terça-feira, 20 de julho de 2010

BAIXADA URGENTE

E SE FOSSE COM SEU
FILHO, GOVERNADOR?

Ao ser procurado pela imprensa logo depois da morte do menino Wesley Gilbert Rodrigues de Andrade, 11 anos, o comandante do 9º BPM, Coronel Príncipe, do alto de sua majestade, afirmou que o menino, baleado dentro da sala de aula, estava no lugar errado e na hora errada. Na noite de sábado, um jovem de apenas 21 anos, Felipe Magalhães, cursando o último ano do curso de
Engenharia, foi assaltado e fuzilado pelas costas na Rua General Dionísio, a dois quarteirões do Fórum de Duque de Caxias. Na caminhada que fez pela feira dominical do município, o governador Sérgio Cabral era acompanhado por um grupo de militantes constituído por PMs de folga e a paisana. Há pouco tempo, um motoqueiro foi atingido na cabeça quando passava elo Viaduto do Centenário, ao lado do quartel do 15º Batalhão. No mesmo dia em que o governador desfilava sorridente no meio da feira, bandidos realizaram um arrastão na Rodovia Washington Luis no acesso ao viaduto da Vila São Luiz e próximo de uma cabine da PM, doada ao Governo por um supermercado que fica naquela área. E as vítimas não puderam registrar a ocorrência na 59ª DP/Caxias porque o “sistema estava fora do ar”, isto é, o caríssimo sistema de informática que interliga as delegacias do Estado estava com “problemas técnicos”. Como as máquinas de escrever foram aposentadas e abandonados em um lugar qualquer da monstruosa maquina governamental, não havia como registrar a queixa.
Será que todas essas vítimas da violência estavam no local errado e na hora errada? E se a bala que matou o pequeno Wesley fosse dirigida para um suntuoso apartamento do Leblon, onde mora o governador, e atingisse, por mera suposição, um de seus filhos? Valeria a máxima do Coronel Príncipe de que o filho do governador Sérgio Cabral estava no local errado e na hora errada?

GOVERNO TEM SÓ ATÉ O DIA 19
PARA SALVAR A ANTIGA MATRIZ

Mantida sob inexplicável sigilo, a venda da antiga Matriz de Santo Antonio, na Rua José de Alvarenga, bem como a sua demolição nos próximos 30 dias vem sendo protegida sob inexplicável sigilo, mas uma fonte qualificada garante que o imóvel será entregue no dia 20 de
agosto aos novos proprietários, que irão construir no local um centro comercial, apesar da existência de um calçadão naquele trecho de rua, que impede a circulação de veículos.
Assim, a Secretaria de Cultura, que foi acionada há mais de 15 dias por um grupo de pesquisadores da História da Baixada, tem até o dia 19 para tomar uma decisão com relação ao tombamento da fachada da antiga Matriz, decisão que não impediria a construção do centro comercial, mas obrigaria seus novos donos a manterem a fachada da antiga matriz.
Na missa de sexta-feira, assinalando o fim da antiga Matriz, foi notada a ausência da alta cúpula da Secretaria de Cultura, nomeada pela ex-Secretária Ana Jansen e a quem cabe opinar sobre o tombamento. Quem salvou a face do Governo foi o novo secretário, o professor Gutemberg Cardoso, solenemente ignorada pelas autoridades eclesiásticas presentes à Missa, indicando que a venda da antiga Matriz é assunto de interesse exclusivo do Papa Bento XVI. Quem tentar esmiuçar a transação milionária que resultará na demolição implacável da antiga Matriz poderá ser excomungado! Quem se arriscaria a destino tão cruel?

