PROIBIDA A VENDA DE AZEITONAS
SUSPEITAS DE CAUSAR BOTULISMO
A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento do mercado
de unidades de azeitona orgânica com amêndoas, da marca Bio Gaudiano. A agência
foi alertada pelo Departamento de Alimentos da Organização Mundial da Saúde
(OMS) e o Sistema de Alerta de Alimentos da Comunidade Europeia sobre dois
casos de botulismo na Finlândia decorrentes do consumo da azeitona. Os dois
órgãos internacionais também orientaram para retirada do produto do mercado em
outros países.
Até julho
deste ano, o Brasil importou somente 150 potes do produto, com validade até
junho de 2012, distribuídos em seis estados (Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo). Mas, até agora, não foi registrado
nenhum caso de botulismo no país decorrente do consumo da azeitona Bio Gaudano.
Causado
pela toxina da bactéria Clostridium botulinum, o botulismo provoca
neuroparalisia grave e pode levar à morte. Os sintomas frequentes são dor de
cabeça, vertigem, tontura, sonolência, visão turva, diarreia, náuseas, vômitos,
dificuldade de respirar e prisão de ventre.
LIXÃO DE J. GRAMACHO
RECEBE LIXO HOSPITALAR
Apesar
das restrições ao descarte do lixo hospitalar, que devem ser tratados e,
depois, encaminhados a estabelecimentos licenciados para o descarte final, a
Comlurb e as empresas que operam no lixão do Jardim Gramacho não vem observando
essas normas e o lixo recolhido na rede hospitalar do Grande Rio está sendo
lançado, in natura, no lixão explorado pela empresa da Prefeitura da Capital.
A
denúncia foi feita pelo portal "Máfia do Lixo" no sábado (29),
mostrando veículos a serviço da Comlurb, que ingressam no aterro do Jardim
Gramacho sem qualquer controle, que das autoridades sanitárias do Estado, quer
do município. A legislação brasileira que trata do lixo hospitalar diz que cabe
a responsabilidade da coleta, transporte, tratamento e destinação final do lixo
hospitalar, ao estabelecimento de saúde que o produz.
Sem
orientação adequada e sem equipamento especial, os catadores de lixo que tiram
do lixão o seu sustento estão expostos não só a acidentes, com as seringas
descartadas, como à contaminação por doenças infectocontagiosas. Tudo isso sob
a complacência das autoridades que deveriam zelar pela Saúde Pública. O mais
grave é que a desobediência às normas legais sobre o destino final do lixo
hospitalar é comandado por uma empresa estatal, a Comlurb, que pertence à
prefeitura do Rio de Janeiro, que prometera o fechamento total do lixão em
dezembro próximo, mas já anunciou que isso só ocorrerá no ano que vem, se as eleições não atrapalharem a reeleição dos
prefeitos da Baixada, todos subordinados aos interesses pessoais do Governo do
Estado.
ARRECADAÇÃO DE CAXIAS
SUPEROU OS R$ 2 BILHÕES
Segundo o "Impostômetro", um sistema de medição
da arrecadação de impostos e taxas criado pela Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo – FIESP – para ajudar na campanha contra a elevação
tributação no País, a arrecadação de Duque de Caxias já superou a casa dos R$ 2
bilhões. Na manhã do último dia 30, a engenhoca criada por técnicos e
tributaristas da FIESP, a arrecadação municipal teria sido de R$
2.080.069.159,56, segundo a imagem feita por um seguidor do blog, aqui
reproduzida. Como o equipamento é atualizado instantaneamente, a cada click do
internauta, os números mudam e só através de uma máquina fotográfica ou o uso
de sofisticado programa de computador é possível registrar os espantosos
números da arrecadação.
