O
famoso brado do deputado Café Filho, proferido da tribuna da Câmara dos
Deputados (Palácio Tiradentes), por muitos anos era lembrado sempre que uma
crise política prenunciava a preparação de um novo golpe de estado. É que, em
1937, sob o argumento de que a Constituição de 1934, também conhecida como
"A Polaca", tornara o país ingovernável, Getúlio Vargas fechou o
Congresso, as Assembléias e Câmaras, acabou com as eleições diretas para
prefeitos e governadores, amordaçou o Judiciário, determinou a intervenção nos
sindicatos e extinguiu os partidos políticos. Segundo a historiadora e
cientista política Lúcia Hipólito, este brado é importante ainda hoje, para nos
alertar sobre o perigo de um golpe de Estado que interrompa um governo
democrático a pretexto de defender a governabilidade "A liberdade e a
democracia são conquistas diárias, das quais não podemos nos afastar nem por um
minuto. Liberdade é o bem mais precioso do ser humano, a única causa pela qual
vale a pena morrer – ensina Lúcia Hipólito.
No
"Estado Novo", amparado na constituição escrita pelo jurista mineiro
Francisco Campos e copiada da constituição da Polônia nazista, daí ser chamada
pejorativamente de "Polaca", professores brilhantes foram demitidos
da Universidade do Brasil (atual UFRJ), funcionários competentes foram
demitidos do serviço público. Centenas de operários, professores, estudantes,
comunistas ou não, foram presos e torturados nos porões do Palácio do Catete no
Rio, nas prisões e em navios-prisão. Para garantir que ninguém ousaria falar
mal do governo, mesmo com razões de sobra para tanto, foi criado o DIP –
DEPARTAMENTO DE IMPRENSA E PROPAGANDA, precursor do atual Ministério das
Comunicações e das assessorais de imprensa de estados e município. Se no
governo Vargas a censura era oficial, com distintivo e logomarca, no Brasil
lulista a censura é feita pela manipulação das verbas de propagandas do governo
e das estatais, ou pela pressão direta sobre os órgãos de imprensa a pretexto
de honra ofendida, que vale milhões, o que pode levar qualquer empresa à
falência. A situação é tão esdrúxula, que o jornal "Estado de São
Paulo" foi proibido, por medida liminar de um desembargador de Brasília, a
publicar qualquer notícia (mesmo que favorável) envolvendo a família do
presidente do Senado, José Sarney.
Além
disso, vem num crescendo assustador os assassinatos de jornalistas, que a
Polícia, sob o controle do Governo, não investiga com a necessária rapidez e
eficiência. No Rio de Janeiro, temos como paradigma o atentado sofrido pelo
blogueiro Ricardo Gama, à luz do dia e em plena Copacabana, ocorrido em março
de 2011. Um ano depois, ele continua sob cuidados médicos (foto), mas a Polícia não
tem nenhuma informação sobre a identidade dos pistoleiros. Por último, temos a
pressão do governo para a suspensão dos blogues que não se sujeitem
simplesmente a reproduzir o material distribuído pelas assessorias de imprensa
(!) de governadores e prefeitos, como é o caso dos blogs "Denúncia da
Silva" ''Greve na PMERJ", "PMERJ no Local", "Bombeiros
de Campos", "Direitos dos Policiais Militares", "Cerco e
Bloqueio PM" e, o mais recente, "Bombeiro do Brasil", do 3ªSgt.
Sardella, que acaba de jogar a toalha. Quando o internauta tenta acessá-los,
aparece a informação de que foram retirados da rede.
DENIT
LAVA AS MÃOS SOBRE
ACIDENTES
NAS ESTRADAS
Um
indignado internauta fotografou algumas placas colocadas pelo Departamento
Nacional de Infraestrutura – o famoso DENIT que fazia parte da barganha do PR
com o Governo Dilma – informando ao incauto motorista que circula pela Rodovia
Fernão Dias (SP ), em que o órgão
se isenta de responsabilidade pela falta de iluminação nos túneis, acusando o
"vandalismo" pela destruição das instalações que deveriam garantir a
iluminação noturna naquela rodovia, administrada pelo Governo Federal.
O
Código Civil estabelece o dever de indenizar a quem causar prejuízo a outrem,
isto é, no caso do motorista se acidentar pela falta de iluminação dos túneis,
o Denit deve indenizá-lo, independente da existência, ou não, de vândalos, pois
o Ministério da Justiça dispõe de uma Polícia Rodoviária Federal, à qual
compete fiscalizar a circulação de veículos nas rodovias federais, bem como
punir os motoristas que violarem as leis, em especial o Código Nacional de
Trânsito.