RÁPIDAS

• Além de mudar de Secretário, com a substituição da professora Ana Jansen pelo também professor Gutemberg Cardoso, a Secretaria de Cultura também mudou de endereço. Desde s
egunda (19), a unidade responsável por projetos importantes na preservação de bens culturais, como o “Memória Viva” e “Forró na Feira”, transferiu-se para um conjunto de salas no 6ª andar do Edifício Pariz (foto), em frente à 59ª DP/Caxias.
• A mudança nada tem a ver com a violência imperante na cidade, mas a mudanças na estrutura da Prefeitura. O prefeito Zito decidiu instalar no 4º andar da antiga Prefeitura, na Praça Roberto Silveira, uma unidade municipal do PRONASCI, que ficará encarregado de estudar e viabilizar medidas no âmbito da segurança municipal.
• A ex-secretária Ana Jansen tentou transferir o seu gabinete para o prédio do Mercado Popular, na esquina das avenidas Dr. Manoel Teles e Presidente Kennedy, comprando uma barulhenta briga com os camelôs, que tem um acordo com a Prefeitura para ocupar os boxes daquele centro comercial, construído na área antes ocupada pela Secretaria de Fazenda do antigo Estado do Rio, inclusive com uma balança para pesar a carga dos caminhões que seguiam em direção ao Distrito Federal.
• Foi por conta dessa balança, instalada ao lado da pista da antiga Rio-Petrópolis e que ajudava a Fiscalização a controlar o transporte de mercadorias e o pagamento dos impostos, é que a Av. Dr. Manoel Teles até hoje é mais conhecida como “Rua da Balança” do que por seu verdadeiro nome.
• A Coordenadoria de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Trabalho de Duque de Caxias abriu inscrições para cerca de 500 vagas em empresas privadas. para profissionais com o ensino médio ou superior. As inscrições podem ser feitas até sexta-feira (23), no horário das 9h às 17h, na Faculdade Flama, na Rua Pedro Correia nº 370, próximo ao terminal Rodoviário Plínio Casado, no Centro,
• As vagas são para auxiliar de almoxarifado, controle de estoque, divulgadora, estoquista de alimentos, operador de telemarketing, promotor de vendas externas, promotora de empréstimos, vendedor de empréstimos consignados e auxiliar de departamento pessoal. Há também oportunidades para nível superior: supervisor de call center, programador e auxiliar contábil.
• O presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante, disse nesta terça (20) que a desobediência à lei na campanha eleitoral pode resultar “até mesmo na cassação de candidaturas, se o descumprimento ocorrer por um candidato ou por aqueles que o apóiam”.
• Em entrevista, Ophir defendeu o cumprimento da Constituição, que, segundo ele, é a pauta de todos, inclusive do presidente da República, que deve seguir o caminho correto e estimular o cumprimento da lei. “Eleição não é vale-tudo, tem que ter parâmetro ético para todos os envolvidos”, afirmou, em resposta a uma pergunta sobre a participação do presidente Lula na campanha da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
• Ophir Cavalcante participou, na manhã de hoje, de reunião do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que, no próximo dia 18, promoverá encontros em todo o país para a coordenação nacional dos comitês, que conta com o envolvimento de 48 entidades da sociedade civil.
• O presidente da OAB criticou os candidatos, partidos e governantes, que, segundo ele, tentam intimidar o Ministério Público Eleitoral e disse que este não se curvará a pressões e cumprirá a lei. “Este é o momento de a Justiça Eleitoral começar a dar cartão vermelho para os infratores”.
• Ophir ressaltou que toda eleição é tensa e lembrou que cabe ao Poder Judiciário estabelecer as regras para não haver desequilíbrio entre os poderes politico e econômico. Para ele, as multas aplicadas até aqui aos candidatos estão dentro da lei.
• O objetivo do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral é a realização de eleições limpas, onde o voto não seja exercido sob pressão política. Para isso, informou Ophir, o movimento “deverá trabalhar engajado com o Ministério Público Eleitoral, sem o que não terá sucesso”. Segundo ele, os questionamentos que forem feitos precisarão de respostas para que a mobilização tenha credibilidade.
• O presidente da OAB disse ainda que a aprovação da Lei da Ficha Limpa foi uma grande vitória, mas destacou que a norma, por sí só, “não é garantia absoluta de que o político que for vitorioso vai ser correto. Por isso, a OAB e as outras instituições que integram o movimento consideram necessário contibuir com o Poder Público durante a campanha, “de forma coordenada e abnegada, com poucos recursos, mas de forma que seja útil ao processo eleitoral”, afirmou.
• Em Goiânia, onde passa esta terça (20), José Serra fez uma série de críticas ao atual governo. Serra disse que faltam investimentos em áreas de infraestrutura, reclamou da incompetência administrativa e ironizou o que chamou de título brasileiro de “campeões mundiais de situações indesejáveis”. Segundo ele, esse comportamento se justifica por preconceito e incompetência no estímulo à parceria com a iniciativa privada.
• “Por preconceito e incompetência para fazer projetos [não se avança no Brasil]. Por isso não conseguimos trazer [atrair] a área privada”, afirmou ele, em palestra na sede da Federação das Indústrias de Goiás.
• Mais uma vez, Serra condenou a construção do trem-bala (planejado para ligar o Rio de Janeiro a São Paulo, cobrando baixos preços das tarifas e com previsão de conclusão em 2013). O candidato afirmou que ainda não há previsões concretas de investimentos para a Copa do Mundo de 2014. Segundo ele, faltam investimentos a longo prazo.
• Sem citar os nomes das candidatas adversárias, Serra referiu-se a apenas uma delas (Dilma Rousseff, do PT) ao afirmar que existem projetos eficientes na área de energia, mas suposta ausência de competência para executá-los. “Projetos não faltam, falta competência. Uma das candidatas foi ministra de [Minas e] Energia, uma das minhas oponentes foi titular [desta área] e há mais de cem projetos de energia [em execução]”, afirmou o candidato.
• Segundo Serra, o Brasil é sustentado por um “tripé adverso”, que serve de apoio para a liderança em situações desagradáveis. O candidato relacionou as elevadas carga tributária e taxa de juros reais no país, além da baixa taxa de investimentos governamentais.
• “Nós temos um tripé adverso, de campeonatos mundiais indesejáveis, somos o primeiro país do mundo em carga tributária em países em desenvolvimento”, afirmou Serra. “Somos recordistas, com medalha de ouro, de taxa de juros reais mais altas do mundo. Caminhamos para ter US$ 50 bilhões em déficit em conta-corrente”, disse.
• Em seguida, o candidato afirmou que “o terceiro pé [no tripé] é a baixa taxa de investimentos governamentais. O Brasil tem a menor taxa de investimentos no mundo, daí todos os problemas de infraestrutura”.
• A candidata do PT criticou nesta terça (19) as tentativas de setores conservadores de colocar os movimentos sociais em condições de criminosos. Dilma disse que não se pode mais no Brasil adotar o comportamento da República Velha, que dizia que “questão social é questão de polícia”.
• “Eu acho injustificável que a forma de diálogo com o movimento social, muitas vezes adotada em nosso país, foi aquilo que a República Velha dizia: Questão social é um caso de polícia. Há uma diferença de postura entre diálogo e cumplicidade com ilegalidade. Não é admissível”, disse Dilma, após receber do PSB sugestões para seu programa de governo.
• Entre as sugestões apresentadas pelos socialistas, está o fortalecimento de movimentos sociais como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o “aumento do diálogo e eliminação de repressão” aos movimentos sociais.
• “Você não pode confundir movimento social com governo, partido com governo, governo é uma instituição que tem, necessariamente, de ser para todos. Portanto, quando você considerar o movimento social, você vai ter de ver que ele representa uma parte. Isso não pode significar que ele seja reprimido, recebido a bordoada ou objeto de uma criminalização indevida”, disse a candidata.

