DEMOLIÇÃO DE HOTEL ACENDE
O DEBATE SOBRE A CULTURA
A demolição do casarão que serviu de primeira
sede da Prefeitura e do primeiro Fórum de Duque de Caxias acendeu os debates
sobre a preservação dos bens culturais e da necessidade de normas legais de
preservação. Enquanto o desembargador Sérgio de Saeta, em depoimento no projeto
"Tarde com a História" defendeu a necessidade de um novo Plano Diretor
par o município (o 1º foi feito em 1968, no Governo Moacyr do Carmo) para
disciplinar o crescimento econômico do município, inclusive normas de
preservação de bens de natureza histórica ou cultural, figuras de destaque na
vida cultural do município questionam a recente eleição para o Conselho
Municipal de Cultura, que teria falhado no caso das demolições da antiga
Fábrica de Tecidos, da antiga Matriz de Santo Antonio e do antigo Hotel
Municipal, este último ocorrido no feriadão de Finados.
Para o professor e historiador Antonio
Augusto Braz, embora reconhecendo a a luta e a seriedade de vários militantes e
de membros da própria Secretaria de Cultura, afirma que só isso não basta para
o tamanho da responsabilidade de gerir o campo de ação cultural de um município
como o nosso. Para ele, o Governo e seus gestores têm que assumir plenamente
suas responsabilidades ou eximirem-se publicamente delas, declarando a todos a
sua incapacidade de realizá-las. "A falta de coordenação de políticas
públicas no campo do Patrimônio permite que nossa cidade seja pilhada pelos
tubarões imobiliários que, prisioneiros do ganho fácil no presente, sacrificam
nosso passado e esterilizam nosso futuro" lamenta o professor Braz
O músico Beto Gaspari, solidário com Braz, aponta
a falta de importância da Cultura para o Governo, pois do Orçamento de quase R$
R$ 2 bilhões para 2011, foram reservados para a Secretaria de Cultura,
inclusive com gastos de pessoal, de terceiros e insumos, apenas R$ 3 milhões. É
muito pouco para uma cidade que e a segunda economia do Estado e vem atraindo
investidores até da longínqua China.
Quantas igrejas ainda serão vendidas, como
as centenárias de Santa Terezinha, no Parque Lafaiete e a de Nossa Senhora do
Pilar, até que a cidade descubra a importância dessas construções para contarem
a História de Duque de Caxias para as próximas gerações.
ÓEO DE CAMPOS VAZA
PARA RIOS DE CAXIAS
Deputados da Comissão Externa da Câmara,
criada na semana passada para acompanhar as ações contra o vazamento de óleo da
plataforma da empresa americana Chevron, na Bacia de Campos, constaram que há
indícios de irregularidades no armazenamento do óleo retirado do Campo de
Frade. Os deputados Delegado Protógenes (PcdoB-SP), Dr. Aluizio (PV-RJ) e Chico
Alencar (Psol-RJ) disseram ter encontrado várias evidências de que a água
contaminada com óleo está sendo liberada sem tratamento adequado pela empresa Contecom
para valões do bairro da Figueira, em Duque de Caxias.
O deputado Chico Alencar disse que os
órgãos públicos não estão preparados para lidar com situações de vazamento de
petróleo. “Constatamos irregularidades e situações questionáveis. A empresa
estava no limite de sua capacidade de receber rejeitos. As piscinas e os
tanques [estão] lotados, transbordando. Não tem caixa separadora de água e
óleo. A probabilidade dessa água oleosa estar sendo escoada nos rios é enorme.
Além disso, a documentação está adulterada, com irregularidades na
especificação do que podem receber de resíduo e a licença ambiental está
vencida desde 2010”.
As irregularidades também foram
constatadas pelo delegado Fabio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente e
Patrimônio Histórico da Polícia Federal, que investiga as causas do vazamento.
Ele esteve no local na segunda-feira (28), e identificou um vazamento de óleo
na rede fluvial de Duque de Caxias.