Pelo mesmo sistema, a arrecadação do Estado ultrapassou a
cada dos R$ 25.800 bilhões, enquanto a União conseguiu o incrível feito de
amealhar nada menos do que R$ 1,21 trilhão. Assim, cada tostão desviado dos
cofres do município, do estado ou do Governo Federal através de obras
superfaturadas ou suntuosas, da compra de material desnecessário, como os
equipamentos de Angra III, já pagos, mas que continuam encaixotados em galpões
na Alemanha, ou da realização de obras de conveniência discutível como a
reforma do Maracanã, não sai do bolso de nenhum integrante do Governo, nos três
níveis, mas do bolso de cada cidadão. Até 30 de outubro último, cada brasileiro
pagou de impostos e taxas o equivalente a R$ 6.306,35, isto é, cada brasileiro,
de qualquer idade, condição social, empregado ou não, pagou em 10 meses um
valor correspondente a 11,57 salários mínimos.
Em termos de Brasil, com a arrecadação de mais de R$ 1
trilhão e 210 bilhões, seria possível fazer coisas como construir e equipar adequadamente 7.293
postos de saúde, ou construir 60 mil
casas populares, pavimentar 22 mil
quilômetros de estradas, construir e equipar 152 mil salas de aula por todo o
País, ou até contratar 157 mil professores do ensino fundamental. O internauta
que tiver curiosidade de conferir a arrecadação da sua cidade ou do seu Estado,
basta clicar no link http://www.impostometro.com.br/.
É rápido, é fácil e, o mais importante, é de graça!
AMEAÇADO DE MORTE LÍDER
DOS PESCADORES DE MAUÁ
A postura autoritária da direção da Petrobrás, que se
nega, a mais de 10 anos, a indenizar os pescadores de Mauá, no município de
Magé, por prejuízos que sofreram depois do vazamento de óleo na Baía da
Guanabara, proveniente da Reduc, ganhou contornos policiais com as seguidas (6)
ameaças de morte que vem sofrendo o líder dos pescadores e presidente do
Sindicato da categoria, Alexandre Anderson de Souza, depois que o presidente do
Sindpesca/RJ promoveu uma barqueata para impedir as sobras de construção do
oleoduto Campos-Macaé-Reduc, inaugurado no ano passado pelo ex presidente Lula
e a então candidata Dilma Rousseff. Alexandre Anderson teme ter o mesmo destino
de um de seus colegas na barqueata, assassinado em Mauá e cuja morte até hoje
não foi esclarecida pela ineficiente polícia fluminense.
O clima entre os pescadores de Mauá é tão grave que o
Centro Legal de Defensores do Meio Ambiente (EDLC), uma ONG americana que luta
contra a degradação ambiental e seus impactos negativos sobre os direitos
humanos, enviou correspondência à
Direção da Petrobrás, pedindo que a estatal garanta a integridade e a segurança
de Alexandre Anderson e pague as indenizações devidas aos pescadores de Mauá,
impedidos de trabalhar por conta do vazamento de óleo na baía de Guanabara que
aconteceu na madrugada do dia 18
de janeiro de 2000.
O desastre ambiental teve
origem em uma das tubulações da
Refinaria Duque de Caxias (Reduc), quando foram lançados, algo em torno de 1,3 milhões de litros de óleo cru na
Baía de Guanabara. A mancha de
óleo se estendeu por uma faixa superior a 50 quilômetros quadrados, atingindo o
manguezal da área de proteção ambiental (APA) de Guapimirim, as praias banhadas pela Baía de Guanabara,
inúmeras espécies da fauna e flora, além de provocar graves prejuízos de ordem
social e econômica a população local. As comunidades que tiravam seu sustento de atividades
ligadas, direta ou indiretamente, aos recursos hídricos da Baía de Guanabara,
tais como, a pesca e o turismo, foram muito prejudicadas, quer pela
contaminação dos peixes e crustáceos, quer pela inviabilização do turismo pela
poluição do ambiente.
