BAIXADA URGENTE - ELEIÇÕES

WASHINGTON REIS
ENGANOU ATÉ LULA
Nunca na história deste País o Presidente da República se envolveu numa farsa tão grotesca como foi a inauguração do Hospital Moacyr do Carmo, no dia 13 de setembro último. Na visita feita pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa nesta quinta-feira, a máscara do moderno hospital caiu e o Secretário de Saúde, Oscar Berro, acabou confessando que equipamentos importantes para o funcionamento do hospital ainda estão encaixotados, inclusive uma célula magnética, (foto) deixada na calçada do hospital, ao lado da entrada para a emergência.
Apesar dos anunciados investimentos de cerca de R$ 80 milhões feitos em parceria com os governos Federal e Estadual, além de recursos do município, o hospital, que um jornalista espirituoso apelidou de “Viúva Porcina”, ainda está em obras, faltando terminar, entre outros, os terceiro e quarto pavimentos. A rede de abastecimento de água foi improvisada depois da inauguração e a Cedae precisa fazer uma nova rede para atender ao Hospital, além ser necessária a construção de uma passarela para permitir a travessia das pistas de alta velocidade da Rodovia Washington Luis, onde a velocidade permitida chega a 110 KM. (Foto: Beto Dias)

NOVO HOSPITAL TEM
PERFIL ESTADUAL
Depois de uma visita que durou mais de 2 horas, o presidente da Comissão de Saúde a Alerj, deputado Átila Nunes (DEM), afirmou que o novo hospital é uma unidade que só gera despesa e não agrega nada.
“Se eu fosse o prefeito, estaria em pânico. Zito ganhou uma Ferrari, mas precisa pagar o IPVA, fazer seguro e colocar gasolina. È ele, no final das contas, que vai responder ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas”, disparou o parlamentar.
Fazendo comparação com outros hospitais, Átila Nunes afirmou que o novo hospital, pela sua localização e dimensões, é uma unidade estadual, que só irá atender a 30% da população de Duque de Caxias, quer pela sua localização, quer pela sua estrutura, além do seu elevado custo operacional, de cerca de R$ 60 milhões. “O (hospital) Ronaldo Gazolla, em Acari, que é menor; custa aos cofres públicos R$ 80 milhões”, advertiu.
A comissão da Alerj contou com a presença do deputado Marcos Figueiredo (PSC), do vice-prefeito e médico Jorge Amorelli e vereadores. O grupo conheceu a unidade de pacientes graves, sala de procedimentos especiais, como hemodiálise, setor de endoscopia, isolamento e laboratório. Encontrou equipamentos nos corredores e esteve no quarto, que está inacabado. O secretário de Saúde e diretor da unidade, Oscar Berro, que acompanhou a visita, informou que o “Moacyr do Carmo” tem condições de atender a 20 mil pessoas por mês, ao custo mensal de R$ 3,5 milhões, números que foram questionados pelo deputado Átila Nunes. (Foto: Edmilson Muniz).

• O prefeito não ficará desempregado no dia 1º de janeiro, quando deixar a Prefeitura. Sérgio Cabral prometeu recriar a Secretaria da Baixada para que Washington Reis possa recomeçar a sua carreira e se preparar para disputar uma cadeira de deputado estadual em 2010. Difícil vai ser convencer o eleitorado depois da farsa com o novo hospital. A prometida vaga para o senado virou pó!
• Para a garçonete Camila Casimiro, 20 anos, moradora da Prainha, nada mudou na saúde de Caxias depois da inauguração apressada do novo hospital. “Estou há mais de duas horas aqui e não sou atendida. Estou com pneumonia e cuspindo sangue. Cadê o hospital mais moderno do Estado do Rio”, reclamou.
• Ela fazia parte do grupo que, na quinta-feira, pela manhã, aguardava atendimento e pediu a presença de Zito, quando o prefeito já se preparava para deixar o hospital em direção ao “Duque”.
• Segundo Zito, o hospital tem um perfil estadual e atenderá a apenas 30% da população de Caxias. “Ele foi construído à 5 quilômetros de distância do Adão Pereira Nunes, a região é pouco povoada, não foi assinado convênio para a sua operacionalização e a maioria que busca assistência vem de outras cidades. Sem ajuda, não temos como tocar a unidade”, avisou.
• Zito classificou a obra como eleitoreira. “Foi construída para garantir a reeleição do prefeito, mas quando o povo não quer, não tem jeito. È uma bomba que caiu na minha mão”, avaliou. Localizado às margens da Rodovia Washington Luiz, a obra consumiu R$ 72 milhões das três esferas de governo.
• O Secretário de Saúde, Oscar Berro disse que o orçamento da Saúde de Caxias é de cerca de 200 milhões e negou a denúncia de que o Moacyr do Carmo não tenha água. “Isso é mentira. O que fizemos foi apenas, uma ampliação de nossa capacidade”, defendeu-se.
• Um dos médicos que acompanhavam Zito ficou preocupado quando viu sair um carrinho de lixo hospitalar de um dos dois únicos elevadores do novo hospital e, no mesmo elevador, embarcar uma servente empurrando o carrinho com a comida dos pacientes.
• Ele comentou com um colega que o acompanha na visita ao hospital: “O Mário Lioni, que é muito menor, tem 4 elevadores”. O uso de um mesmo elevador para retirar lixo cirúrgico e transportar a comida dos doentes pode levar a uma grave infecção hospitalar.
• Os partidários de Washington Reis estão espalhando boatos em profusão. Um deles garante que nem Lula, muito menos Sérgio Cabral ajudarão Zito a administrar o novo hospital, o que, além de um ato de revide mesquinho, colocaria em risco a vida de centenas de pacientes.
• Outro boato é o de que o pessoal terceirizado será demitido na virada do ano. Os energúmenos que embarcam nesse delírio sabem que as ONGs e Cooperativas que fornecem mão de obra para a Prefeitura, por medida de cautela, firmaram contratos de prestação de serviços só até o dia 20 de dezembro. Assim, o máximo que pode acontecer é a falta de pessoal depois do Natal.
• Vale lembrar que, quando assumiu o cargo em 2005, Washington Reis garantiu ao pessoal terceirizado da Locanty e da WKR que todos seriam aproveitados pelas empresas que iriam substituí-las. Confiando na palavra do prefeito, eles continuaram trabalhando, mas teve terceirizado que só foi admitido pela Delta ou a “Clean Service” em abril e maio daquele ano, ficando sem receber os meses trabalhados sem carteira assinada.
• Washington Reis não inovou no golpe do novo hospital. Ele apenas copiou, e mal, procedimento semelhante do prefeito Joaquim Tenório, já falecido, em 1966. Para ajudar na campanha do candidato da Arena, Hidekel Freitas, o prefeito resolveu inaugurar a Escola Municipal General Tibúrcio, no bairro Copacabana, às vésperas das eleições.
• Como a Prefeitura não tinha nem dinheiro, nem crédito, não conseguiu comprar o mobiliário. A então diretora da Inspetoria de Ensino, depois transformada em Secretaria de Educação, não teve constrangimento em usar o mobiliário do Ginásio Municipal Aquino de Araújo, na Vila São Luis, para montar o cenário para que Hidekel Freitas aparecesse como padrinho da obra.
• A manobra veio à tona logo a seguir, através da coluna do jornalista Ruyter Poubel, em sua valente “Folha da Cidade”. Ele era o vice do Dr. Moacyr do Carmo e a denúncia afundou mais rapidamente a candidatura arenista. No final da apuração, o candidato do MDB venceu na proporção de 2 x1.