A Chevron contratou a Brasco Offshore para
gerir os resíduos que vazaram no mar da Bacia de Campos, e a Contecom foi
subcontratada pela Brasco, com o consentimento da Chevron, para a disposição
final dos resíduos. Uma funcionária da empresa foi detida na segunda-feira para
prestar esclarecimentos na Polícia Federal, mas o órgão ainda não se manifestou
sobre o assunto.
“Em um país que aposta muito no petróleo,
no pré-sal, ao primeiro problema que tem mostrar essa ineficiência de
contenção, prevenção de cuidado ambiental, é muito grave. Além disso, a
integração entre os órgãos não existe para combater esse tipo de problema”,
disse Alencar.
Para o deputado Dr. Aluízio, presidente
da comissão, o caso é emblemático e precisa ser tratado com rigor. “Essa água
que está indo para a rede [fluvial] está contaminada. Estamos voltando para
Brasília, vamos montar um relatório e vamos cobrar uma lei clara do Plano
Nacional de Contingência e uma atuação mais rigorosa e enérgica dos órgãos
responsáveis”, disse.
CARRO
FOI METRALHADO, MAS
DEPUTADO
DIZ QUE FOI ASSALTO
Mais um crime é cometido contra um político
da Baixada, Desta vez a vítima foi o deputado e ex presidente da Câmara de
Vereadores de Duque de Caxias, Geraldo Moreira (PTN) e o crime aconteceu na
noite de segunda-feira (28). O carro que ele dirigia, pertencente à Alerj, foi
cercado por dois indivíduos armados, que desceram de outro veículo, de cor
cinza. A abordagem foi na Rodovia Washington Luis, quando o parlamentar, que
saíra de um compromisso político em Santa Cruz da Serra, seguia para sua
residência, no bairro do Pilar. Para o deputado, que responde a processo no
Tribunal de Justiça como suspeito de mandar matar o namorado de sua ex mulher,
o que houve foi apenas uma tentativa de assalto.
"Os tiros foram exatamente no meu
rumo, no rumo da minha cabeça. Pelo visto ali, uma bala deve ter passado ali a
dois centímetros da minha cabeça, pelo rumo dos tiros dados no carro. A gente
fica muito assustado", disse o parlamentar.
A expectativa é que, desta vez, a Polícia,
a exemplo do que ocorreu no assassinato da Juíza Patrícia Acioli, cheque aos
autores do crime e de possíveis mandantes, pois a Polícia não descarta a
hipótese de crime encomendado. Entre
outros, temos como crimes de autoria desconhecida os que vitimaram os
vereadores Sebastião de
Souza Alves, o Tião do Taxi, que morreu um mês após o atentado que sofreu
diante do seu centro social no Parque Beira Mar, em Caxias, no dia 9 de maio de
2006. A investigação, feita pela 59 DP, cinco anos depois anda não foi
concluída.
No dia 5
de janeiro de 2005, o vereador Noberto Mendes Soares, o Beto, Um Amigo, que era
suplente, foi morto com cinco tiros na Avenida Brasil, na altura de Manguinhos,
horas depois de tomar posse como vereador. Agentes da 21 DP (Bonsucesso)
fizeram pedido de escutas telefônicas; no entanto, não concluíram as
investigações.
Será que
o caso Geraldo Moreira vai reforçar o rol dos 85% de crimes ocorridos no Rio de
Janeiro e que a Polícia não consegue chegar aos culpados.
RÁPIDAS
• A Câmara de Vereadores realiza nesta
quarta-feira (30), a partir das 17hs., uma audiência pública da maior importância
para o município, pois irá discutir os projetos do Governo para enfrentar as
chuvas do próximo verão.
• O presidente da Casa, o vereador Mazinho, espera que a
direção do INEA, responsável pela dragagem dos rios e canais da Baixada, esteja
presente e explique a quantas andam o Projeto Iguaçu, que propõe a construção
de eclusas ao longo do rio, que corta Baixada e deságua na Baia de Guanabara.
• Via de acesso ao interior na época da
colonização portuguesa, o rio Iguaçu é hoje um canal aberto de esgotos
recolhidos em Nova Iguaçu, Belford Roxo e Duque de Caxias, que nao recebem qualquer
tipo de tratamento antes de chegar à baía. Será importante que os moradores das
margens do rio, vítimas das constantes cheias, participem da audiência, o mesmo
ocorrendo com a populaçao ribeirinha de outros cursos d'água, como Sarapuí,
Meriti e Estrela.