Agora, além de lutar contra a Petrobrás, que se recusa a
indenizar os pescadores de Mauá, Anderson Alexandre ainda tem que enfrentar um
grupo de milicianos, que já tentaram matá-lo por diversas vezes. Sem mandato
parlamentar, como o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, que deixou o País com
toda a família na terça-feira (1º), o presidente do Sindpesca/RJ teme ser morto
a qualquer momento, tal como ocorreu com a Juíza Patrícia Acioli. Agora, a vida
de Alexandre Anderson está nas mãos do presidente da Petrobrás, Sérgio Gabriele.
RÁPIDAS
• O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) anunciou deixou
o País na terça-feira (1º) em função das ameaças de morte que vem recebendo de
integrantes de milícias. Freixo presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) das Milícias, da Assembleia Legislativa do Rio, que investigou a atuação
de grupos criminosos integrados por políticos, policiais e ex-policiais em
comunidades do estado.
• Segundo Freixo, ele resolveu aceitar um convite da
organização não governamental Anistia Internacional para morar na Europa por
algum tempo. O parlamentar já vem sofrendo ameaças de morte desde a época da
CPI, em 2008, mas, nos últimos meses, elas se intensificaram. Apenas no último
mês, segundo Freixo, ele recebeu sete ameaças de morte.
• “As ameaças
estão se tornando mais fortes e há um retorno muito pequeno da Secretaria de
Segurança. Ou seja, se estão ou não investigando. Tenho uma segurança, mas tem
sido necessária a ampliação dela. Então, estou esperando algumas medidas”,
disse.
• “Não posso dizer [nem] o tempo nem o local [onde
ficarei], mas é um tempo muito curto”, disse.
Segundo Freixo, as ameaças não devem ser encaradas como
um problema pessoal, mas sim como de toda a sociedade. Ele lembrou do
assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta por policiais militares integrantes
de milícias que atuam no Grande Rio, em agosto deste ano.
• “Esse é um
problema de todo o Rio de Janeiro. Aliás, é um problema nacional. Até que ponto
nossas autoridades vão continuar empurrando com a barriga. Ou a gente enfrenta
e faz agora esse dever de casa contra as milícias ou, como mataram uma juíza, eles
vão matar um deputado, promotores, jornalistas. E, se esses grupos criminosos
são capazes de matar uma juíza e ameaçar um deputado, o que eles não fazem com
a população que vive na área em que eles dominam”, disse.
• Segundo Freixo, apesar das dezenas de prisões feitas
depois da CPI das Milícias, esses grupos criminosos estão cada vez mais fortes
e dominam várias comunidades do estado, onde extorquem dinheiro de moradores e
de comerciantes e controlam atividades como transporte alternativo, venda de
gás e de ligações clandestinas de TV a cabo. O deputado não informou quanto
tempo ficará na Europa, mas garantiu retorno ao Brasil.
• Geralmente, o exílio é uma fuga programada de perseguidos
políticos, que não abrem mão de suas convicções políticas, que estão em
confronto com o ideário do Governo. Foi assim com José Serra, presidente da
UNE, com Fernando Henrique Cardoso, com Brizola e César Maia, com Caetano e
Gilberto Gil durante a ditadura de 64.
• Hoje, por infiltração de milicianos na máquina da
Segurança Pública dos Estados, são os homens de bem que precisam se exilar, com
suas famílias, para se manterem em segurança diante de sicários, muitas vezes
conhecidos dos chamados órgãos de segurança, mas que agem livremente por
covardia ou omissão do Governo.
• Como o Brasil está de cabeça para baixo, onde os
contribuintes vivem presos em seus escritórios e residências, cercados de segurança
24 horas por dia, enquanto os bandidos, milicianos ou não, continuam soltos e
ditando ordens, inclusive no Complexo do Alemão e na Via Cruzeiro, locais que o
governo do estado garante estar pacificado.
