CASOS DE DENGUE NO RIO
PODEM SER 30 VEZES MAIOR
Há décadas a Cedae mantém esse “berçário” de “Aedes Aegypti” no Gramacho.
O número de casos de Dengue no Estado do Rio pode ser até 30 vezes maior do que os números oficiais. A avaliação é do infectologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Edmilson Migovski. De acordo com o infectologista, apenas um em cada dez casos é notificado pelos médicos que fazem atendimento nas emergências dos hospitais. Além disso, nem todos as pessoas infectadas apresentam os sintomas da doença.
Segundo o infectologista, este pode ser o caso de dois em cada três pacientes. “O que nós vivemos hoje no Rio de Janeiro é uma catástrofe. Um médico de emergência que precisa atender 40 ou 50 pacientes em uma manhã não consegue parar para notificar todos os casos. Ou ele atende, ou ele notifica”, afirmou Migowski.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, somente neste ano, foram registrados mais de 23,3 mil casos de dengue no estado e trinta e 33 mortes. Se considerado o mesmo período, o número fica atrás, nos últimos dez anos, apenas do registrado em 2002, quando houve uma epidemia da doença. No município, até agora, 29 pessoas morreram e mais de 20 mil foram infectadas.
Para Migowski, as autoridades adotam estratégias de combate ineficazes. Um exemplo são as campanhas de mobilização popular, como o Dia D da Dengue, reunindo o Ministério e as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, nos mesmos moldes das campanhas de vacinação, ou seja, focando as atenções apenas em um dia.
“Esse D, do Dia D, tinha que ser de década. Ou o combate é feito por décadas a fio, ou a cada verão serão contabilizados mortes e sofrimentos”, disse.
Para tentar reduzir as filas na emergência dos hospitais, representantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro e do Ministério da Saúde pediram, no início desta semana, apoio dos hospitais das Forças Armadas para aumentar o número de leitos destinados a pacientes com dengue. Nesses hospitais, entretanto, os leitos já estão ocupados pelos próprios militares e dependentes. A disponibilidade de novos leitos deve ser analisada em reunião prevista para segunda-feira (24).
DENGUE AGORA É CASO DE POLÍCIA
O Sindicato dos Médicos do Estado do Rio (Sindimed) informou que vai entrar segunda-feira com uma notícia-crime nos Ministérios Públicos estadual e federal contra as três esferas de governo - prefeitura, governo do estado e união - por omissão e negligência no que se refere ao controle e combate da dengue no Rio de Janeiro. Segundo o presidente do Sindimed, Jorge Darze, o poder público é o principal responsável pela epidemia da doença no estado.
“Está caracterizado que estamos vivendo no Rio um quadro grave de epidemia de dengue pelo grande número de casos notificados e que já não estão mais concentrados neste ou naquele lugar. Também nos preocupa que o estado viva até hoje dentro de um estado de calamidade pública na saúde, que foi reconhecido pelo presidente da república em 2005”, disse Darze.
Segundo o médico, o que se configura atualmente no Rio é um crime sanitário, onde o poder público, por sua inoperância, contribuiu para agravar a situação da população e, conseqüentemente, aumenta o índice de letalidade da doença. Em 2002, na última epidemia de dengue no estado, o Sindimed também entrou com uma ação contra os três poderes. Mas a ação contra os gestores de saúde foi indeferida.
Carros apreendidos fazem do depósito do Detran, ao lado do viaduto do Centenário, outro foco do mosquito da Dengue.
CAXIAS PROMETE MUTIRÃO CONTRA A DENGUE
A secretaria de Saúde d de Duque de Caxias promove a partir desta quinta-feira (20/03) até domingo (23/03), das 7h às 19h, uma ação intensiva para o controle da dengue na cidade. Cerca de 1.500 servidores estarão envolvidos na força-tarefa, em pontos de concentração localizados nos quatro distritos do município, visando evitar uma epidemia da doença na cidade. Na ação serão utilizados 20 Fog’s, sete carros fumacês (UBV’S), dez pulverizadores, 40 Aerosystem’s, 20 carros de som e 18 carros com equipamentos. Serão distribuídos cerca de 500 mil cartazes explicativos e cerca de 30 mil capas para caixas d’água.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde dão conta que os bairros mais atingidos pela doença no município localizam-se no Primeiro Distrito. O principal ponto de concentração será no Teatro Raul Cortez, na Praça do Pacificador.
A Prefeitura mantinha "berçários" ao lado do Cenro Cultgural Oscar Niemeyer, na Praça do Pacificador.
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