• Durante a sua participação no projeto "Tarde com História", realizado
pelo Instituto Histórico no plenário da Câmara de Vereadores na segunda-feira
(27), o desembargador Sérgio Saeta, que por 25 anos foi Juiz titular da 3ª Vara
Cível de Duque de Caxias mostrou alguns dados preocupantes sobre as causas para
a tão propalada lentidão da Justiça.
• Segundo ele, o judiciário fluminense precisa de 150 novos juízes. No
concurso para a Magistratura realizado no domingo (26), se todos os 50
candidatos inscritos forem aprovados, no máximo 10 serão imediatamente
nomeados, pois o Orçamento do Tribunal de Justiça está no seu limite, de acordo
coma Lei de Responsabilidade Fiscal. No
momento, a despesa com pessoal está em 5,8% do orçamento do Estado e a LRF fixa
em 6%, no máximo, essa despesa.
• Outro problema levantado pelo magistrado é com relação ao crescimento
geométrico da demanda. Com as inovações trazidas pela Constituição Federal de
1988 no campo dos direitos pessoais, cresce a cada dia o número de cidadãos que
batem às portas da Justiça em busca de satisfação desses novos direitos.
• No caso da 3ª Vara Cível do município, por exemplo, o Dr. Sérgio Saeta
disse que a cada mês são recebidos 200 novos processos, que irão se juntar aos
milhares que já estão em andamento. Isso exigiria que o Juiz despachasse cerca
de 10 processos por dia, o que é humanamente impossível, pois além de proferir
sentenças e despachos interlocutórios, o juiz é obrigado a realizar audiências
para ouvir depoimentos das partes, dos peritos e das testemunhas.
• Outra revelação do Dr. Sérgio Saeta foi quanto à resistência do
Governo do Estado em transferir o Fórum e a 59ª Delegacia da área da Praça
Roberto Silveira. Na época, enquanto as Varas Cíveis ocupavam espaçosas salas
alugadas num prédio em frente, as Varas Criminais, inclusive o Tribunal do Júri
e a Defensoria Pública, permaneceram confinadas no antigo prédio, construído
nos anos 60.
•
Segundo o próprio desembargador, ele sugeriu ao Tribunal
de Justiça, que não dispunha de recursos próprios para fazer face às obras de
um novo Fórum, que o Estado vendesse a valorizadíssima área ocupada pelo Fórum
e a 59ª Delegacia de Polícia e, com os recursos arrecadados, construísse uma
nova sede para ambas as instituições, em local foram do centro comercial.
•
Já naquela época –anos 90 – juízes, advogados e
serventuários encontravam dificuldades de acesso ao Fórum, pois não havia
espaço para o estacionamento de veículos, situação que iria se agravar com o
passar dos anos e o crescimento da frota de automóveis na cidade, como acabou
ocorrendo.
•
Uma das áreas procuradas para sede do novo Fórum era em
frente à Praça da Amizade, na confluência da Av. Brigadeiro Lima e Silva e a
Rodovia Washington Luis. Como a área, por suas acanhadas dimensões, não
atenderia ao objeto do projeto de engenharia, outras áreas foram buscadas, até
que o então prefeito Zito propôs que o novo Fórum fosse construído na Rua
General Dionísio, na área antes ocupada por uma fábrica de móveis, que falira
deixando para traz uma grande dívida em IPTU e outros tributos municipais.
•
Com cerca de 5.000 metros quadrados, a área foi aceita
pelo Tribunal de Justiça. Quando começaram os estudos para a elaboração do
projeto, o Dr. Sergio Saeta foi surpreendido por um ofício do então Secretario
de Segurança, informando que a mudança da 59ª DP/Caxias não estava nos planos
da sua Secretaria ou do Governo.