• Em Roraima, por exemplo, um preso insatisfeito com as acomodações
e a limpeza dos banheiros do presídio onde deverá cumprir a sentença de 76 anos
de cadeia, o empresário Valdivino
Queiroz da Silva, preso na Operação Arcanjo da Polícia Federal, decidiu
construir a própria cela (foto "O Estado"), com recursos próprios. Ele recrutou mais cinco presos,
que hoje dividem com ele o único "aposento" da Delegacia de Repressão
a Entorpecentes da Polícia Civil de Roraima, em Boa Vista, para que
construíssem novos cômodos nos fundos da delegacia.
• Segundo
denúncia do jornal "O Estado de S. Paulo", os encarcerados teriam
direito a suítes, com banheiros individuais. A ideia era construir três celas,
com 16 m² cada uma, que abrigariam os seis presos até o julgamento final dos
recursos.
• As
paredes do pequeno empreendimento, orçado em R$ 15 mil, começavam a subir
quando a obra foi interrompida por determinação dos promotores de Justiça
Carlos Paixão e Anedilson Nunes, do Ministério Público Estadual, que flagraram
os detentos, literalmente, "com a mão na massa", entre tijolos e
cimento. "Só vi coisa semelhante na Colômbia, onde o (traficante) Pablo
Escobar construiu uma prisão luxuosa para cumprir pena", lembrou o
promotor Carlos Paixão.
• Em
entrevista ao "Estado", Paixão afirmou que há mais de seis meses
protocolou requerimento para que os presos fossem transferidos para a
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, mas o pedido nunca foi despachado.
Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determina que os presos
provisórios sejam recolhidos ao sistema prisional, para que as delegacias se
ocupem apenas dos flagrantes. Além disso, a construção é ilegal porque é dever
do Estado oferecer os locais adequados ao cumprimento das penas, e porque não
pode haver tratamento diferenciado ao preso abastado.
• Ainda
segundo "O Estado", os promotores instauraram inquérito para apurar a
responsabilidade do delegado Paulo Henrique Moreira, titular da DER, e eventual
crime de improbidade administrativa. A Assessoria de Imprensa da Polícia Civil
afirma que havia autorização do delegado para que os presos construíssem as
celas, podendo ter os dias de trabalho remidos. No entanto, a juíza titular da
Vara de Execuções Penais negou ao promotor Carlos Paixão que tivesse autorizado
a obra ou a remissão da pena.
• A nota do blog sobre a sucessão municipal causou mais
polemica pelo que não revelou do que as notícias ali postadas. O ponto de
discussão foi a omissão do deputado Samuquinha, do PR, na lista dos prefeitáveis. E a Dra. Ana Maria
Lessa foi uma das primeiras internautas a cobrarem explicações sobre essa
terrível falha, supondo, inclusive, uma sabotagem à candidatura do jovem
deputado..
• Menos Doutora! O comentário se baseou nas últimas
notícias em torno dos pré candidatos, principalmente a celeuma em torno da
candidatura da ambientalista Clenícia Zeba, pelo PSOL, e da professora e
escritora Dalva Lazzaroni, pelo enigmático PT de Caxias.
• No caso de Samuquinha, ele está apostando todas as suas
fichas no apoio do ex governador Garotinho, que não deixa de ser importante,
mas o deputado do PR pretende eleger prefeitos nas grandes e médias cidades do
estado, visando à sucessão de 2014, o que deixa pouco tempo para cada
candidato.
• Pelo visto, Samuquinha anda muito ocupado com os
problemas da Secretaria de Saúde de Magé e sem tempo de cuidar da própria candidatura
a prefeito de Duque de Caias. Embora filho de um comunicador – o sempre
lembrado Samuel Correa, que deu vida própria ao programa Patrulha da Cidade, da
Rádio Tupi – e deixou de seguir uma recomendação do saudoso Chacrinha: quem não
se comunica se trubica. E Samuquinha anda longe da Assembléia Legislativa e da
mídia Apareça, deputado!
