terça-feira, 11 de março de 2008

BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA

SECRETÁRIO DE SAÚDE CULPA O
POVO PELA VOLTA DA DENGUE

O Secretário de Saúde Oscar Berro percorreu domingo, com máquinas portáteis de fumacê, os 70 quilômetros da malha ferroviária que corta o município na “Operação Caxias Sem Dengue”. Pelo caminho havia grande quantidade de pneus velhos, garrafas de vidro e plástico, latas de cerveja e refrigerantes, além de milhares de sacos plásticos (foto) que podem reter água e se transformarem em criadouros do mosquito “Aedes Aegypti”. E o Secretário culpou o povo pela volta da Dengue. “Com 33 anos de Saúde Pública, nunca vi nada parecido. A própria comunidade constrói essa condição”, disse o Secretário de Saúde, mostrando-se revoltado com a grande quantidade de lixo encontrada junto à linha férrea, esquecido que a coleta de lixo é da responsabilidade da Prefeitura. (Foto: Arquivo/Blog)

OS FORA-DA-LEI ( I )
Cabe à PM e à Guarda Municipal a fiscalização do trânsito em Duque de Caxias, como em outras cidades do Estado do Rio, nos termos do Código Nacional de Trânsito. Aqui ocorre, porém, uma situação inusitada, quando é o próprio Poder Público que deixa de cumprir as normas legais. Não se pode admitir que motocicletas da PM (acima) ou veículos da Guarda Municipal (abaixo) circulem pela cidade sem as obrigatórias placas de identificação, como nos dois flagrantes registrados, com poucos minutos de diferença, na manhã da última terça-feira (04/03), nas imediações da Câmara Municipal. Depois do flagrante de uma Kombi da Prefeitura a serviço de camelôs no Centro do Rio de Janeiro, em plena terça-feira (dia aziago para os motoristas bandalhas?) de Carnaval, essa é mais uma demonstração de que o velho e experiente General Charles De Gaulle tinha razão: o Brasil não é um País sério! (Fotos: Beto Dias)

• O professor Orlandino dos Santos promoveu sexta-feira, no plenário da Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, uma grande festa em comemoração ao “Dia Internacional da Mulher”. E o intrépido professor conseguiu realizar dois feitos numa só reunião: lotar o plenário do Legislativo – coisa rara nas modorrentas e improdutivas sessões do Legislativo às terças e quintas-feiras – e a presença da primeira mulher eleita vereadora no Município, a professora Dalva Lazzaroni, e da primeira deputada estadual eleita por Duque de Caxias, a também professora Magaly Machado.
• A única falha involuntária do professor foi a de não conseguir a presença de representantes do próprio Poder Legislativo, que tem 21 vereadores. Nem as únicas representantes femininas na Casa, as vereadoras Leide e Gaete, prestigiaram a festa. Certamente, elas estavam muito ocupadas cuidando dos seus próprios interesses.
• O Conselho de Ética da Assembléia Legislativa ouviu, nesta segunda-feira (10/03), cinco mulheres, vítimas da fraude do auxílio-educação, e Eduardo Rocha Orsino, funcionário do Departamento de Transportes da Casa, que foi reconhecido por três depoentes como um dos envolvidos no suposto esquema.
• O presidente do conselho, deputado Paulo Melo (PMDB), ressaltou que toda a apuração realizada será enviada, através da Mesa Diretora, ao Ministério Público. “Já foi constatado que há aliciamento e apuraremos tudo, para que os inocentes sejam absolvidos, e que arquem com as conseqüências os culpados”, apontou.
• “Diante das dificuldades de termos instrumentos para averiguar o caso, o presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), nos disponibilizou um carro e fomos atrás dessas pessoas prejudicadas, na sexta-feira, no sábado e no domingo, visitando suas casas, colhendo informações. Elas vivem em condições de dificuldade, em locais distantes, sem saneamento básico e dá nojo saber que pessoas que já têm privilégios dos quais elas não usufruem, ainda as utilizam para ter vantagens”, indignou-se Paulo Melo.
• As cinco vítimas, todas com mais de sete filhos, contaram como caíram na suposta fraude. As três primeiras mulheres a serem ouvidas citaram três nomes de homens, ainda não identificados, que as procuravam para oferecer o “benefício” que seria concedido em função da quantidade de filhos: Leonardo, de apelido Bolinha, Norival e Ubiratan Ferreira, chamado de Bira. Segundo os relatos, elas eram levadas para a realização de exames médicos e abertura de contas por outras duas pessoas: Wanderley Galdeano Pereira, já ouvido pelo conselho, e Eduardo Orsino.
• As vítimas relataram que a promessa era a de receber cerca de R$ 200, em alguns casos, R$ 350, mas muitas receberam apenas uma vez e não tiveram mais contato com os supostos aliciadores, que ficaram com seus cartões bancários. Maria Eliane dos Santos Couto, mãe de 12 filhos e moradora de Cachoeiras de Macacu, disse que nunca trabalhou com políticos e que jamais assinou um cartão de ponto. “A gente vive com dificuldade, são muitas crianças, e elas nunca estudaram em escolas particulares”, contou.
• Após o depoimento das mulheres, na presença de uma advogada, o funcionário Eduardo Orsino foi conduzido à sala para prestar esclarecimentos sobre o fato. Questionado pelos deputados sobre o possível esquema, Rocha afirmou não ter conhecimento sobre as fraudes, senão através dos jornais. Ele afirmou conhecer Galdeano e freqüentar o gabinete da deputada Renata do Posto (PTB), a quem fez uma doação de campanha de R$ 3 mil. Segundo algumas vítimas, os supostos aliciadores disseram que o benefício seria concedido pela deputada.
• Durante o depoimento de Orsino, as cinco mulheres ouvidas entraram na sala e as três que haviam citado o nome do funcionário da Casa o reconheceram. Dirigindo-se ao presidente do conselho, Maria Eliane afirmou, chorando, que não poderia mentir. “Foi esse homem que me levou ao banco. Quem ficou com meu cartão foi o Bolinha, mas ele estava junto”, denunciou.
O deputado Paulo Melo disse que, apesar de Orsino não admitir sua participação, teve o resultado que esperava. “Ele foi desmascarado na frente dessas pessoas humildes e decentes, que foram enganadas”, lamentou o parlamentar.

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