O
princípio legal do dever de indenizar visa garantir aquele que, sem praticar
qualquer ato ilegal, venha a ter comprovado prejuízo. E os acidentes com
veículos por falta ou má conservação das rodovias, inclusive da rede de
iluminação dos túneis, devem ser atribuídos à incúria, ou negligência, das
autoridades responsáveis por essas rodovias. No caso das rodovias federais, a
responsabilidade por qualquer evento danoso é do DENIT.
O
órgão, vinculado ao Ministério dos Transportes, não pode usar o famoso bordão
do ex presidente Lula (não sei de nada, não vi nada, não ouvi nada) para se
isentar de culpa por desastres que se tornam possíveis pela omissão do próprio
Denit.
CNJ
PUNE DESEMBARGADOR COM
APOSENTADORIA
COMPULSÓRIA
Por
12 votos x 2, o plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu
aposentar compulsoriamente o desembargador Roberto Wider, do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro, onde também exerceu a função de corregedor. Essa é a pena
máxima prevista na Lei Complementar Nº 35, de 14 /03/ 1979, a Lei Orgânica da
Magistratura. A decisão do CNJ é terminativa, mas pode ser questionada no
Supremo Tribunal Federal (STF)..
Em
16 de novembro de 2009, o corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp,
apresentou na sessão do CNJ o resultado da inspeção no Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro e concluiu haver indícios de possíveis irregularidades em atos
praticados por Wider em relação a cartórios extrajudiciais. O plenário votou
pela abertura do processo disciplinar e pelo afastamento do desembargador de
suas funções para apurar o caso.
Roberto
Wider foi acusado de favorecer Eduardo Raschkovsky, de quem é amigo, em
decisões judiciais e administrativas. Uma delas foi a nomeação, sem concurso,
para cartórios do Rio de Janeiro e de São Gonçalo, de dois advogados que
trabalhavam no escritório de Raschkovsky.
O Processo
foi relatado pelo conselheiro Tourinho Neto, que votou contra a aposentadoria
compulsória, mas a maioria dos conselheiros acatou o parecer favorável à
punição da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon. Além do
relator, o conselheiro Silvio Rocha se manifestou contrário a aposentadoria
compulsória. Já o conselheiro Vasi Werner se declarou impedido de votar por
pertencer ao quadro de magistrados do TJRJ.
FUNDO
DE SEGURANÇA NO TRANSITO
INVESTIU
R$ 800 MILHÕES EM 5 ANOS
Durante
o Carnaval, a quantidade de veículos nas estradas aumenta consideravelmente.
Entre as finalidades do Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito
(Funset) está, justamente, atenuar os riscos dos viajantes. Nos últimos cinco
anos, porém, o Fundo só desembolsou cerca de R$ 800 milhões. Em 2011, R$ 490,2
milhões dos recursos previstos ficaram “congelados” na chamada reserva de
contingência, rubrica de auxílio na formação do superávit primário do governo
federal, necessário para o pagamento dos juros da dívida. Assim, apesar do
aumento de recursos nos últimos anos, foram utilizados apenas 31,1% dos R$
690,9 milhões autorizados para o exercício.
Segundo
o site "Contas Abertas", que fez a pesquisa, a maior parte dos
recursos do Fundo é gerida pelo Denatran, vinculado ao Ministério das Cidades,
por intermédio do programa Segurança e Educação no Trânsito. O Funset foi
instituído juntamente com o novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em 23 de
setembro de 1997, tendo entrado em vigor quatro meses depois. Em parágrafo
único, o artigo 320 do CTB estabelece que 5% do valor arrecadado com multas de
trânsito devem ser depositados mensalmente na conta do Fundo.
Para
o professor de engenharia de tráfego da Universidade de Brasília, Paulo Cesar
Marques da Silva, o maior problema é que os recursos não são totalmente
utilizados. “A destinação dos recursos do Funset no orçamento foi reduzida
durante alguns anos. Porém, atualmente, o problema não é o volume de verbas,
mas a falta de iniciativa dos órgãos responsáveis para a destinação e
fiscalização dos recursos disponíveis”, afirma.
O
resultado da falta de investimento é visto nas estradas e nas vias urbanas
todos os anos. Segundo dados do programa SOS Estradas, no Brasil, a cada
minuto, acontecem três acidentes de trânsito e uma pessoa é ferida. A cada 15
minutos, uma vítima morre. Por ano, são cerca de 1,5 milhão de acidentes, com
400 mil feridos e 35 mil mortos, sem contar os que falecem fora dos locais dos
acidentes, em decorrência dos ferimentos.