• Um casal 20 (só na política) está provocando
especulações em Brasília. Nos últimos dias, o prefeito Gilberto Kassab, fundador
e presidente do PSD, tem sido visto com freqüência sempre ao lado do governador
de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB
• A se confirmar uma parceria, ou coligação, PSB-PSD, que
integram a base do Governo Dilma, as candidaturas dos deputados Alexandre
Cardoso, presidente do PSB/RJ, e Dica, do PSD, podem se transformar numa só e a
escolha do cabeça de chapa acabar sendo disputada nos palitinhos.
• Uma possível dobradinha Alexandre Cardoso-Dica, mesmo
invertida, alteraria a correlação de forças na sucessão do prefeito Zito, que
hoje polariza a disputa entre o prefeito e o seu ex vice, o deputado federal
Washington Reis, tendo como "tertius" o presidente da Câmara, vereador
Mazinho.
• Aliás, o surgimento do PSD sacudiu a gelatina em que se
converteu a política de Duque de Caxias, cujo eixo era formado pelo prefeito
Zito e o deputado Washington Reis. Com a ida dos deputados Wagner Montes e
Claise Maria Zito para o PSD, o novo partido passou a ter um peso político
muito importante. Nada impede, por exemplo, que Wagner Montes seja o vice de
Dica.
• Como os dois tem mandatos até 2014, a disputa pela
prefeitura de Duque de Caxias seria apenas um "treino" para as
eleições de 2014, em que Wagner Montes poderá disputar, com grandes chances, o
Palácio Guanabara. Ninguém pode esquecer a influencia e o peso político da Rede
Record no Estado do Rio, onde reelegeu o senador Marcelo Crivella, sobrinho do
bispo Edir Macedo.
• A eleição para os novos 29 vereadores que assumirão seus
mandatos em 1º de janeiro de 2013 terá algumas novidades. Além do aumento do
número de cadeiras, passando de 21 para 29, a lista de candidatos terá novos
nomes, que pretendem tentar a carreira
política. E um desses nomes é o da nutricionista Carla Braga, mais conhecida
como "Carlinha Nutricionista", que se filiou ao PRTB, partido do
deputado Aureo.
• Na Câmara, Carla Braga deverá provocar urticária no
futuro Secretário de Saúde, como já vem fazendo com o Secretário Danilo Nunes.
Foi dela a denúncia de superfaturamento na compra de um suplemento alimentar produzido
pela Nestlé, mas que é comprado de uma conhecida distribuidora de Niterói. As
denuncias estão em fase de investigação por parte do Ministério Publico
Estadual e poderá levar o prefeito Zito e o secretário Danilo Gomes a prestar
esclarecimentos à Comissão de Orçamento e Fiscalização da Câmara, em Brasília,
por iniciativa do deputado Aureo.
• Segundo amigos da nutricionista, Carla Braga também
está de olho na merenda escolar, uma fonte de dinheiro e de problemas de todos
os governos, quer pela (má) qualidade das refeições servidas aos alunos da rede
oficial, quer pelo puro e simples desvio dos recursos através do
superfaturamento e da contratação de empresas de fachada para facilitar o
desvio dos recursos do Governo Federal destinado ao programa de Merenda Escolar.
• Cerca de 5,3 mil entidades não-governamentais integram
o cadastro do Ministério da Justiça. São ONGs elevadas à categoria de
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip’s). O número de
organizações cadastradas é ínfimo diante do total de entidades que existem no
país: 338 mil, segundo a Associação Brasileira das ONGs. Estas entidades não
são obrigadas por lei a prestar contas, embora os órgãos públicos normalmente
façam essa exigência ao firmar contratos.
• Nos últimos meses, a presidente Dilma Rousseff baixou
dois decretos tentando conter a série de acusações que dizem respeito a
entidades sem fins lucrativos, empresas fantasmas e desvio de dinheiro público.
O caminho é inverso ao do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que abriu
brechas a negócios de fachada. Antes do decreto publicado hoje, a presidente já
havia passado aos ministros, em meados de setembro, a responsabilidade de
avalizar os contratos, depois de checar se as entidades existem e não são alvos
de denúncias.