•
Agora, para atender a um pedido da Secretaria de Ciência e
Tecnologia, que quer expandir o Museu da Vida antes mesmo da sua inauguração, o
governo do Estado anuncia que aceitou a oferta do Ministério da Marinha, de uma
área localizada no final da Rua General Dionísio, ao lado da sede do Ministério
Público, onde serão instaladas não apenas a 59ª DP, mas também a Delegacia de
Atendimento à Mulher, que funciona na AV. Brigadeiro lima e Silva, e a futura
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, que será crida no ano que
vem.
• Apanhada em flagrante por
não fiscalizar corretamente as empresas que exploram os campos de petróleo da
Bacia de Campos, a Secretaria do Ambiente do estado do Rio informou
segunda-feira (28), por meio de nota, que a empresa Brasco Offshore e a
Contecom, responsáveis pela gestão e armazenagem do óleo recolhido do Campo de
Frade, estão com as licenças em dia e regularizadas.
• A secretaria também
informou que os técnicos que realizaram a vistoria (na Contecom, em Caxias) junto
com a PF não encontraram irregularidades na quantidade transportada de resíduos
ou na operação de separação do óleo (para checar o que poderá ser reciclado e o
que não poderá ser reciclado).
• Na mesma nota, a
secretaria afirma que “se o delegado da Polícia Federal Fábio Scliar encontrou
outros tipos de irregularidades, em outros pontos, não há o que contestar, ele
deve estar com a razão”. Na nota, a secretaria diz ainda, que apóia
integralmente a ação da PF.
• Após multar em R$ 50
milhões a Chevron pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos,
no início do mês, o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) estuda aplicar mais duas sanções à empresa. Somadas, as duas
novas multas podem chegar a R$ 60 milhões.
• Segundo o presidente do
órgão, Curt Trennepohl, uma das multas, de R$ 10 milhões, será aplicada caso
seja comprovado que a Chevron não cumpriu adequadamente o Plano de Emergência
Individual, elaborado pela empresa e apresentado às instâncias responsáveis
ainda durante o processo de licenciamento ambiental. De acordo com Trennepohl,
a análise das informações deverá ser concluída até quinta-feira (1º).
• “Estamos cruzando todas as
informações da Agência Nacional do Petróleo [ANP], Marinha e as fornecidas pela
empresa para ver se a Chevron cumpriu a contento o plano”, disse Trenepolhl
hoje (29), durante audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente
do Senado (CMA), em conjunto com a Comissão Mista Permanente Sobre Mudanças
Climáticas (CMMC).
• A segunda nova multa, que
pode chegar a R$ 50 milhões, depende da confirmação da hipótese de terem
ocorrido danos ambientais. “Este é um processo um pouco mais complexo, técnico,
que demandará mais tempo.”
• Trennepohl afirmou que as
multas aplicadas pelo Ibama, além de “irrisórias”, não têm finalidade
indenizatória, mas sim “pedagógica ou dissuasória”. O limite máximo das multas
por infrações contra o meio ambiente não pode ultrapassar R$ 50 milhões.
• Enquanto o Governo aplica
a multa pedagógica de R$ 50 milhões, as agencias de notícias revelam que o
"tombo" da Chevron no mercado de ações foi superior a US 50 bilhões,
isto mesmo, 50 bilhões de dólares com a queda do valor das ações da petroleira.
Isto, sim, é um castigo pedagógico!
• Depois do vazamento de óleo na Bacia de Campos,
o Governa anuncia um Plano Nacional de Contingência de derramamento de óleo,
que deve ficar pronto nas próximas semanas e vai ajudar em acidentes como o
vazamento no campo de Frade, operado pela americana Chevron, na costa do Rio de
Janeiro. É o que garantiu o representante da ANP (Agência Nacional do
Petróleo), Silvio Jablonski, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente
do Senado nesta terça-feira (29).
• De acordo com Jablonski, o plano é
discutido desde 2000 e vai ampliar a segurança em casos de acidentes. No
entanto, o país já tem sistema de proteção, segundo ele. - Esperamos que muito
brevemente tenhamos um plano. O plano nacional será fechado nas próximas
semanas e o Brasil vai estar mais bem preparado para novos incidentes. Mas nós
estamos desprotegidos? Não, não estamos.
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