Em
feriados prolongados, os riscos são ainda maiores. No ano passado, os acidentes
nas rodovias federais transformaram o Carnaval de 2011 no mais violento da
história. Os números registrados bateram o recorde para o período, com 4.165
ocorrências, 213 mortos e 2.441 feridos entre os dias 4 e 9 de março.
O
balanço final divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra
crescimento de 47,9% no número de vítimas fatais, de 27,4% no de pessoas
feridas e de 28,7% nos acidentes com veículos leves e pesados, na comparação
com os dados apurados no mesmo período do ano passado. Em 2010, a PRF havia
contabilizado 3.233 acidentes, com 143 mortos e
1.912 feridos.
RÁPIDAS
• Até maio deve ser formalizado o Consórcio de
Gestão de Resíduos Sólidos, integrado pelos municípios de Duque de Caxias,
Belford Roxo, Mesquita, São João de Meriti, Nilópolis e Nova Iguaçu, que será
criado para dar um destino correto ao entulho proveniente de obras da
construção civil, atualmente descartados irregularmente em terrenos baldios
dessas cidades.
• No último dia 12, estiveram reunidos na
prefeitura de Duque de Caxias os secretários de Meio Ambiente dos seis
municípios e representantes da Secretaria Estadual do Ambiente, para a elaboração do protocolo de intenções
da criação do Consórcio.
• Na reunião ficou acertado que as cidades
consorciadas ficarão responsáveis pela reciclagem e reaproveitamento de entulho
limpo, oriundo de resíduos de construção civil e de outras obras com o objetivo
é executar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada através da Lei nº
12.305, de agosto de 2010.
• Caberá ao Consórcio, ainda, promover a gestão
ambiental adequada, através do incentivo às associações de catadores, coleta
seletiva, reciclagem dos materiais e a correta destinação final dos resíduos
não reciclados, adotando tecnologias apropriadas e soluções de menos custo.
• Outro ponto fundamental é a implantação dos
serviços de coleta de materiais como pneus, pilhas e baterias, equipamentos
eletroeletrônicos e outros, com o sistema de retorno às empresas fabricantes.
• “Os responsáveis por estes materiais são os
fabricantes e as empresas que os comercializam. Assim, elas têm a obrigação de
recolhê-los após o prazo de validade”, comentou Victor Zveibil, superintendente
de Política de Saneamento da SEA.
• O próximo encontro será realizado em março,
quando ficará acertada a data de assinatura do documento pelos prefeitos das
cidades que foram o Consórcio, em abril. O passo seguinte é encaminhar o
contrato do Consórcio Público de Gestão de Resíduos Sólidos para aprovação nas
Câmaras Municipais.
• A Câmara dos Deputados aprovou em segundo
turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que garante benefício integral
para servidores públicos aposentados por invalidez permanente. A proposta foi
aprovada por 428 votos contra 3 e 1 abstenção.
• A PEC, de iniciativa da deputada Andréia Zito
(PSDB/RJ), segue agora para apreciação do Senado, onde precisa ser aprovada
também em dois turnos para então ser promulgada.
• O texto aprovado beneficia os servidores que
tenham ingressado no serviço público até 31 de dezembro de 2003, quando foi
feita a reforma da Previdência. Ela restaura o pagamento de proventos integrais
e a paridade plena aos servidores públicos federais aposentados por invalidez.
• Com quatro nomes disputando a indicação, a
direção do PSOL/Caxias decidiu que o partido vai disputar, mais uma vez, a
prefeitura de Duque de Caxias, uma cidade com cerca de um milhão de habitantes,
o terceiro colégio eleitoral do Estado do Rio e o segundo em arrecadação, que
este ano deverá chegar á casa dos R$ 2 bilhões de reais.
• De acordo com um comunicado do diretório
municipal, estão inscritos a ambientalista Clenícia Zeba, o advogado Atila
Negri, a professora Ivanete e a sindicalista Leninha, que já disputou a
prefeitura em 2004, quando enfrentou
Washington Reis (eleito), e Zito. Nas
próximas semanas o partido vai realizar duas plenárias para a escolha de quem
representará o PSOL na cédula eleitoral.