• Desde o ano passado, entidades candidatas a receberem
recursos do governo precisavam apenas da declaração de funcionamento para o
cadastro. Em agosto de 2009, Lula vetou a exigência de apresentação de
documentos fiscais emitidos pela Secretaria da Receita Federal para atestar o
funcionamento das entidades beneficiárias. O mecanismo foi um convite para o
funcionamento de ONGs de fachada ou criadas pouco tempo antes de receber as
verbas.
• Ainda segundo o "Contas Abertas", desde 2004,
tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 3.877, que dispõe sobre o
registro, fiscalização e controle das ONGs. O projeto é decorrente da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) “destinada a apurar a liberação, pelo Governo
Federal, de recursos públicos para ONGs e para Oscip’s, bem como a utilização,
por essas entidades, desses recursos e de outros por elas recebidos do exterior”,
popularmente chamada “CPI das ONGs”.
• O PL 3.877/04 está aguardando o parecer da Comissão de
Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. A última comissão a
aprovar o parecer do texto foi a de Trabalho, em julho de 2007, quando o então
relator, deputado Nélson Marquezelli (PTB-SP), destacou “os sucessivos
escândalos envolvendo autoridades públicas, que vêm emparedando o Poder
Legislativo e o tornando perigosamente questionável aos olhos da sociedade”.
Passados mais de quatro anos, os escândalos continuam e preocupam o governo
Dilma.
• O Ministério
do Esporte, que em 2003 era considerado o “patinho feio” do governo federal,
virou cisne. A Pasta que o deputado Aldo Rebelo (PC do B - SP) acaba de assumir,
foi criada no primeiro ano do governo Lula (2003), tem 331 servidores, segundo
o Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento. Desde então
movimentou aproximadamente R$ 5 bilhões. Além disso, o órgão, que tem um dos
menores orçamentos da Esplanada, passou a ser
considerado estratégico, tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e os
Jogos Olímpicos de 2016.
• Segundo
levantamento do portal "Contas Abertas", o novo status do Ministério
do Esporte (ME) é perceptível em termos orçamentários. Em 2003, o total pago
pela Pasta, foi de R$ 147,9 milhões, quantia equivalente a 0,017% do Orçamento
Geral da União (OGU). No ano passado, o
valor desembolsado chegou à cifra de R$
802,5 milhões, correspondente a 0,054%,
do OGU. O ápice orçamentário do ME ocorreu em 2007, ano do Pan-Americano do Rio
de Janeiro, quando a verba total paga atingiu o montante de R$ 1,2 bilhão,
cerca de 0,1% do orçamento federal.
• No
período 2003-2010, o maior programa orçamentário da Pasta foi o “Esporte e
Lazer na Cidade”, um dos preferidos dos deputados e senadores no que diz
respeito às emendas parlamentares. A
rubrica visa suprir a carência de políticas públicas e sociais que atendam às
crescentes necessidades e demandas da população por esporte recreativo e lazer,
sobretudo em situações de vulnerabilidade social e econômica.
• O
programa gastou R$ 1,3 bilhão nos últimos nove anos. Em seguida no ranking está
o “Rumo ao Pan 2007”, que visava a implantação de infra-estrutura para a
realização dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e recebeu R$ 992,8
milhões. O Segundo Tempo, alvo de diversas denúncias nas últimas semanas, aparece em terceiro lugar com R$ 823,8
milhões gastos desde 2003.
• Ao longo
da década de 2000, além dos recursos orçamentários, outras fontes fizeram crescer
o montante destinado ao desporto. Entre elas, a Lei das Loterias (10.264/2001),
a Lei de Incentivo ao Esporte (11.438/2006), a Timemania (11.345/2006), e a
ampliação do patrocínio das empresas
estatais.
