibiu a panfletagem, dizendo que não permitia que o templo fosse envolvido em disputas políticas.

• Como os cabos eleitorais do prefeito insistiam em distribuir o panfleto, o pastor ameaçou chamar os fiscais do TRE, o que assustou os panfleteiros, que deixaram o templo rapidamente.