• O governo estuda
tornar crime a exigência de cheque caução por hospitais particulares, informou
quinta-feira (23) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Elaborado pelos
ministérios da Saúde e da Justiça, o projeto de lei quer penalizar as entidades
que usam dessa prática.
• “A ideia é de
tipificar a exigência do cheque caução como crime contra a economia popular e
com isso poder estabelecer penalidades. Queremos encaminhar o mais rápido
possível [ao Congresso Nacional]”, explicou Padilha, acrescentando que as
punições ainda estão em estudo, como aplicação de multa. O Código de Defesa do
Consumidor trata como prática abusiva a cobrança de cheque caução, sujeita à
multa.
• Padilha negou que
a proposta tenha sido motivada por causa da morte do secretário de Recursos
Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, 56 anos, em
janeiro deste ano. Ele morreu por causa de um infarto, após ter o atendimento
negado em dois hospitais privados de Brasília. Para atendê-lo, as instituições teriam
exigido cheque caução. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do
Distrito Federal.
• Outra mudança em
análise é ampliar o papel da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para
fiscalizar também os hospitais privados e prestadores de serviço - como
clínicas e laboratórios - conveniados aos planos de saúde. Atualmente, a
agência regula somente as operadoras dos planos de saúde.
• “Ela [ANS] não
pode regular os serviços de urgência e emergência dos hospitais e prestadores
de serviço das operadoras. Não há esse marco legal para os hospitais privados”.
• No último dia 14,
o diretor-presidente da ANS, Mauricio Ceschin, já havia defendido a ampliação
das competências do órgão. “Entendo que essa [regular as operadoras de planos
de saúde] tem sido a posição da agência ao longo de 11 anos, mas não é mais
suficiente para enfrentar os problemas que estamos enfrentando”.
• Mais um ano letivo
começou e permanece o impasse em torno da Lei do Piso Nacional do Magistério.
Pela legislação aprovada em 2008, o valor mínimo a ser pago a um professor da
rede pública com jornada de 40 horas semanais deveria ser reajustado anualmente
em janeiro, mas muitos governos estaduais e prefeituras ainda não fizeram a
correção.
• Apesar de o texto
da lei deixar claro que o reajuste deve ser calculado com base no crescimento
dos valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
(Fundeb), governadores e prefeitos justificam que vão esperar o Ministério da
Educação (MEC) se pronunciar oficialmente sobre o patamar definido para 2012.
De acordo com o MEC, o valor será divulgado em breve e estados e municípios que
ainda não reajustaram o piso deverão pagar os valores devidos aos professores
retroativos a janeiro.
• O texto da
legislação determina que a atualização do piso deverá ser calculada utilizando
o mesmo percentual de crescimento do valor mínimo anual por aluno do Fundeb. As
previsões para 2012 apontam que o aumento no fundo deverá ser em torno de 21%
em comparação a 2011. O MEC espera a consolidação dos dados do Tesouro Nacional
para fechar um número exato, mas em anos anteriores não houve grandes variações
entre as estimativas e os dados consolidados.
• “Criou-se uma
cultura pelo MEC de divulgar o valor do piso para cada ano e isso é importante.
Mas os governadores não podem usar isso como argumento para não pagar. Eles
estão criando um passivo porque já devem dois meses de piso e não se mexeram
para acertar as contas”, reclama o presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão. A entidade prepara uma
paralisação nacional dos professores para os dias 14,15 e 16 de março. O
objetivo é cobrar o cumprimento da Lei do Piso.
• Se confirmado o índice de 21%, o valor a ser
pago em 2012 será em torno de R$ 1.430. Em 2011, o piso foi R$1.187 e em 2010,
R$ 1.024. Em 2009, primeiro ano da vigência da lei, o piso era R$ 950. Na
Câmara dos Deputados tramita um projeto de lei para alterar o parâmetro de
reajuste do piso que teria como base a variação da inflação. Por esse critério,
o aumento em 2012 seria em torno de 7%, abaixo dos 21% previstos. A proposta
não prosperou no Senado, mas na Câmara recebeu parecer positivo da Comissão de
Finanças e Tributação
• A Lei do Piso determina que nenhum professor pode
receber menos do valor determinado por uma jornada de 40 horas semanais.
Questionada na Justiça por governadores, a legislação foi confirmada pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado. Entes federados argumentam que
não têm recursos para pagar o valor estipulado pela lei. O dispositivo prevê
que a União complemente o pagamento nesses casos, mas desde 2008 nenhum estado
ou município recebeu os recursos porque, segundo o MEC, não conseguiu comprovar
a falta de verbas para esse fim.
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