• Em 2010,
as loterias federais geraram R$ 369,1 milhões. Os recursos captados graças a
Lei de Incentivo ao Esporte atingiram
a cifra de R$ 189 milhões. Em
decorrência da Lei 10.264, a conhecida lei das loterias - que destina 2% do dinheiro arrecadado para o Comitê
Olímpico Brasileiro (COB) e o Comitê Para-Olímpico Brasileiro (CPB) -, o COB
recebeu R$ 143,5 milhões e o CPB cerca de R$ 25 milhões, em 2010.
• O
patrocínio das estatais é também significativo. No ano passado, a título de
promoção das empresas públicas brasileiras, R$ 158,7 milhões foram aplicados em
diferentes modalidades esportivas. O mecenas campeão é o Banco do Brasil que
incentiva esportes como o vôlei, o futsal e o iatismo. Para isso, despende R$
56 milhões.
• A segunda
maior patrocinadora é a Caixa Econômica Federal (CEF), que desembolsou R$ 30,5
milhões com o atletismo, a ginástica e lutas, entre outras atividades. O apoio
restante ficou por conta da Eletrobrás, Petrobrás, Infraero, Correios e Casa da
Moeda. Somadas as diferentes fontes federais, no ano passado foram movimentados
R$ 1,7 bilhão.
• Apesar dos milhões despejados no Esporte, o Brasil
perdeu o segundo lugar no quadro de medalhas do Pam de Guadalajara para a
pequenina e subdesenvolvida Cuba, cujo regime só agora permitiu aos cubanos comprarem
carros novos. Na terra dos irmãos Castro, os carros mais novos são da era
Batista, derrubada pelos seguidores de Fidel Castro e Che Guevara nos anos 60
GOVERNO RESERVARA
R$ 3,7 BI PARA AS ONGs
A partir de segunda (31) estão suspensos os repasses de
verbas públicas para entidades privadas sem fins lucrativos. Segundo
levantamento feito pelo portal Contas Abertas, junto ao Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal, a previsão era que cerca de R$ 3,7
bilhões fossem transferidos nesta forma de pagamento, denominada “modalidade
50”. Este ano já foram desembolsados cerca de R$ 2,2 bilhões, ou seja, R$ 1,5
bilhão ainda deveria ser pagos nos próximos dois meses. Em 2010,
aproximadamente R$ 3,1 bilhões foram pagos. No período de 2005 a 2011, o
repasse para entidades sem fins lucrativos chegou à cifra de R$ 19,2 bilhões.
A medida foi determinada pela presidente Dilma Rousseff,
diante das denúncias de desvios dos recursos transferidos para Organizações Não
Governamentais (ONG’s) que culminaram, por exemplo, na demissão do ministro
Orlando Silva (Esporte) e Pedro Novais (Turismo) e trouxeram de volta o debate
das funções destas entidades na sociedade civil.
Além da suspensão dos repasses, o Decreto n. 7.592
estabeleceu que os órgãos e entidades da administração pública federal deverão
avaliar a regularidade da execução dos convênios, contratos de repasses e
termos de parceria, firmados com entidades sem fins lucrativos. A avaliação
deverá ser realizada no prazo de até 30 dias, período que ficaram suspensas as
transferências de recursos às instituições. O dinheiro só voltará a ser liberado
após parecer técnico que ateste a regularidade da parceria. Além do relatório,
a validação do contrato terá de contar com o aval do próprio ministro da pasta.
Dilma preservou do bloqueio contratos ligados a programas
de proteção a testemunhas, serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e convênios
com histórico idôneo de pelo menos cinco anos. Contudo, a medida não atinge
convênios que já tiveram o dinheiro liberado e encontram-se com prestação de
contas atrasadas ou não-analisadas. Neste sentido, vale ressaltar que os
repasses deste âmbito são feitos com instituições de diferentes áreas de
atuação, como o setor de saúde, missões evangélicas e católicas, associações
beneficentes, defesa do meio ambiente e confederações de trabalhadores.
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