MILHÕES PARA ESGOTOS ESCOAM
PELOS RALOS DA BUROCRACIA


Os investimentos para melhoria e expansão da rede de abastecimento de água aumentaram, em média, 12% ao ano no período de 2003 a 2008 (Governo Lula), passando de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,2 bilhões. Com relação à rede de esgotos, o ritmo de crescimento ficou pouco abaixo, na média de 7,5% ao ano (R$ 1,8 bilhões em 2003 para R$ 2,6 bilhões em 2008). Os números Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro foram divulgados nesta terça-feira (20) pela Instituto Trata Brasil, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Baseado em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento do Ministério das Cidades, o levantamento revelou que 57% da população brasileira ainda não têm acesso a esgoto tratado e 19% não contam com o abastecimento de água.
E Duque de Caxias, com cerca de um milhão de habitantes, está na conta dos 43% dos brasileiros
que não tem esgotos tratados e ainda bebem água de poço, por incompetência da Nova Cedae, a estatal que detém o monopólio dos serviços de águas e esgotos de Duque de Caxias, concedidos pela Prefeitura em meados dos anos 50 do Século Passado. Por conta dessa concessão, o município deveria ser beneficiado pelo PDBG – Programa de Despoluição da Baia de Guanabara, com financiamento do JBIC, um banco de fomento do Japão. O orçamento original do PDBG era de US$ 793 milhões, mas a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), que coordena e executa o programa, já investiu cerca de US$ 1 bilhão. As obras de primeira fase, devido a irregularidades, sofreram atrasos e parte foi malfeita, informa a Superintendência de Instrumentos de Gestão Ambiental. Dos investimentos previstos para a primeira fase, de US$ 1,2 bilhão, já foram gastos US$ 989,3 milhões, mas ainda há uma série de obras por terminar. Até agora, 16 anos depois de iniciado, só a Estação de Tratamento (ETE) Alegria, próximo à Ilha do Fundão, foi concluída, enquanto as estações Pavuna (em Vigário Geral) e Sarapuí, que atenderiam aos moradores de Duque de Caxias, São João de Meriti e Belford Roxo, ainda estão inconclusas. Essas três ETEs fariam o tratamento primário do esgoto domiciliar e industrial dos três município, o que reduziria a carga de esgotos lançados pelos rios Meriti e Sarapuy na Baia de Guanabara.
O ambientalista Sérgio Ricardo, membro da ONG Verdejar e que acompanha o PDBG desde o início, afirmou em entrevista à Agência Brasil, do Governo Federal, que, para conseguir os milhões de dólares do JBIC, o programa se comprometeu com metas extremamente ousadas que até hoje não foram atingidas. “O governo prometeu a despoluição das 53 praias da Baía de Guanabara, e não ocorreu. Você tem na Ilha do Governador, em Paquetá e Magé praias impróprias ao banho e, mesmo assim, com número grande de banhistas no fim de semana, principalmente crianças. Não é uma questão ambiental, é problema de saúde pública. Esse programa é uma obra ineficaz, extremamente limitada, e não resolverá o problema”, critica o ambientalista.
O ambientalista denuncia ainda que “há um enorme superfaturamento das obras, que chegou a ser comprovado em CPI da Assembleia Legislativa do Rio, cujas conclusões foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual e nada foi feito para apurar as responsabilidades e devolver o dinheiro desviado dos cofres públicos”.
Enquanto isso, o canal dos Caboclos (foto), que corta o Engenho do Porto e era piscoso e navegável até a queda da Monarquia, agora não passa de uma cloaca levando esgotos para a Baía de Guanabara.


VICENTE PORTELA É SUCESSO
NO BLOG DE GAROTINHO

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